- A BB Seguros, campeã do Prêmio Broadcast Empresas, teve um crescimento de 53,7% no lucro líquido em 2022, puxado principalmente pelas operações
- Segundo a empresa, o resultado é fruto da aposta em um crescimento acima da média do mercado de seguros e investimento em tecnologia, área na qual investiu cerca de R$ 600 milhões em 2022
- Um dos próximos focos da companhia agora é que o crescimento seja distribuído entre as diferentes linhas e que as vendas sejam diversificadas fora dos canais do banco
Enquanto aposta em um crescimento acima da média do mercado de seguros, a BB Seguros (BBSE3) investe em tecnologia não apenas para ser mais eficiente, mas também para gerar novos negócios, e mais rápido. O volume de vendas através de novos canais é um efeito já visível e o próximo passo é permitir que o cliente personalize um seguro com poucos cliques.
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“O que é o nosso objetivo nos próximos passos, e o mercado de seguros vai caminhar para isso: hiperpersonalização”, diz o CEO da holding de seguridade do Banco do Brasil, Ulisses Assis. No ano passado, a empresa investiu cerca de R$ 600 milhões em tecnologia para acelerar o processo.
Na visão do executivo, esses investimentos ajudam a explicar o crescimento de 53,7% no lucro líquido em 2022, puxado principalmente pelas operações. A empresa é a campeã do Prêmio Broadcast Empresas, parceria entre a Agência Estado e a FGV EESP, referente ao ano passado, graças ao retorno dado aos acionistas, e também faturou o prêmio da categoria Novo Mercado.
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A BB Seguros renovou o sistema de gestão do relacionamento com os cerca de 8 milhões de clientes através dos investimentos, e passou a mapear o grau de proteção de cada um, ou seja, quantos produtos aquele cliente possui nas empresas do grupo e qual o grau de proteção que eles fornecem. Assim, consegue atendê-lo da mesma forma em todas as companhias, o que, acredita, ajuda a fidelizá-lo.
Um próximo passo nessa evolução é conectar os sistemas das coligadas com os do banco, através da BB Corretora, também controlada pela holding e que vende os produtos de todas as demais empresas. “A questão agora é fazer a integração da corretora com as seguradoras e da corretora com o BB. Nesse ano, vamos avançar muito”, diz Assis.
A BB Seguros espera que em 2023, o resultado não decorrente de juros, ou seja, o resultado das operações, cresça de 12% a 17%, e que a arrecadação em seguros aumente de 10% a 15%. Segundo Assis, o objetivo é que o crescimento seja distribuído entre as diferentes linhas. No ano passado, houve aumentos de dois dígitos em diversas linhas, mas o destaque foi para o seguro rural, que cresceu cerca de 52%.
No início de 2022, a seca em partes do Sul e do Centro-Oeste levou à quebra das safras de culturas como a soja, o que levou os produtores a buscar as seguradoras por indenizações e fez a sinistralidade das empresas disparar. Líder de mercado, a Brasilseg conseguiu diluir o impacto ao longo do ano, e Assis diz que a capacidade de análise dos riscos da empresa foi fundamental para isso.
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Um dos objetivos da gestão do executivo, que fez carreira no BB e lidera a BB Seguros desde 2021, é aumentar as vendas fora dos canais do banco, que continua sendo o principal deles.
Cooperativas
No rural, em 2022, foram R$ 933 milhões distribuídos através de correspondentes e cooperativas, entre outros balcões, o que tornaria esse canal a segunda maior seguradora do segmento no País – atrás apenas da própria Brasilseg. O BB tem mais da metade do mercado de financiamento para o agro no País, mas a seguradora quer garantir inclusive quem não é cliente do banco.
“No Banco do Brasil, entregamos o seguro na hora, mas não chegávamos no cliente que não financiava no BB”, afirma ele. “Hoje, usando a rede de correspondentes e cooperativas, criamos uma rede de distribuição para esse cliente.”
A mesma diversificação de canais é um mote da Brasilprev, líder em previdência privada no País e que neste começo de ano, consolidou a retomada da captação líquida positiva, após um período de retiradas diante do ataque de novas empresas do setor.
Na visão de Assis, o mercado de seguros ainda é pequeno diante do potencial que possui na economia. Entretanto, ele diz que ganhar mais espaço nesse bolo é uma questão de tempo. “O sinistro é a melhor propaganda: o seguro de vida tem outro apelo depois da pandemia”, afirma.
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