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A Auren Energia (AURE3) pode lucrar R$ 136 milhões no quarto trimestre de 2024, dizem analistas do BTG Pactual em documento enviado ao E-Investidor nesta segunda-feira (24). O número significa uma alta de 26,39% na comparação com o lucro líquido de 107,6 milhões do quarto trimestre de 2023. Ainda assim, os analistas se dividem sobre o futuro dos proventos da empresa.
Para os analistas do BTG Pactual, os ativos da empresa de energia eólica, incorporados pela aquisição da AES, historicamente tiveram as piores produções de um trimestre para a empresa do setor eólico, o que deve impactar de forma negativa o balanço da empresa.
“O desempenho abaixo do esperado no quarto trimestre de 2024 deve ser explicado principalmente por cortes, mas, em anos anteriores, outros fatores estavam em jogo, como as condições climáticas (ou seja, velocidades do vento menores do que o esperado) e problemas técnicos”, afirmam Antonio Junqueira, Gisele Gushiken e Maria Resende, que assinam o relatório do BTG.
Para a equipe do Itaú BBA, os níveis de redução diminuíram em novembro. No entanto, aqueles causados por restrições de Razões Energéticas (ENE) se tornaram mais significativos. Isso não ocorreu apenas na Auren, mas sim em todas as empresas do setor.
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“Os impactos totais de redução eólica atingiram 8% da geração total em novembro, abaixo dos 9% em outubro. Os impactos totais de redução solar atingiram 11,5% da geração total em novembro, abaixo dos 12,8% em outubro”, dizem Fillipe Andrade, Marcelo Sá, Luiza Candiota e Victor Cunha, que assinam o relatório do Itaú BBA. O banco não divulgou uma prévia sobre o balanço da Auren, mas teceu alguns comentários sobre a produção de todo o setor no fim do quarto trimestre de 2024.
Em meio a esse pessimismo, os analistas do BTG Pactual estimam que a empresa deve apresentar uma geração de caixa, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), de R$ 414 milhões, queda de 18,5% na comparação com o Ebitda de R$ 508,1 milhões do quarto trimestre de 2023.
Quanto a Auren vai pagar em dividendos em 2025?
Ainda assim, o BTG se mantém otimista e calcula que os dividendos da Auren em 2025 devem ficar na faixa dos 16,2% do valor de mercado da empresa. Os rendimentos teriam o impacto do desconto que a ação apresenta para o investidor, após queda de 30% em 12 meses, e pelo lucro apresentado pela companhia. O BTG tem recomendação de compra para a ação da Auren com preço-alvo de R$ 14,50, alta de 64,4% na comparação com o fechamento de sexta-feira (21), quando a ação encerrou o pregão a R$ 8,82.
Já a Ágora Investimentos vê problemas na aquisição da AES, que tende a elevar o endividamento da empresa e reduzir os dividendos da Auren. Em seu guia de ações publicado na última sexta-feira (21), a Ágora Investimento manteve sua recomendação neutra para as ações da Auren com preço-alvo de R$ 15 para o fim de 2025, alta de 70% em relação ao fechamento de sexta-feira. Os analistas estimam que os dividendos da elétrica devem ficar em 7,2% do seu valor de mercado.
“Com base em nossas estimativas revisadas ao preço atual, vemos atualmente a Auren sendo negociada a uma Taxa Interna de Retorno (TIR) real implícita de aproximadamente 10%, inferior a de outras empresas que gostamos no setor, como a Eletrobras (ELET3), que possui TIR de 13%”, dizem os analistas da Ágora ao fazerem estimativas para a Auren Energia (AURE3).
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