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Conheça as 10 ações que custam menos de R$ 2 na Bolsa

Analista de investimentos examinou os papéis. Será que vale a pena apostar neles?

Conheça as 10 ações que custam menos de R$ 2 na Bolsa
Saraiva (SLED4) confirma encerramento de lojas físicas; confira data final. Foto: Tiago Queiroz/AE
O que este conteúdo fez por você?
  • Antes de comprar uma ação baratinha, o importante é verificar se há perspectiva de valorização. Não basta que o preço esteja atrativo
  • Muitas dessas empresas estão em dificuldades financeiras e seus papéis não costumam gerar grande liquidez
  • Quem se aventurar deve ter perfil de risco arrojado e investir apenas uma pequena fração do valor destinado para a renda variável

Quem vasculha as gôndolas das lojas de R$ 1,99, comuns em áreas de comércio popular das grandes cidades, está atrás de pechinchas que podem ser ótimos negócios. Quando o assunto são ações, no entanto, a lógica por trás da compra é diferente. Não basta que o preço unitário do papel seja atrativo: o importante é verificar se há perspectiva de valorização.

Ou seja, uma empresa que está barata pode ficar ainda mais descontada e até zerar. Neste caso, a aparente pechincha se transforma em prejuízo para o investidor.

A pedido do E-Investidor, o analista Marcio Loréga, da Ativa Investimentos, examinou as 9 ações com cotação de até R$ 2 na bolsa de valores. O levantamento foi realizado pela Economatica considerando os valores de fechamento do dia 6 de janeiro de 2021.

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Pelo jargão do mercado financeiro, elas poderiam ser consideradas penny stocks, ou ações de baixo custo. Muitas são de empresas que passam por dificuldades (algumas até em recuperação judicial) e com pouca liquidez, pois poucos investidores se dispõem a comprá-las.

Mas há quem as encare como uma oportunidade e faça uma compra especulativa, apostando em uma futura valorização, apesar de todos os riscos elevados. Não se trata, portanto, de um assunto para o investidor novato, e sim para os mais experientes.

“As ações da lista são para quem possui conhecimento profundo dessas empresas. Não deve ser uma compra apenas pelo caráter especulativo, mas pelo potencial de recuperação no longo prazo”, diz Loréga. “É um capital que está propenso a zerar, pois essas ações estão muito mais próximas do zero que do céu. Quem se aventurar deve ter perfil de risco arrojado e, mesmo assim, investir apenas uma pequena fração do valor destinado para a renda variável.”

Veja a seguir os comentários de Loréga para cada um desses papéis.

Empresa Cotação*
Saraiva (SLED4) R$ 0,64
Saraiva (SLED3) R$ 1,13
Viver (VIVR3) R$ 1,25
Technos (TECN3) R$ 1,27
Dommo (DMMO3) R$ 1,35
JB Duarte (JBDU4) R$ 1,35
Tecnosolo (TCNO4) R$ 1,50
Recrusul (RCSL4) R$ 1,67
Haga (HAGA4) R$ 1,97
Santanense (CTSA4) R$ 1,97

Fonte: Economatica *Até o dia 6 de janeiro

1) Saraiva (SLED4 e SLED3) – Varejo de produtos diversos

“O papel da empresa, que está em recuperação judicial, chegou ao topo de R$ 11,03 em agosto de 2019. Neste ano, contudo, está em contante queda e com recuo acumulado de 71.96%. Em termos gráficos, a ação precisaria primeiro romper a barreira dos R$ 2, depois caminhar para a faixa dos R$ 3 e então retomar o patamar de R$ 5. No cenário atual, ele tem mais potencial de ficar na faixa de R$ 1 do que recuperar as perdas. Recomendo que os investidores fiquem de fora do ativo neste momento.”

2) Viver (VIVR3) – Incorporações

“Por incrível que pareça, a máxima histórica desse ativo foi de R$ 14,1 mil. Muitos grupamentos fizeram o ativo ter um valor de mercado alto em 2007. Neste ano, no entanto, sofreu grande depreciação, de 37,93%, chegando à mínima histórica de R$ 0,60. Mesmo nos melhores momentos não passou de R$ 3,20. Sinalizaria um potencial de recuperação se crescesse a partir de R$ 4,52, mas não dá nenhum sinal de que vá abandonar a baixa.”

3) Technos (TECN3) – Acessórios

“Em 2013, o papel chegou ao pico de R$ 24,13. Neste ano, já houve queda acumulada de 60,56%, com cotação mínima de R$ 0,88. A ação não demonstra sinais de melhora, por isso não indico tê-las em carteira.”

4) Dommo (DMMO3) – Exploração, refino e distribuição

“Em 2020, o papel fez a mínima de R$ 0,47 e a máxima de R$ 2,96. A queda no acumulado de doze meses é de 55,23%. Ao olharmos o preço histórico, o tombo é bem mais feio. Em 2015, a DMMO3 chegou a valer R$ 495,15. Para conseguir ganhar a pressão necessária para atingir níveis de preço mais relevantes, e então justificar uma compra, o papel precisa demonstrar mais fôlego e força, superando as regiões de R$ 3 e R$ 5 e caminhando para R$ 10.”

5) JB Duarte (JBDU4) – Holdings diversificadas

“É um dos papéis que eu menos recomendaria nesta lista. Tem o costume de performar mal e já chegou a valer zero em 2014. Neste ano, sofreu uma forte queda, de 35,71%, e não demonstra sinal de melhora na parte gráfica. Aos investidores que estão alocados neste ativo, todo cuidado é pouco.”

6) Tecnosolo (TCNO4) – Engenharia consultiva

“Neste ano, o papel oscilou entre os extremos de R$ 0,75 e R$ 2,77, com balanço positivo de +17,73% no período. Já chegou a valer zero, em 1995, e R$ 29,93, em 2008. Como já esteve melhor neste ano e depois perdeu força, agora precisa romper a região de R$ 3,70 para ter fôlego para chegar a R$ 6, um terreno melhor para compra. Apesar da valorização no ano, é um ativo de altíssimo grau especulativo, sem muita liquidez. O investidor precisa ter cuidado e saber bem onde está entrando.”

7) Recrusul (RCSL4) – Material rodoviário

“Vem há três anos em um processo de lateralização, sempre na faixa entre R$ 0,78 e R$ 3,50. A mínima histórica é de R$ 0,70, em 2018; neste ano, já caiu até R$ 0,78. Em um cenário ideal para compra, esse papel teria de romper o teto de R$ 3,50, buscar a faixa de R$ 5 e alcançar algo entre R$ 5 e R$ 7 no longo prazo. Parece que ele se acalmou na região atual. Difícil acreditar que, em 2008, a ação chegou a valer R$ 1.817, também graças a uma série de grupamentos.

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Contudo, os volumes melhoraram bastante nos últimos meses, vale ficar de olho nesse ativo.”

9) Haga (HAGA4) – Produtos para construção

“Em uma trajetória de muita volatilidade, a ação viveu bons tempos a partir de 2006, quando entrou em viés de alta e chegou a R$ 7,44, em 2009. O papel não sustentou o preço, caiu até R$ 1,10 e vem tentando subir em escadinha, com média anual em torno de R$ 1,40. Neste ano, acumula 18,83% de baixa. Teria de fechar acima da faixa entre R$ 3,50 a R$ 4 para buscar níveis melhores de preço, mas é difícil pensar em uma volta ao topo de 2009. O mais realista seria a faixa de R$ 4, que chegou a ocupar no ano passado. Para se recuperar, porém, a empresa precisa ter a casa bem arrumada para resgatar a confiança dos investidores.”

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