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Ibovespa: estas são as 5 ações que mais caíram em julho

Qualicorp e a Bradespar foram os principais destaques negativos do Ibovespa neste mês de julho. Veja ranking

Ibovespa: estas são as 5 ações que mais caíram em julho
Fachada do prédio da Qualicorp no bairro da Bela Vista, São Paulo. (Foto: Alex Silva/Estadão)
  • Segundo levantamento da Ágora Investimentos, as ações da Qualicorp caíram 11,6% no acumulado do mês, enquanto as ações da Bradespar sofreram um tombo de 10,9%
  • A desaceleração econômica da China também ajudou a incluir companhias de peso na composição do Ibovespa entre as maiores quedas
  • A Vale e a CSN Mineração estiveram na lista ao registrar derrocadas de 8,9% e de 9,3%, respectivamente

(Daniel Rocha e Wesley Sousa) – As projeções de baixos resultados para o balanço do segundo trimestre de 2022 e a desaceleração econômica da China foram fatores determinantes para as maiores quedas do Ibovespa em julho. Nesta reportagem, mostramos como a bolsa superou a ‘tempestade perfeita’ e ficou no positivo; veja os detalhes

Segundo levantamento feito pela Ágora Investimentos, a pedido do E-Investidor, as ações da Qualicorp foram os mais prejudicadas durante o período. No acumulado do mês, os papéis apresentaram queda de 11,6%.

Para a Ágora, a depreciação das ações da companhia se deve a dois fatores: mercado antecipando números fracos para este trimestre de 2022 e baixas revisões de recomendação por várias casas de análises e de investimentos.

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Por outro lado, apesar do pessimismo em relação aos papéis, Gustavo Pazos, analista do time de research da Warren, acredita que a companhia pode estar no radar de grandes players do setor de saúde, que enxergam o baixo preço da empresa como uma oportunidade de compra.

“Quando uma empresa começa a ficar extremamente barata, ela começa a chamar atenção do mercado que possibilita esse tipo de operação, e esse é um setor que tem muitas empresas capitalizadas”, destaca Pazos.

No fim de junho, por exemplo, a empresa de diagnósticos médicos Fleury acertou a aquisição do Instituto Hermes Pardini. Para as companhias, a transação deve trazer um aumento de competitividade no setor de saúde e de medicina diagnóstica. No dia do anúncio sobre a fusão, as ações chegaram a subir quase 14% (13,89%) nas primeiras horas do pregão do último dia 30 de junho.

As ações da da Bradespar (BRAP4) também entraram no ranking das maiores quedas. Os papéis encerraram o mês de julho com um acumulado mensal de 10,9%.  Segundo Felipe Cima, broker de renda variável da Manchester Investimentos, como a companhia é formada basicamente pelas ações da Vale, o fraco desempenho da mineradora impacta diretamente na performance da Bradespar.

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"Quem compra Bradespar aposta na distribuição expressiva de dividendos, como o setor imobiliário da China teve uma suposta crise hipotecas e o governo adiou o lançamento de estímulos, o mercado precificou dificuldades na distribuição de dividendos", explica Cima.

Diante desse pessimismo, a Vale (-8,8%) também entrou na lista das maiores quedas assim como as ações da CSN Mineração (-10,9%) devido à desaceleração da economia da China.  De acordo com a Ágora Investimentos, os papéis das companhias são bastante sensíveis à cotação do preço do minério de ferro no mercado internacional que tem sido afetado pelo menor ritmo de crescimento do gigante asiático.

“O período de inatividade da China, devido aos períodos de lockdown, fez com que as fábricas chinesas reduzissem as atividades e a demanda dos consumidores”, aponta a corretora.

As ações da Gol (GOLL4) também estiveram no ranking das maiores quedas do Ibovespa como quinta colocada ao registrar uma desvalorização de 7,8%.

Ibovespa encerra julho em alta

O Ibovespa encerrou o mês de julho com uma alta de 4,69% no acumulado mensal, aos 103.164,69 mil pontos. O desempenho trata-se de um respiro após o tombo no mês passado, quando o principal índice registrou uma desvalorização de 11,5% no acumulado de junho. O percentual era o menor desde março de 2020, quando iniciou a pandemia da covid-19. Veja as 5 ações que mais subiram em julho

No entanto, na avaliação de analistas, ainda é cedo para indicar se a alta vista em julho pode ser interpretada como um movimento de recuperação. Segundo Raphael Chedid, especialista em renda variável da EWZ Capital, as próximas semanas serão decisivas para avaliar qual o rumo que o Ibovespa está seguindo.

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“Acredito que precisamos esperar as próximas semanas para avaliar os próximos resultados (referente ao balanço do seu 2T22) das empresas e do PIB e, se esses resultados vierem acima da expectativa de mercado, pode ser interpretado como um bom momento de compra”, afirma Chedid.

Já para Vitor Carettoni, diretor da mesa de renda variável da Lifetime Investimentos, avalia que os ganhos podem sinalizar uma tendência de recuperação para o índice já que o principal fator de pessimismo para bolsa, que era o risco fiscal, parece ter sido solucionado com a aprovação da PEC Kamikaze no mês de julho. "A PEC foi aprovada e o governo busca arrecadação via dividendos para deixar as contas públicas em ordem. Isso é uma sinalização muito positiva", ressalta Carettoni.

Por outro lado, ele não descarta o risco do Ibovespa operar novamente abaixo dos 100 mil pontos, principalmente, com a proximidade do período eleitoral. “Essa alta até os 101 mil pontos, que foi uma alta bastante expressiva de 6%, aconteceu em poucos dias a partir da segunda quinzena do mês. Tendências de alta assim (muito rápidas) costumam ser corrigidas”, acrescenta.

O cenário externo também continua desfavorável para os negócios. Na última quarta-feira (27), o Federal Reserve (Fed), autoridade monetária dos Estados Unidos, elevou em 0,75% a taxa de juros no país. Além disso, os resultados PIB dos EUA referente ao segundo trimestre registraram uma contração de 0,9%, o que reforça a possibilidade de recessão econômica da maior economia do mundo.

“Outros fatores como a guerra na Ucrânia e a pressão geral de custos, não dão tranquilidade de um mercado de bolsa firme à frente”, acrescenta Mario Mariante, analista chefe da Planner Corretora.

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