- O setor de biotecnologia teve um ano bastante bom, com uma enxurrada de acordos e a aprovação de novos medicamentos para doenças complicadas, como Alzheimer
- No entanto, isso não está sendo visto no desempenho de suas ações
- O S&P Biotech ETF (XBI) subiu cerca de 2% este ano e o índice NASDAQ Biotechnology (NBI) caiu 1%. Enquanto isso, o S&P 500 ganhou 18% e o Nasdaq 34%
O setor de biotecnologia teve um ano bastante bom com uma enxurrada de acordos e a aprovação de novos medicamentos para doenças complicadas como Alzheimer. No entanto, isso não está sendo visto no desempenho de suas ações.
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Dois indicadores observados de perto estão bem atrás do mercado como um todo. O S&P Biotech ETF (XBI) subiu cerca de 2% este ano e o índice Nasdaq Biotechnology (NBI) caiu 1%. Enquanto isso, o S&P 500 ganhou 18% e o Nasdaq 34%.
“Não tinha como ter pedido um ano melhor do ponto de vista das notícias e o XBI praticamente não mudou”, disse Tim Opler, diretor de banco de investimento em saúde da Stifel.
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Pressões econômicas maiores, como o aumento da taxa de juros, têm feito o interesse em apostar na biotecnologia diminuir. No início, isso também prejudicou as ações de tecnologia. Entretanto, agora, a empolgação com a inteligência artificial fez com que os investidores generalistas se perguntassem por que não compraram as ações da Nvidia Corp em vez de retornarem para as ciências da vida, disse Opler.
O entusiasmo se espalhou pela biotecnologia no início deste mês, quando a Nvidia fechou uma parceria com a Recursion Pharmaceuticals, fazendo com que as ações da Recursion disparassem 78% em um dia.
Antes desse investimento, houve vários acontecimentos que normalmente apoiariam as ações de biotecnologia, como a proposta de aquisição da fabricante de medicamentos contra o câncer Seagen pela Pfizer por aproximadamente US$ 40 bilhões, a venda da fabricante de medicamentos contra doenças autoimunes Prometheus para a Merck por quase US$ 11 bilhões, além de outras inúmeras transações menores.
Os investidores talvez estejam menos empolgados com o acordo Pfizer-Seagen sob escrutínio e com a ação da Comissão Federal de Comércio para impedir a aquisição da Horizon Therapeutics pela Amgen por US$ 28 bilhões.
Resultados financeiros
Os processos relacionados a uma nova lei de precificação de medicamentos e a incerteza quanto às fusões e aquisições de destaque geraram dúvidas a respeito de como as grandes farmacêuticas vão crescer no fim desta década, representando um risco importante nesta temporada de divulgação de resultados, escreveram analistas do Barclays em uma nota de pesquisa do mês de julho.
A percepção de que uma desaceleração provavelmente durará mais que o esperado fez com que as empresas procurassem por formas de economizar. Até agora neste ano, 88 empresas de biotecnologia foram reestruturadas, em comparação com 63 no mesmo período do ano passado, de acordo com os cálculos de Mara Goldstein, analista da Mizuho Securities.
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Algumas dessas mudanças foram consequência de resultados científicos decepcionantes, algo comum na área onde o fracasso faz parte dos negócios, disse Mara. Outras também foram movimentações proativas, como empresas avaliando o ambiente competitivo e mudando de planos.
Em fevereiro, a Sangamo disse que não iria seguir em frente com um estudo em fase avançada sobre seu medicamento para anemia falciforme para economizar. Minutos depois, a Graphite Bio disse que estava desistindo de sua terapia experimental para a doença por questões de segurança, demitindo 50% de seus funcionários e explorando alternativas estratégicas.
A Gossamer Bio divulgou em maio que cortou cerca de 25% de seu quadro de funcionários para focar em seu medicamento experimental que está em estágio mais avançado de desenvolvimento. No início de julho, a Avrobio anunciou que está explorando alternativas estratégicas, inclusive uma venda.
As próximas divulgações de resultados das empresas de biotecnologia podem dar uma ideia se as reformulações estão se estabilizando.
Esperança
De qualquer modo, sinais de esperança estão surgindo. Os recentes resultados de ensaios clínicos bem-sucedidos da BridgeBio e da Argenx a ajudaram a elevar o XBI em 1,6% em apenas um dia.
Três empresas de biotecnologia – Apogee, Sagimet e Turnstone – abriram seu capital no mês passado. Suas estreias na bolsa servirão como guias para o ambiente financeiro pelo resto do ano, disse Christian Richard, chefe de pesquisa pública na Samsara Biocapital.
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Mas serão necessários eventos grandes e relacionados ao setor para atrair mais dinheiro para ele e estimular uma recuperação generalizada, disse Richard. Ele acredita que os novos medicamentos para perda de peso, doenças autoimunes e Alzheimer vão reconquistar o interesse de investidores generalistas e especialistas.
“Os investimentos no setor ajudam a todos”, disse Richard. “Melhora a situação de todo mundo.”
Agora, quando isso vai acontecer é a pergunta que Richard relutou em responder.
Tradução: Romina Acácio
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