(Estadão Conteúdo) – O Bank of America (BofA) retomou a cobertura dos papéis da Cosan com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 43, representando um potencial de alta de 96% em relação ao fechamento de sexta-feira (10). A companhia tem entregado o plano de simplificar a estrutura societária e destravar o valor de suas subsidiárias, além de acelerar o crescimento, justificam os analistas Isabella Simonato e Guilherme Palhares.
Sobre as subsidiárias, destacam o IPO da Raízen e venda de participação na Compass. Em relação ao crescimento, apontam a aquisição da Gaspetro, a joint venture de mineração anunciada recentemente. O terminal de regaseificação da Compass e os investimentos em biogás são outros movimentos positivos da Cosan citados pelos especialistas do BofA.
“Embora ainda não incluamos essas iniciativas de crescimento em nosso modelo, dados seus horizontes de longo prazo e a falta de alguns detalhes financeiros, acreditamos que o valor dos negócios existentes ainda não está totalmente refletido no preço das ações”, explicam Simonato e Palhares.
Os analistas enxergam um desconto de 13% nos papéis da Cosan, levando em consideração a soma das partes. “Isso não se justifica dado o sólido histórico da Cosan em alocação de capital e a capacidade das subsidiárias de pagar dividendos e ajudar a reduzir o endividamento no nível da holding”, complementam.
A equipe do banco americano ressalta ainda que possui uma visão positiva sobre as ações da Raízen e da Cosan, com rating de compra em ambas. Com isso, avalia que ambas têm um potencial significativo de alta e oportunidades de crescimento que não estão precificadas. Mas consideram que o momento em que esse crescimento começará a se materializar é diferente.
“Estimamos que a Raízen pode crescer o Ebitda em quase 50% nos próximos dois anos, enquanto os outros negócios da Cosan devem avançar de forma mais gradual, principalmente Compass. Embora a aquisição da Gaspetro e os projetos futuros de infraestrutura de gás sejam potencialmente cumulativos, devem levar alguns anos para se tornarem relevantes”, avaliam.