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Hoje não deu para segurar. Em dia sem catalisadores domésticos que mantivessem o patamar de 104 mil pontos, o Ibovespa andou duas casas para trás, no embalo da forte realização de lucros que se acentuou à tarde em Nova York (puxada pelo Nasdaq, que vem de sucessivas máximas históricas) e que acabou se reproduzindo também em São Paulo, com a proximidade do fim de semana.
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“Há uma coisa mais generalizada do mercado, que realiza posições que tiveram um aumento nas últimas duas semanas. Os preços que mais subiram são os que caíram mais, com algumas exceções”, afirma o analista de renda variável da Warren, Igor Cavaca.
Assim, com apenas seis papéis da cesta fechando em alta, o índice de referência da B3 encerrou o pregão desta quinta-feira (23) em queda de 1,91%, aos 102.293,31 pontos, e teve giro financeiro de R$ 29 bilhões. Com isso, ele passa a terreno negativo na semana (-0,58%), ainda avançando 7,61% no mês. No ano, as perdas são da ordem de 11,55%.
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As três ações que mais ganharam preço no dia foram Suzano (SUZB3), Qualicorp (QUAL3) e JBS (JBSS3).
Confira o que influenciou o desempenho desses três papéis.
Na manhã desta quinta-feira, o Credit Suisse afirmou em relatório que o adiamento de paradas de manutenção em fábricas de celulose na América Latina para o segundo semestre do ano pode reduzir a oferta global do insumo em 470 mil toneladas no período, além das reduções já esperadas anteriormente.
Para os analistas Caio Ribeiro e Gabriel Galvão, isso pode ajudar a trazer maior equilíbrio entre oferta e demanda por celulose, dando sustentação aos preços. Neste cenário, escrevem, a Suzano segue como a ação favorita dos analistas no setor.
Já Qualicorp ON teve o segundo melhor desempenho do dia após a empresa criar um comitê especial para investigar fatos ligados ao fundador e ex-CEO, José Seripieri Filho, que foi preso pela Operação Lava Jato e não faz mais parte da companhia. “Isso passa credibilidade ao mercado, era o mínimo a se esperar por parte da auditoria”, disse Hasegawa, da Infinity.
Com esse movimento, as ações recuperaram parte das perdas registradas nos últimos dias após a prisão de Seripieri, que despertou preocupação no mercado.
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“Há uma correção após a forte queda de ontem. A companhia já vinha produzindo mudanças na governança de forma forte, apesar de ser possível que eles paguem um preço pelos erros do passado”, afirma Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos. O analista destaca ainda a criação do Comitê de Apuração da companhia como motivador para o avanço dos papéis.
JBS ON sagrou-se a terceira mais valorizada ação desta quinta-feira, após o ministro-conselheiro da Embaixada da China, Qu Yuhui, sinalizar que o país asiático já começa a retomar as importações de frigoríficos brasileiros que haviam sido suspensos por medida preventiva diante da pandemia da covid-19.
“Toda semana víamos notícias de suspensão por parte da China. Essa retomada já era esperada, mas a confirmação tira um peso dos papéis”, comentou Victor Hasegawa, gestor de ações da Infinity Asset. Segundo ele, a JBS vinha sendo mais penalizada pelo mercado diante deste noticiário, e por isso, tinha desempenho mais positivo que o dos pares.
*Com Estadão Conteúdo
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