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As ações influenciadas pela nova guerra entre China e EUA

O novo embate pode impactar os preços dos papéis dos frigoríficos

As ações influenciadas pela nova guerra entre China e EUA
(Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
  • O novo embate pode impactar os preços dos papéis dos frigoríficos
  • A JBS pode ser mais afetada do que as outras do setor
  • A retomada das atividades na China favorece exportações das companhias brasileiras de proteína animal

Declarações do presidente norte-americano Donald Trump em relação ao acordo comercial com a China no final de semana azedaram o humor dos mercados internacionais nessa segunda-feira.

Para Ricardo França, analista da Ágora Investimentos, o novo embate de Trump com a China pode impactar os preços dos papéis dos frigoríficos brasileiros nesse ambiente de incertezas. “O Trump subiu novamente o tom em relação à China no final de semana. Algumas variáveis dessa guerra comercial entre os Estados Unidos e a China precisam ser monitoradas, pode se ter uma redução ainda maior do comércio global e influenciar a dinâmica das empresas de proteínas”, afirma.

Mas ele diferencia principalmente, a JBS, que possui unidades nos EUA, em comparação com a Marfrig e a BRF Foods. “A JBS poderia ser mais afetada que as outras. Hoje, o papel da JBS está caindo por isso, assim como o setor como um todo também”, diz.

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No Ibovespa, a ação JBS ON fechou em queda de 4,28%, a R$ 22,88 no mercado à vista, enquanto BRF ON registrou perda de 4,85%, a R$ 18,45 por ação; ao passo que Marfrig ON recuou 2,73%, cotada a R$ 12,49 no pregão de hoje, segunda-feira.

Mas no geral, França aponta que a retomada das atividades na China favorece exportações das companhias brasileiras de proteína animal. “Todo mundo olha para a China como o jornal de amanhã. O país foi o primeiro a entrar em quarentena e o primeiro a sair. A Europa também caminha nessa direção nas próximas semanas. Aqui, vai demorar um pouco mais”, afirma.

Ele conta que as exportações de carne suína, carne de frango e de bovinos está sendo retomada para o país asiático. “A indústria brasileira de carne se mostrou resiliente e até conseguiu ter um crescimento nesse período”, diz.

Embora sem ainda a publicação dos balanços do primeiro trimestre dessas empresas, França lembra que declarações recentes em lives dos executivos sinalizam essa expectativa de algum crescimento nas exportações, ou de aumento nas receitas por causa da valorização do dólar no período. “Em conversas com essas empresas, o que percebemos é que as empresas conseguiram realocar sua produção para outros países, ou mesmo para o mercado doméstico”, afirma.

Em relatório divulgado aos clientes, a Ágora Investimentos destacou que a A BRF implementou rapidamente medidas de contingência para lidar com o coronavírus. “No entanto, é importante ter mais clareza sobre as implicações negativas de curto prazo para a cadeia de suprimentos integrada de uma redução forçada na produção devido a covid-19, por exemplo, notícias indicam que a produção de pintinhos pode cair 10% em maio no Brasil”, diz o texto. A   BRF está com preço-alvo de R$ 22 por ação estimado pela Ágora.

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Sobre a Marfrig, o relatório considera mesmo durante a pandemia, a empresa não teve maiores impactos em termos de produção e vendas.

“Em relação aos seus resultados, nos últimos trimestres a companhia veio aumentando a sua exposição à exportação dentro do resultado consolidado, já chegando a mais de 70% da sua receita em exportações, também se beneficiando do dólar mais alto. A companhia reforçou seu comprometimento com controle de custos e projeta melhoria das margens, incluindo as unidades da América do Sul e dos Estados Unidos”, afirma o documento. A Marfrig está com preço-alvo estimado de R$ 10 por ação.

Quanto à JBS, o relatório mencionou que muitos países consideram a produção de alimentos como um serviço essencial no contexto do coronavírus, incluindo Brasil. “O que traz mais conforto de que as operações da JBS continuarão funcionando normalmente. Potencial IPO (oferta inicial de ações) nos EUA ajudaria a destravar valor para o acionista”, diz o texto da equipe de análise. O preço-alvo para JBS foi calculado em R$ 28 por ação.

 

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