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BlackWin: a primeira plataforma de investidoras-anjo negras do Brasil

Clube de investimentos será lançado no dia 25 de julho e irá focar em negócios liderados por executivos negros

BlackWin: a primeira plataforma de investidoras-anjo negras do Brasil
Luana Ozemela, economista fundadora da BlackWin. Foto: Divulgação
  • No dia 25 de julho, o Brasil recebe a BlackWin, primeira plataforma de investidores-anjo liderada por mulheres negras
  • “Almejamos um futuro no qual as pessoas negras sejam prósperas, protagonistas de suas vidas e contribuam para uma transformação coletiva”, afirma Luana Ozemela, economista fundadora da BlackWin

No país em que a maior parte da população é formada por pretos e pardos (56%, de acordo com a PNAD Contínua de 2019, segundo os últimos dados disponíveis), o número de negros em posições de liderança no mercado financeiro ainda é pequeno. Eles ocupam menos de 10% dos cargos de CEO no Brasil, segundo pesquisa feita no final do ano passado pela Fundação Dom Cabral em parceria com a Page Executive.

Na pesquisa “O Perfil do CFO no Brasil 2021”, realizada pelo Insper em parceria com a Assetz Expert Recruitment com 128 diretores financeiros, só havia uma respondente mulher e negra (0,78% da amostra).

Foi pensando nessa lacuna racial existente em todo o ecossistema de investimentos no Brasil que Luana Ozemela, economista fundadora e CEO da DIMA Consult, criou a Black Women Investment Network (BlackWin).

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A BlackWin, cujo lançamento está programado para o dia 25 de julho, será a primeira plataforma nacional de investidoras-anjo liderada por mulheres negras.

Para quem não conhece, um investidor-anjo é um profissional que investe em startups com alto potencial de crescimento. No caso da BlackWin, para ser selecionada para as rodadas de investimento, as companhias deverão ser fundadas por pessoas negras que detenham pelo menos 50% do capital social ou possuírem uma equipe majoritariamente negra em cargos de C-Level. Além disso, a plataforma priorizará empresas em ‘early stage’ (estágio inicial), por questão estratégica.

Também serão levados em conta critérios de inovação social ou tecnológica e o quanto aquele projeto é importante para resolver gargalos importantes do país e contribui para atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU.

Dessa forma, além de trazer mais mulheres negras para o mercado financeiro na posição de protagonismo no fomento de novos negócios e promoção da equidade racial, a plataforma irá financiar e impulsionar empreendedores negros. “Almejamos um futuro no qual as pessoas negras sejam prósperas, protagonistas de suas vidas e contribuam para uma transformação coletiva. Queremos alcançar a equidade de gênero e raça no ecossistema de investimentos e caminhos mais eficazes para gerar prosperidade para todos”, afirma Ozemela.

Atualmente, a plataforma já possui 20 mulheres negras apoiadoras, pertencentes a diferentes áreas, como jurídico e due diligence, contábil, finanças corporativas, empreendedorismo, consultoria empresarial, compliance, administração de fundos e investimentos de impacto.

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Ozemela integra vários conselhos, incluindo o Laboratório de Inovação Financeira da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Pacto de Promoção da Equidade Racial e o Sistema B Internacional.

Ela conta que o grupo foi inspirado nos movimentos de articulação econômica e social para emancipação do povo negro, como a Irmandade da Boa Morte, que no século 18 reunia mulheres negras escravizadas e libertas no recôncavo baiano.

Como se tornar uma investidora-anjo?

A BlackWin é uma das pioneiras também a facilitar o acesso das mulheres negras a essa indústria de investimentos. Os requisitos para se tornar uma investidora-anjo, além de ser mulher e negra, é estar disposta a investir em coletivo. A plataforma irá proporcionar um espaço de aprendizado e troca de experiências para auxiliar essas profissionais na identificação de boas oportunidades.

A estimativa do clube é que sejam investidos R$ 100 mil por rodada, que podem ser alavancados por aliados e coinvestidores. Ou seja, pessoas que somarão no capital fornecido pelas investidoras-anjo negras.

Ozemela diz que a BlackWin é uma das pioneiras em facilitar o acesso de grupos minoritários a rede de investidores-anjo. Isso porque grande parte das redes de anjo tem pré-requisitos para o ingresso que acabam excluindo essa população, como estar ou já ter ocupado um cargo de alto nível. Vale lembrar que negros e negras ainda são minoria em cargos C-Level.

“As pessoas negras foram historicamente excluídas desse tipo de redes empresarias de investimento, justamente pelas barreiras sociais impostas pelo racismo estrutural. Por isso hoje é muito difícil ver pessoas negras dentro desses clubes”, afirma Ozemela.

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Segundo Jessica Silva Rios, ex-sócia da VOX Capital, primeira gestora de Investimentos de Impacto no Brasil, integrante do programa Conselheira 101, cofundadora da BLACKWIN e líder do GT de Investimentos do grupo, o objetivo é que a iniciativa realmente cause impacto. “Temos a ambição de nos tornarmos um dos grupos de investidores mais ativos em Black Founders do Brasil, suprindo a lacuna de capital semente”, diz.

Programação do lançamento da BlackWin

O evento ocorre on-line no dia 25 de julho, das 10h às 11h30, e tem como tema ‘O Protagonismo da Mulher Negra na Indústria de Investimentos’. Para saber mais detalhes, é só clicar aqui.

  • 10h – Abertura: Quem Somos na BlackWin? – Luana Ozemela
  • 10h15 – A Potência da Mulher Negra – Ana Minuto
  • 10h30 – Painel: Perspectivas de empreendedores sobre a Importância das Pessoas Negras Investidoras com a participação de Bia Santos (Barkus) e Andre Simões (Mooba) e moderadora: Livia Felix
  • 11h – Painel: O Papel das Instituições do Mercado de Investimentos na Promoção da Equidade Racial – Roberta Anchieta (Itaú) e moderação de Giovana Alves
  • 11h30 – Call for Action – Jessica Rios

 

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