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- Os investidores olham para a próxima rodada de resultados trimestrais para avaliar como os lucros das empresas estão se mantendo e se isso faz com que as ações pareçam caras ou não nas bolsas de Nova York
- Os analistas esperam que as empresas do S&P 500 reportem uma terceira queda consecutiva nos lucros trimestrais
O mercado enfrenta seu próximo teste esta semana, quando a temporada de resultados trimestrais tem início e os investidores começam a avaliar se as bolsas de Nova York podem defender sua recuperação em um cenário de lucros corporativos deprimidos.
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As empresas têm lutado contra a inflação persistente, a demanda tensa do consumidor e os aumentos das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) por mais de um ano. Os investidores olham para a próxima rodada de relatórios para avaliar como os lucros das empresas estão se mantendo e se isso faz com que as ações pareçam caras ou não.
As bolsas de Nova York superaram as expectativas de rali em 2023, com o S&P 500 subindo 15% e o Nasdaq Composite, 31%, registrando seu melhor início de ano em quatro décadas.
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Os analistas esperam que as empresas do S&P 500 reportem uma terceira queda consecutiva nos lucros trimestrais. Os lucros do segundo trimestre devem ter caído 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a FactSet. Isso marcaria a retração mais acentuada desde o segundo trimestre de 2020, quando o início da pandemia da covid-19 resultou em uma queda de 32% nos lucros.
Dadas as perspectivas sombrias de Wall Street para os lucros, alguns participantes do mercado dizem acreditar que isso dá às empresas uma média baixa para superar o que, por sua vez, poderia dar aos investidores maior confiança para comprar ações.
“Raramente você pode se machucar caindo de uma janela do porão”, disse Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA Research, acrescentando que a única maneira de os investidores realmente se surpreenderem é se os ganhos forem melhores do que o esperado.
Ainda assim, com os analistas prevendo que os lucros corporativos crescerão no resto do ano, os investidores estarão atentos para saber se as empresas podem apresentar resultados nos próximos trimestres e se as expectativas de lucros futuros podem sustentar as avaliações das ações.
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Os investidores vão analisar esta semana os resultados de alguns dos maiores bancos do país, incluindo JPMorgan Chase e Citigroup, bem como Delta Air Lines e PepsiCo. Eles também analisarão as últimas leituras de preços ao consumidor e ao produtor, que provavelmente influenciarão o ritmo dos planos de taxa de juros do Fed.
O relatório mensal de empregos de sexta-feira (7), mostrou que os salários continuaram subindo mais rápido do que o esperado, pesando sobre os principais índices de ações e provavelmente mantendo o banco central no caminho de elevar as taxas de juros novamente no final deste mês.
Uma questão central para os investidores é quanto tempo mais as empresas podem proteger os lucros tentando repassar os custos elevados aos clientes, que aguentaram trimestre após trimestre os aumentos de preços. Analistas preveem que a receita das empresas do S&P 500 caiu 0,3% no segundo trimestre em relação ao ano anterior, o que marcaria a primeira queda nas vendas desde o terceiro trimestre de 2020.
Os primeiros relatórios trimestrais mostram que algumas empresas estão lutando com as pressões inflacionárias. A General Mills informou em junho que suas vendas foram afetadas. A Carnival, a maior empresa de cruzeiros do mundo, disse que os custos estão subindo e devem superar as estimativas anteriores para o ano. A Walgreens reduziu suas perspectivas financeiras para o ano em meio aos gastos modestos do consumidor.
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“A junção de todo o ambiente de taxa de juros e a expectativa de uma possível desaceleração econômica no comportamento do consumidor é certamente uma variável que está muito à frente e no centro para nós quando definimos a orientação”, disse o diretor financeiro da General Mills, Kofi Bruce, na teleconferência de resultados da empresa.
Os analistas esperam que as empresas de consumo discricionário relatem o maior crescimento anual de ganhos entre os setores do S&P 500, em 27%, com a Amazon sendo o maior contribuinte, de acordo com o FactSet. Eles preveem que o segmento de energia sofrerá a maior queda nos lucros, em comparação com o ano passado, quando os lucros dispararam e os preços do petróleo também.
As expectativas sobre os resultados das empresas de tecnologia de grande capitalização vão pairar nas próximas semanas sobre o mercado, após uma alta significativa nos preços das ações no início do ano. A forte participação de empresas como Apple e Microsoft no S&P 500 torna seus resultados particularmente influentes na direção do mercado.
As estimativas de ganhos para o restante de 2023 permanecem relativamente otimistas. Analistas esperam que os lucros das empresas do S&P 500 subam 0,3% no terceiro trimestre e 8% no quarto trimestre, de acordo com a FactSet.
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Se os lucros continuarem caindo, isso pode fazer com que as ações pareçam mais caras em relação aos lucros das empresas no futuro. Os investidores costumam usar a relação entre preço e lucro como um indicador para saber se as ações parecem baratas ou caras.
As empresas do S&P 500 estão negociando a 19 vezes seus lucros projetados nos próximos 12 meses, acima de um múltiplo de aproximadamente 17 no início do ano e acima da média de cinco anos de 18,6.
“Em algum momento, o quadro de lucro precisa acompanhar a expansão do múltiplo com a qual os investidores foram tratados no primeiro semestre deste ano”, disse Mark Luschini, estrategista-chefe de investimentos da Janney Montgomery Scott.