O que este conteúdo fez por você?
- O novo modelo vai substituir a política de Paridade de Preço de Importação (PPI) que leva em consideração a cotação do petróleo no mercado interacional
- Na segunda-feira (15), as ações da estatal caíram mais de 2% após o comunicado informando sobre uma possível mudança
- Na avaliação de analistas, os investidores devem manter cautela antes de se posicionar ou vender as ações da estatal
A Diretoria Executiva da Petrobras (PETR3; PETR4) aprovou na terça-feira (16) a nova a estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina, em substituição à política de preço comercializada por suas refinarias. O novo modelo usa referências de mercado como o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação e o valor marginal para a estatal – veja os detalhes aqui.
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A possibilidade de mudança já tinha sido anunciada ao mercado no último domingo (14). O comunicado gerou estresse para as ações da petroleira que encerraram o pregão de segunda-feira (15) com uma desvalorização superior a 2%. A expectativa era que os papéis fossem seguir o mesmo movimento de queda diante da confirmação da nova política de preços para o diesel e a gasolina – entenda como o preço do combustível é calculado.
“O mercado deve reagir mal pela confirmação da mudança, mas deve ficar atento ao tamanho do reajuste que será feito”, disse Mateus Haag, analista da Guide Investimentos, antes da abertura do pregão de hoje.
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No entanto, nas primeiras horas de negociação desta terça-feira (16), as ações operavam em forte alta. Às 11h09, os papéis ordinários (ON) avançavam 4,38%, enquanto os preferenciais (PN) apresentaram uma alta de 4,72%.
Na avaliação de Matheus Lima, analista da Top Gain, a boa performance pode estar relacionada com a previsibilidade que a nova política deve trazer ao investidor, o que pode ter agradado o mercado. “A estabilidade que a Petrobras deve ter com a nova política de precificação pode trazer um pouco mais de confiança ao consumidor, porque não vai precisar fazer reajustes no preço com uma alta frequência”, afirma Lima.
Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, também acredita que, em um primeiro momento, a nova política deve ter um peso menos negativo do que espera o mercado. “Pode ser que o peso desse componente regional seja menor do que mercado teme e que grande parte dos preços ainda seja definido pelas cotações internacionais, o que poderia trazer um alívio para as cotações”, afirma. Já em relação a performance dos papéis, Hungria acredita que as ações não devem seguir em queda porque “o mercado já embutiu nos preços da Petrobras” a mudança anunciada hoje.
O novo modelo vai substituir a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) que leva em consideração a cotação da commodity no mercado internacional. Ou seja, o modelo anterior protegia a companhia de oscilações no preço do petróleo no mercado externo.
Pressão de longa data
A política de paridade de importação vem sendo alvo de críticas do governo por conta do reflexo no preço do combustível no mercado interno. Na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quatro presidentes da companhia foram demitidos pela insatisfação com a escalada de preços nos postos de gasolina. No governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o atual CEO da companhia, Jean Paul Prates, adiantou ao mercado na última semana que iria reavaliar a política de preços.
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Em entrevista ao Broadcast, Prates informou que o critério (dos preços) “vai ser de estabilidade versus volatilidade”. A proposta é vista pelo o mercado com pessimismo pelo risco de uma possível redução do lucro da companhia, mas também não traz grandes surpresas. “A notícia vai bem em linha com o que investidores monitoram: direcionamento da política de capex (investimentos), maior alavancagem financeira, ampliação do escopo operacional”, comenta Rafael Passos, sócio e analista da Ajax Asset.
Diante desse cenário, corretoras mantêm recomendação neutra para os papéis da Petrobras, enquanto buscam entender o impacto real da mudança da política de preços para as receitas da companhia. Foram os casos da Ativa Investimentos, Guide Investimentos e da Goldman Sachs. Já a Empiricus mantém o papel da Petrobras em sua carteira recomendada voltada para a estratégia de dividendos.