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As 5 ações menos rentáveis do Ibovespa em outubro

O principal índice da B3 encerrou outubro com uma queda de 2,94% no acumulado mensal, aos 113.143,67 pontos

As 5 ações menos rentáveis do Ibovespa em outubro
(Foto: Envato Elements)
  • Segundo dados da Ágora Investimentos, os papéis da Magazine Luiza (MGLU3) e do Grupo Casas Bahia (BHIA3) protagonizaram as maiores quedas do Ibovespa
  • As construtoras também entraram no ranking com a desvalorização das ações da Eztec (EZTC3) e da MRV (MRVE3) de 23,7% e de 22,7%, respectivamente

A perspectiva de mais um corte da taxa Selic na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), prevista para acontecer nesta quarta-feira (1), parece não ser o suficiente para reverter as perdas das ações das varejistas.

Pelo segundo mês consecutivo, os papéis do Magazine Luiza (MGLU3) e do Grupo Casas Bahia (BHIA3) protagonizaram as maiores quedas do Ibovespa.

Segundo dados da Ágora Investimentos, enviado para o E-Investidor, em outubro as duas companhias apresentaram quedas de 37,3% e de 28,6%, respectivamente.

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O fraco desempenho dos papéis reflete a percepção do mercado de que o ambiente permanece desafiador para o setor do varejo, mesmo em um período de queda dos juros no Brasil. Isso acontece porque, mesmo com um ritmo de queda Selic, as taxas vão continuar em patamares elevados por mais tempo, cenário prejudicial para os resultados das varejistas.

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, acrescenta ainda que o alto índice de inadimplência entre as famílias brasileiras também impacta nas vendas das empresas. “Adicionalmente, os debates atuais sobre a taxação das vantagens tributárias relacionadas ao ICMS (durante a reforma tributária) têm potencial para afetar as estimativas de rendimento desse tipo de empresa, desencorajando os acionistas”, afirma Lima.

As ações da Petz (PETZ3), assim como as outras varejistas, também foram penalizadas pelo mercado devido ao contexto desafiador para o setor e encerraram outubro com perdas de 24,6% no acumulado mensal.

Na segunda-feira (30), os papéis da companhia encerraram com perdas de 4,86% diante da aceleração dos DIs, após a declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre as falas do presidente Lula sobre a possibilidade do governo não cumprir a meta fiscal em 2024. “Lá fora, juros dos Treasury Bonds voltam a avançar e, por aqui, o risco fiscal continua a ter impactos negativos nos preços dos ativos financeiros locais e no real”, afirmou Rafael Passos, sócio e analista da Ajax Asset.

As construtoras também entraram no ranking das maiores perdas do Ibovespa em outubro. Segundo levantamento da Ágora Investimentos, as ações da Eztec (EZTC3) e da MRV (MRVE3) apresentaram uma desvalorização de 23,7% e de 22,7%, respectivamente. O pessimismo tem relação com as prévias dos resultados operacionais das companhias.

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No caso da Eztec. os lançamentos da construtora reduziram em 82% na comparação trimestral e 79% em relação ao mesmo período do ano passado.

As vendas líquidas da companhia que alcançaram um volume de R$ 281 milhões também acompanharam a queda. “Os distratos mantiveram-se em níveis mais elevados, atingindo R$ 65 milhões, uma alta de 18% na comparação anual, o que representa 18,8% das vendas brutas”, citou a XP, sobre outro ponto negativo dos números preliminares apresentados pela Eztec.

Já em relação aos números preliminares da MRV, os resultados vieram mistos. Segundo os analistas da Genial Investimentos, houve um aumento significativo no ticket médio para R$ 239 mil, acima da expectativa para 2023. O problema é que a queima de caixa de R$ 129 milhões trouxe preocupação para os investidores. “Com a geração de caixa de incorporação acumulada em – R$ 330 milhões no ano, achamos difícil de acreditar que a MRV deve alcançar sua expectativa de zero a R$ 200 milhões no ano”, informou a Genial.

Além disso, as construtoras, especialmente as de baixa renda, podem ser impactadas se o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir corrigir a rentabilidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Atualmente, o fundo possui uma correção de 3% ao ano mais a taxa referencial (TR), mas o entendimento do ministro Luís Roberto Barroso, relator da ação e presidente do Supremo, é que os valores devem garantir um rendimento mínimo igual ao da caderneta de poupança. Veja os detalhes nesta reportagem.



*Com informações da Agência Estado

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