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Mercado releva risco político e indica compra de BB (BBAS3). Vale a aposta?

O mercado teme que a gestão do banco sofra mudanças com a flexibilização da lei das estatais

Mercado releva risco político e indica compra de BB (BBAS3). Vale a aposta?
As ações do Banco do Brasil encerraram com uma queda de 2,48% no pregão desta quarta-feira (15) (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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  • O texto aprovado reduz o tempo de indicação de nomes que tenham participado de campanhas eleitorais
  • Caso seja aprovada pelo Senado e entre em vigor, a alteração pode ampliar o espaço de interferências políticas na gestão das companhias
  • Por outro lado, alguns analistas acreditam que o Banco do Brasil não está tão suscetível ao risco político ao ponto de mudar as suas perspectivas de resultados

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) se destacaram ao longo deste ano após a companhia entregar bons resultados e um alto volume de dividendos aos seus acionistas. No entanto, desde o período das eleições, o cenário político era visto como um sinal de alerta para os investidores que estavam de olho no papel. E nesta semana, com a aprovação  do projeto que flexibiliza a Lei das Estatais na Câmara dos Deputados,  a “luz” desse sinal ficou evidente. Mesmo assim, algumas corretoras possuem recomendação de compra para o papel.

A mudança aprovada pela Câmara reduziu de 36 meses para 30 dias o tempo para que um profissional com participação em campanhas eleitorais possa assumir cargo de administração de empresa pública ou de sociedade mista, ou se tornar membro de conselho de administração. No entanto, ainda há um trâmite a ser seguido antes de entrar em vigor. Com o aval positivo dos deputados, o texto segue agora para análise do Senado e depois, caso seja aprovada pela casa, vai para a sanção do presidente da República.

Apesar de não haver uma consolidação da proposta, os analistas de mercado afirmam que uma alteração da Lei das Estatais, vista como um instrumento de proteção contra interferências políticas, deve elevar o risco das empresas públicas listadas na Bolsa. A percepção impactou o preço das ações da companhia. Ontem, os papéis encerraram com uma queda de 2,48%, cotado a R$ 31. Veja os detalhes nesta reportagem.

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O tombo só não foi maior em comparação ao da Petrobras (PETR4/PETR3) em que os papéis fecharam o pregão com uma desvalorização de 7,9% e de 9,8%, respectivamente. A grande diferença na performance entre as duas companhias tem um porquê. Ao contrário da petroleira, o Banco do Brasil está menos suscetível às interferências políticas devido à sua estrutura interna e também pela presença de outros bancos públicos, como a Caixa Econômica e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Além disso, na avaliação de Flávio Conde, analista de investimentos da Levante, o preço das ações do Banco do Brasil segue com um desconto de 62% em relação ao seu valor patrimonial (VP). O atual porcentual segue abaixo da média histórica da instituição financeira, que ficava em torno de 90% em relação ao VP. “No pior momento do governo Dilma, estava valendo 65% em relação ao valor patrimonial”, afirma.

A recomendação de compra para as ações também se baseia na perspectiva da condução do próximo governo no campo da economia. Apesar das recentes ações que desagradaram o mercado, Conde não acredita que a condução econômica de uma nova gestão do presidente eleito possa ser semelhante ao do governo Dilma Rousseff.

“O Banco do Brasil também teve um lucro semelhante ao do Itaú no terceiro trimestre deste ano e acho muito difícil o lucro sofrer uma queda de 57% nos próximos anos”, afirma.

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O BTG Pactual também possui recomendação de compra para as ações do Banco do Brasil. Em relatório divulgado no último dia 7, os analistas ressaltam a continuidade de entrega de bons resultados em 2023 e um patamar de dividendos atraente para o investidor.

“Com um rendimento de dividendos esperado de 12% para no próximo ano, acreditamos firmemente que a avaliação é extremamente atraente, justificando nossa compra”, informaram os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura em relatório. O risco político também entrou no radar na análise. No entanto, os analistas apontaram que a instituição financeira aprimorou sua governança corporativa ao adotar mecanismos que pudessem reduzir o risco de interferência do governo ao ponto de prejudicar os resultados.

A Genial também enxerga essas mudanças na governança como algo positivo, o que sustenta também a sua recomendação de compra. Isso porque o plano diretor da companhia deve ser seguido durante um período de cinco anos, independentemente da mudança do presidente da companhia. A outra característica de “blindagem” corresponde à composição do Conselho de Administração, no qual 50% são formados por membros independentes.

Já a XP possui uma recomendação de compra com um preço-alvo de R$ 57 para a ação até o fim do ano, o que representa um potencial de valorização em torno de 80% em comparação à cotação do papel no pregão desta quarta-feira (14). Segundo a corretora, o banco segue como líder de mercado em linhas de crédito, tem maior índice de cobertura entre os grandes bancos brasileiros e possui um custo de captação mais barato.

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“Não temos nada concreto sobre a proposta. Trata-se de um primeiro movimento e, caso mude a lei das estatais, precisamos entender o impacto que pode ter para o Banco do Brasil”, diz Renan Manda, analista-chefe do setor financeiro da XP.

Por outro lado, há analistas que recomendam ter cautela ou ficar de fora do papel diante dessa sinalização política que abre espaço para futuras interferências políticas. Segundo Mário Goulart, analista de CNPI e criador do canal no YouTube “O Analisto”, a proposta aprovada na Câmara que altera a Lei das Estatais coloca em “jogo” a gestão da companhia porque muda as regras de indicação de nomes para o comando das empresas. “É mais uma sinalização ruim de que Luiz Inácio Lula da Silva não está muito preocupado com governança”, afirma.

A Warren também possui recomendação neutra para o papel diante do risco político. Já a Empiricus mantém a sua recomendação de venda das ações do Banco do Brasil em virtude das possíveis interferências do governo na gestão da companhia.

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