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Banco do Brasil se salva em meio a todos os bancos em 2023. Até quando?

Performance da ação é a maior entre os bancos listados na Bolsa, mas analistas divergem nas recomendações

Banco do Brasil se salva em meio a todos os bancos em 2023. Até quando?
Banco do Brasil e Itaú devem observar melhores resultados em 2023; Bradesco e Santander enfrentam dificuldades. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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  • Segundo os dados do TradeMap, enviado ao E-Investidor, os papéis do Banco do Brasil são os únicos com ganhos ao longo deste ano entre as instituições financeiras
  • O bom desempenho acontece com a entrega de bons resultados no 4T22 mesmo em um cenário desafiador para a economia doméstica
  • No entanto, os riscos políticos envolvendo a companhia podem deixar as ações menos atrativas para o investidor, na avaliação de alguns analistas

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) deixam as rivais de bancos privados listados na Bolsa de valores para trás neste ano de 2023. Segundo dados do TradeMap, solicitados pelo E-Investidor, os papéis da estatal são os únicos que entregaram retornos positivos no acumulado de janeiro até o momento – os concorrentes amargam prejuízos para o investidor que superam os 20%.

Apesar das ações se apresentarem como um “oásis” num mar de perdas para os bancos, analistas de mercado ainda levantam dúvidas se a companhia representa um bom investimento. A ausência de uma decisão unânime sobre a recomendação para papel tem relação ao seu maior acionista: a União.

Para a sócia e analista de ações da Nord Research, Danielle Lopes, investir no Banco do Brasil não é uma boa alternativa. Na visão dela, a mudança para um governo  alinhado à esquerda elevou os riscos de interferências políticas que podem provocar mudanças estruturais na companhia nos próximos anos. E caso essa percepção se torne realidade, a continuidade de entrega de bons resultados será revisada para baixo. Entenda por que o BB se destaca frente aos pares nesta reportagem.

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“Já vimos essa ingerência política do governo na companhia acontecer no passado e, por isso, não justifica a tomada de risco. A minha recomendação é não ter ação do BB e vender os papéis caso esteja posicionado”, diz Lopes.

Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama, tem a mesma percepção e acredita que os riscos são maiores do que a possibilidade de lucro. “Não vemos razão para investir em BB já que há outras oportunidades melhores na bolsa, como commodities e ações de utilities (aquelas referentes a serviços essenciais, como energia e saneamento básico)”, afirma.

Veja a performance do Banco do Brasil em relação aos outros bancos listados na B3 

Ação Banco Retorno em 2023*
BBSA3 Banco do Brasil 12,2%
ITUB4 Itaú -3,7%
SANB4 Santander -5%
ITUB3 Itaú -6%
SANB11 Santander -6,3%
SANB3 Santander -7,2%
BPAC5 BTG Pactual -10%
BBDC3 Bradesco -10,8%
BBDC4 Bradesco -10,9%
BPAC11 BTG Pactual -19,2%
BPAC3 BTG Pactual -21%
Fonte: Einar Rivero, head comercial do TradeMap/*Retorno no acumulado do ano até o pregão do dia 28 de março

O entendimento sobre o risco político que carrega o Banco do Brasil, porém, está longe de ser unanimidade entre os especialistas de mercado. Há quem destaque melhorias na governança da empresa, com regras que oferecem proteção ao investidor e minimizam, em algum grau, a possibilidade de interferência política.

O plano estratégico está entre os argumentos de defesa do Banco do Brasil. A estratégia ali definida deve ser seguida durante um período de cinco anos, independentemente da mudança de governo. A composição do Conselho de Administração também ajuda a tornar mais difícil para o governo o uso da empresa para fins políticos, já que 50% do colegiado é composto por membros independentes – aqueles que não têm nenhum outro vínculo de remuneração com a companhia nem participação acionária nela.

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As “amarras” reforçam a visão de Gabriel Gracia, analista da Guide Investimentos, sobre baixa possibilidade de interferências significativas na gestão da empresa. “Não acreditamos que o novo governo possa trazer mudanças significativas ao ponto de alterar a sua rentabilidade”, diz Gracia, que recomenda compra das ações do Banco do Brasil com um preço-alvo de R$ 56.

A XP também mantém a posição de compra para os papéis do Banco do Brasil por acreditar que o banco estatal a segue em um momento positivo. Por isso, estima um preço-alvo de R$ 61, o que representa uma valorização de 59% em relação à cotação do papel no fechamento do pregão desta quarta-feira (29).

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