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A Auren (AURE3) reportou prejuízo líquido de R$ 363,6 milhões no quarto trimestre de 2024, ante um lucro líquido de R$ 220,2 milhões registrado em igual período de 2023. Analistas do mercado financeiro dizem que o balanço foi entre fraco e levemente acima das expectativas.
Às 11h39min, as ações da Auren recuavam 4,95%, a R$ 8,25. Os analistas da Genial Investimentos lembram que o prejuízo aconteceu devido ao aumento de 75% das despesas financeiras, que foram de R$ 860,7 milhões.
“O aumento nessa linha está relacionado ao crescimento dos encargos e atualizações monetárias, devido o maior saldo de dívida e outras despesas financeiras, devido ao pagamento de debêntures relacionadas à aquisição da AES Brasil”, explicam Ricardo Bello e Vitor Sousa, que assinam o relatório da Genial.
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Para a equipe do Safra, a fotografia do momento é ruim, no entanto, eles lembram que a empresa está somente no começo do seu plano de transformação. “Os resultados operacionais da Auren foram fracos comparados às nossas estimativas, mas lembramos que esta é a primeira vez que a Auren relata seus números consolidados com a recém-adquirida AES Brasil”, dizem Daniel Travitzky, Carolina Carneiro, Mario Wobeto, que assinam o relatório do Safra.
Eles apontam que, embora os baixos resultados comerciais expliquem os números baixos, eles notaram o fato de a empresa estar no início de um processo de consolidação e os benefícios mais significativos do procedimento de recuperação devem aparecer ao longo de 2025. A companhia reportou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), que mede o resultado operacional, foi de R$ 389 milhões, queda de 58%.
Ainda assim, os analistas do Safra dizem que o número é complicado de comparar, visto que no quarto trimestre de 2024 o balanço da Auren não estava com o da AES. Para 2025, os analistas estimam que os dividendos da Auren devem entregar um rendimento de 10,9% do valor da ação.
Eles argumentam que o papel está atrativo para o investidor e deve pagar bons dividendos, recomendando compra para a ação. O Safra tem preço-alvo de R$ 17 para a ação AURE3 e classifica o ativo como outperform, que é equivalente à recomendação de compra. A XP tem a mesma visão e recomenda compra para a ação com preço-alvo de R$ 13,30 para o fim de 2025, alta de 53,22% em relação ao fechamento de segunda-feira (24), quando a ação encerrou o pregão a R$ 8,68.
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Eles comentam que a geração eólica aumentou cerca de 15% ano a ano, principalmente explicada pela entrada em operação dos complexos eólicos Tucano e Cajuína. “Excluindo os efeitos de curto prazo durante o período, a produção teria ficado em linha com os níveis P90 (o operador do sistema reduziu cerca de 10% da sua geração de energia). Por outro lado, a geração hidrelétrica diminuiu 16% entre o quarto trimestre de 2024 e o quarto trimestre de 2023, refletindo o cenário hidrológico desfavorável”, relatam Vladimir Pinto e Bruno Vidal, que assinam o relatório da XP.
Endividamento da Auren preocupa analistas
Por fim, a Genial lembra que o endividamento da empresa ficou no holofote do mercado. A Auren fez a aquisição da AES em 2024 em um negócio de mais de R$ 30 bilhões. Na época, analistas do mercado financeiro disseram que a compra iria elevar o endividamento da empresa e reduzir os dividendos da Auren. Os analistas da Genial disseram que a alavancagem (endividamento) da empresa foi de 5,7 vezes dívida líquida/ebitda ajustada, dada a sua operação alavancada para a aquisição da AES.
“As agências de classificação de risco de forma geral veem uma perspectiva estável, reiterando maior confiança financeira em relação à companhia. Acreditamos que o principal ponto de atenção, que irá medir o impacto futuro da alavancagem e geração de caixa, continuará sendo a continuidade da eficiência operacional e a captura dos ganhos de sinergia”, apontam Ricardo Bello e Vitor Sousa, que assinam o relatório da Genial.
A equipe do BTG Pactual também está otimista com a ação. Eles calculam um retorno em dividendos da Auren de 16,4% para 2025 após estimarem que o papel é negociado a um preço atraente para o investidor. Ou seja, a estimativa de dividend yield para a empresa é mais pelo preço do papel do que pelos lucros em si, que tendem a ser modestos pelo fato de a empresa estar em um processo de aquisição com uma alavancagem elevada.
O BTG tem recomendação de compra para Auren (AURE3) com preço-alvo de R$ 14,50, alta de 67,1% na comparação com o fechamento de segunda-feira (24), dia em que o papel encerrou o pregão a R$ 8,68.
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