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As 3 opções dadas ao investidor de AES Brasil (AESB3) em meio à fusão com a Auren (AURE3)

As companhias informaram que a combinação dos negócios ocorrerá por meio da incorporação de ações

As 3 opções dadas ao investidor de AES Brasil (AESB3) em meio à fusão com a Auren (AURE3)
Imagem: Envato Elements

A AES Brasil (AESB3) anunciou uma proposta de fusão com a Auren (AURE3) na última quinta-feira (15). A operação para a venda da AES Brasil estava em curso há meses e a Auren, que já tinha 5% da companhia, era apontada como um dos potenciais compradores.

As companhias informaram que a combinação dos negócios ocorrerá por meio da incorporação de ações. Assim, a AES Brasil será uma subsidiária integral da Auren. Com a operação, os investidores da AES terão três opções para converter suas ações:

  • A primeira prevê 10% em caixa (pagamento em dinheiro) e 90% em ações (R$ 1,16 mais 0,69 vez em ativos da Auren por ação da AES);
  • Na segunda, a condição é de 50% em caixa e 50% em ações (R$ 5,78 mais 0,38 vez as ações da Auren pelas da AES);
  • A terceira prevê a dissidência do acionista, com o pagamento de R$ 11,55 por cada ativo.

Em meio às especulações sobre se Auren fez um bom ou mau negócio, muitos investidores da AES se questionam sobre qual é a melhor opção entre as oferecidas pela empresa interessada em comprar a companhia. A maioria dos analistas ouvidos pelo E-Investidor avalia que a melhor opção é a terceira.

Na visão de Arlindo Souza, analista da Levante Corp, o valor oferecido pela AES é muito maior que o próprio preço-alvo que a corretora calculava para as ações da AES. O analista estimava um preço-alvo de R$ 10 para as ações para o final de 2024. Já o valor oferecido pela Auren é de R$ 11,55, 15,5% na comparação com o preço considerado justo pela corretora.

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Em relação ao fechamento do pregão de quarta-feira (15), quando a ação da AES encerrou o pregão a R$ 9,78, o valor oferecido pela Auren implica em um prêmio de 18,1%. Para Pedro Lang, economista e sócio da Valor Investimentos, a melhor opção para o investidor é a terceira, visto que o prêmio é atrativo e seguro.

Ele reforça que o próprio controlador da AES preferiu a terceira opção, isso porque a AES está altamente endividada e o processo de fusão pode ter altos riscos de execução para o investidor. “A preocupação reside na alavancagem, visto que a AES possui altas dívidas. O novo índice Dívida Líquida sobre Ebitda, calculado com base no pagamento pela Auren, utilizando 90% do Caixa, atingiria 5,3 vezes, um número preocupante”, aponta Lang.

Para Artur Horta, especialista em investimentos da GTF Capital, a terceira opção também é melhor para o investidor. Ele lembra que, se o investidor da AES optar por receber ações da Auren, ele pode encontrar uma alta volatilidade no mercado com o risco de redução de distribuição de dividendos da companhia para pagar os outros acionistas da AES que forem embora.

“A primeira opção, de aceitar 10% em dinheiro e 90% em ações da Auren, é muito arriscada. A segunda é intermediária, porque diminui a exposição a ações e ao mercado em relação à primeira. No entanto, ainda vejo terceira como a melhor para o investidor pessoa física, pois ela é a única que garante um lucro real no curto prazo”, aponta Horta.

Investidor mais arrojado tem outra recomendação

Enquanto a maioria das análises aponta para o investidor escolher a terceira opção, os analistas do BB Investimentos são mais ousados. Em relatório publicado nesta sexta-feira (17), Rafael Dias, analista do BB Investimentos, indica que a primeira opção pode ser melhor para aquele investidor que tem interesse em ter retornos atrativos no longo prazo.

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Segundo o BB Investimentos, aceitando a primeira opção, o investidor da AES Brasil que está propenso ao risco teria o melhor dos dois mundos. No curto prazo, o indivíduo teria 10% do valor que seria pago em mãos. Já a quantia de 0,69 vez em ações da Auren por papel que ele trocar pode render bons dividendos no futuro distante, principalmente após o fim do processo de fusão entre as duas empresas.

Outro ponto que influencia a decisão do BB Investimentos é o valor que o analista considera justo para a AES Brasil. Rafael Dias não deixa claro qual seria o valor ideal para as ações da AES. Todavia, ele destaca que o valor de R$ 11,55 é muito abaixo do esperado, e por isso, não vale a pena vender o papel da empresa de forma integral.

“A proposta veio aquém do valor que estimamos para a AES Brasil, mas considerando que a proposta de combinação de negócios já está virtualmente aprovada, entendemos como mais vantajosa para os acionistas com visão de longo prazo, a opção com recebimento do menor valor financeiro e maior quantidade de ações da Auren”, explica Dias.