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- O Ibovespa encerrou o pregão desta sexta-feira (28) em alta de 1,51%, aos 102.142,93 pontos, e teve giro financeiro de R$ 23,2 bilhões
- As três ações que mais perderam preço no dia foram IRB Brasil (IRBR3), Marfrig (MRFG3) e Braskem (BRKM5)
O Ibovespa hoje fechou o dia em alta de 1,51%, aos 102.142,93 pontos, com leve ganho de 0,61% na semana e prestes a zerar as perdas do mês (-0,75%) na sessão derradeira de agosto, na segunda-feira (31). No ano, ele cede 11,68%.
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Assim, pela primeira vez desde o intervalo entre as três semanas de 29 de junho a 17 de julho, o Ibovespa conseguiu nesta sexta-feira encadear uma sequência positiva de ao menos duas semanas, embora o avanço agora seja mais modesto, vindo do ganho de apenas 0,17% na semana passada. O giro financeiro totalizou R$ 23,2 bilhões, bem fraco como o observado ao longo da maior parte da semana, à exceção de quarta-feira, quando o Ibovespa fechou em baixa de 1,46%, pressionado pela rejeição do presidente Bolsonaro à proposta inicial para o Renda Brasil apresentada pela equipe econômica.
No encerramento de uma semana tensa, em que a permanência do ministro Paulo Guedes e a situação fiscal do País continuaram em foco, a indicação de que o martelo sobre o Renda Brasil será batido mais para frente e de que o auxílio emergencial deve ser concedido até o fim do ano, com valor reduzido a R$ 300, contribuíram para ajustar os ativos, em especial o dólar, em baixa de 2,92%, a R$ 5,4152 no fechamento desta sexta, ainda em alta de 3,80% no mês.
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O alívio, contudo, pode ser temporário. “O mercado está ansioso pelas medidas de corte de despesas e de atração de investimentos, em vista da situação fiscal, e a garantia da manutenção do teto de gastos”, observa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, acrescentando, como contrapeso favorável em momento de dificuldades internas, a indicação do Fed de que “a taxa de juros por lá deve ficar baixa por um tempo maior que o projetado”.
Nesta sexta-feira (28), destaque para Cyrela (+7,39%), na ponta do Ibovespa, após a Cury, construtora controlada pela empresa, ter protocolado IPO que pode movimentar até R$ 1,7 bilhão. “O cenário de juros baixos é muito favorável ao setor imobiliário como um todo”, aponta Gomes. Logo após Cyrela, Qualicorp subiu 5,60% e Ecorodovias, 5,43%. No lado oposto do Ibovespa, IRB cedeu 1,57%, seguido por Marfrig (-1,40%) e Braskem (-1,08%).
Confira o que influenciou o desempenho dos três papéis que levaram a pior neste pregão: IRB Brasil (IRBR3), Marfrig (MRFG3) e Braskem (BRKM5).
IRB Brasil (IRBR3): -1,57%
No fim da sessão de hoje, as ações ordinárias de IRB Brasil RE se posicionaram como a maior queda no Ibovespa, caindo 1,57% horas antes de a empresa apresentar o esperado resultado do segundo trimestre. O balanço deve dar ao investidor uma maior clareza sobre a saúde financeira da empresa após todos os imbróglios em que o ressegurador se envolveu no início de 2020.
Um operador destaca que investidores já estão se preparando para números potencialmente ruins, mas que vão importar mais no curto prazo o que a empresa diz sobre seu futuro e as medidas que estão sendo tomadas do que o balanço em si. Pesou também o leilão de sobras de mais de oito milhões de ações ordinárias da empresa, realizado também nesta sexta-feira, às 16h30.
Marfrig (MRFG3): -1,40%
O dólar à vista recuou 2,92%, cotado a R$ 5,4152 na sessão de hoje, com o real sendo a moeda entre os emergentes que mais se valorizou nesta sexta-feira, o que influenciou em um movimento de baixa entre as empresas exportadoras, que se beneficiam dos altos patamares da divisa americana. Nesse contexto, Marfrig ON teve perda de 1,40%.
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“O patamar do dólar acima de R$ 5,30 ainda está muito favorável para as contas exportadoras, mas elas flutuam bastante com a divisa americana. Então o movimento de realização hoje faz sentido”, diz o especialista de investimentos da Portofino.
Gabriel Mota, operador de renda variável da RJ Investimentos, diz que o movimento das ações nesta semana não acompanhou a alta na cotação da divisa. “O dólar disparou nos últimos dias e os frigoríficos não puxaram tanto. Eles já vinham em movimento de forte alta desde a divulgação dos balanços, então pode ser uma percepção dos investidores de que os múltiplos já estão esticados”, comenta.
Braskem (BRKM5): -1,08%
As ações PNA da Braskem recuaram 1,08%, completando a trinca de maiores quedas do dia. Segundo analistas, a volta à tona de problemas relacionados ao incidente em Alagoas preocupa. “O que estava acomodado de repente pode ter um novo capítulo”, diz Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos.
A petroquímica, que já lida com problemas com a Justiça no Brasil e no México, agora enfrenta uma class action (ação coletiva) nos Estados Unidos. No processo, a empresa e seus executivos são acusados de não terem informado aos acionistas sobre a extensão dos problemas ocorridos em Alagoas.
“Normalmente essas requisições terminam em acordo, então é possível que a companhia, que luta para conseguir demonstrar ao mercado que consegue gerar caixa, se depare com um novo passivo”, acrescenta o analista.
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*Com Estadão Conteúdo