A inadimplência do agronegócio se deteriorou em todo o setor bancário em agosto, disseram os analistas do Itaú BBA em relatório enviado à imprensa nesta terça-feira (30). Segundo os especialistas, o movimento pode pressionar a recuperação esperada para o Banco do Brasil (BBAS3) em 2026.
De acordo com dados fornecidos pelo Banco Central, os volumes totais de crédito agropecuário para pessoas físicas continuaram a desacelerar em agosto, fechando o mês com alta de 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, provavelmente em função de renegociações. As novas concessões caíram 22%, com os volumes de taxa de mercado perdendo 40%, enquanto os créditos com taxas regulamentadas cederam 15%.
A inadimplência do agro piorou 0,7 ponto porcentual em agosto, na comparação anual, para 5,1%. Com isso, a inadimplência geral do sistema financeiro se deteriorou acentuadamente em 1,6 ponto porcentual na comparação entre agosto de 2024 e agosto de 2025, atingindo uma alta recorde de 9,3% para os calotes acima de 90 dias.
“O crédito com taxa de mercado representa cerca de três quartos da carteira agropecuária do BB. O banco tem se manifestado sobre um terceiro trimestre ainda difícil. Essa tendência pode pressionar a recuperação esperada em 2026”, dizem Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard, que assinam o relatório do Itaú BBA.
O Itaú BBA classifica a ação do Banco do Brasil (BBAS3) como market perform, desempenho dentro da média do mercado. A estimativa é equivalente à recomendação neutra. O preço-alvo é de R$ 23 para o fim de 2026, um potencial de valorização de 4,11% na comparação com o fechamento de terça-feira (30).