Veja o diz o CFO da empresa sobre os dividendos (Foto: Adobe Stock)
O CFO do Banco do Brasil (BBAS3), Marco Geovanne Tobias, disse que a instituição financeira poderá pagar dividendos extraordinários em 2026 – a depender do quanto o banco consiga reforçar a base de capital ao longo do próximo ano. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (13), durante a teleconferência dos resultados.
O executivo do BB, no entanto, deixou claro que o foco central da companhia é manter o porcentual do lucro pago em dividendos (payout) em 30% ao longo de 2026.
“Vamos manter o payout em 30%. A medida que a gente crescer a carteira e retomarmar o nível de lucro que consideramos ideal para o Banco do Brasil, podemos até falar em dividendos extraordinários em 2026”, disse Tobias durante a teleconferência dos resultados.
Segundo o CFO, a distribuição de dividendos extras do Banco do Brasil pode acontecer se a empresa manter o seu índice de capital principal, CET 1, em pelo menos 11%, que é o mínimo regulatório. O índice mede quanto do capital do próprio banco é colocado em empréstimos feitos pela companhia.
De acordo com o CFO, a companhia pode encontrar alguns desafios para chegar nesse patamar. Ele comenta que a empresa deve sentir um impacto de 0,6 ponto porcentual em sua base de capital com o fim do Programa de Capital de Giro para Preservação de Empresas (CGPE), um programa de renegociação de dívidas das micro e pequenas empresas realizado em 2020.
Janaina Storti, gerente de relação com investidores, pontuou que além dos 0,6 ponto porcentual do CGPE, a companhia ainda teria 0,25 ponto porcentual de impacto da resolução 4.966, que deve exigir mais reforço de capital devido às provisões.
“No total, estimamos 1 ponto porcentual de impacto no capital no próximo ano. No entanto, vale lembrar que parte desse impacto deve ser reduzido com a MP 1.314, a qual deve retirar o impacto de 0,6 ponto porcentual do Programa de Capital de Giro para Preservação de Empresas”, disse Storti.
A MP 1.314, que criou um programa de renegociação de dívidas no agronegócio, deve reduzir os impactos do fim do CGPE pelo fato de a cada R$ 1 emprestado, o banco terá R$ 1 de benefício em suas obrigações tributárias, o que é positivo para reforçar o capital do BB. Mesmo assim, os executivos preferiram manter o tom conservador.
“Por causa dessas incertezas, preferimos manter o payout de dividendo conservador em 30%, mas não fechamos a porta para os dividendos extraordinários no próximo ano” conclui o Tobias. Para analistas ouvidos pelo E-Investidor, o Banco do Brasil (BBAS3) reportou um resultado fraco e piorou a percepção dos agentes do mercado sobre a companhia, após revisar suas projeções de lucro para 2025, veja detalhes da análise e projeções para os dividendos nesta reportagem.