- Os balanços do 2º trimestre de grandes empresas mostraram que a economia apresenta sinais de retomada
- Petrobras, Usiminas e Vale foram as principais companhias com os melhores resultados durante o período
(Por Aléxis Cerqueira Góis, especial para o E-Investidor) – O 2º trimestre de 2020 foi marcado por uma forte crise financeira, causada pelo início da pandemia. Um ano depois, os balanços de abril a junho de 2021 de grandes empresas com ações listadas na bolsa de valores mostram que a economia emite sinais de retomada, uma amostra de que as incertezas causadas pelo coronavírus podem estar ficando para trás.
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Petrobras (PETR3; PETR4)
O lucro líquido da Petrobras, a maior estatal brasileira, ficou acima da expectativa do mercado no período de abril a junho de 2021, batendo os R$ 42,85 bilhões. A companhia reverteu o prejuízo de R$ 2,71 bilhões registrado no mesmo período do ano passado e teve uma alta expressiva de 3.572,2% em relação aos três primeiros meses de 2021, quando registrou R$ 1,16 bilhão de lucro líquido.
A empresa registrou uma receita líquida de R$ 110,7 bilhões no segundo trimestre de 2021. O número é 117,5% superior na comparação com o mesmo período do ano passado e 28,5% maior do que nos primeiros três meses de 2021.
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O Ebitda ajustado, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, ficou em R$ 61,93 bilhões. O número representa um avanço de 147,9% na comparação anual e 26,5% na comparação trimestral.
O resultado do balanço financeiro da Petrobras na Bolsa foi impulsionado pela valorização de 13% nos preços do petróleo brent e o aumento do volume de vendas de derivados, tanto no mercado interno quanto externo.
Além disso, a empresa contou com ganhos cambiais decorrentes da valorização do real frente ao dólar e o ganho complementar resultando da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins.
Usiminas (USIM3)
A Usiminas teve um lucro líquido de R$ 4,5 bilhões no segundo trimestre de 2021. O resultado reverteu o prejuízo líquido de R$ 395 milhões do mesmo período do ano anterior, o que significa um avanço de 277% em comparação aos três primeiros meses de 2021, quando registrou o lucro recorde trimestral até então, de R$ 1,2 bilhão.
A receita líquida da Usiminas ficou em R$ 9,6 bilhões de abril a junho, a maior já registrada em um trimestre. O número representa um crescimento de 296% na comparação anual e de 35,8% ante ao trimestre anterior, quando a receita foi de cerca de R$ 7,06 bilhões.
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O Ebitda ajustado ficou em R$ 5,1 bilhões, uma alta de 2.543% com relação ao mesmo período do ano passado e 109,3% acima do apurado no trimestre anterior.
Já a margem Ebitda ajustada ficou em 52,8%, o que representa uma alta de 19 pontos percentuais comparada aos 34,2% dos primeiros três meses de 2021 e de 45 pontos acima dos 8% do segundo trimestre de 2020.
Entre os destaques da Usiminas no período de abril a junho estão as vendas de aço, que registraram 1,32 milhão de tonelada, maior volume desde o terceiro trimestre de 2014. A maior parte do aço foi vendida no mercado interno, que absorveu 1,25 milhão da empresa.
Além disso, a siderúrgica vendeu 2,1 milhões de toneladas de minério de ferro, um resultado 5,4% superior ao trimestre anterior.
Vale (VALE3)
A Vale, companhia mais negociada na Bolsa de Valores do Brasil, teve um lucro líquido de R$ 40,09 bilhões no segundo trimestre de 2021, um salto de 658% se comparado ao mesmo período do ano passado, quando registrou R$ 5,28 bilhões.
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O resultado de abril a junho de 2021 é maior, inclusive, do que o lucro líquido de todo o ano de 2020, quando a empresa registrou R$ 26,7 bilhões de lucro, impactada pela crise causada pela covid-19.
Apesar disso, o balanço na bolsa da Vale ficou um pouco abaixo das estimativas. O mercado esperava um crescimento mais elástico devido ao preço recorde do minério de ferro, que ficou em torno de US$ 200 por tonelada.
A receita líquida da Vale ficou em R$ 87,84 bilhões, 26,76% maior que o trimestre anterior e 117% na comparação com abril a junho de 2020, quando registrou R$ 40,4 bilhões.
O Ebitda ajustado, que exclui as despesas de indenização relacionadas ao desastre de Brumadinho, foi recorde para um período de três meses. No segundo trimestre de 2021, o número ficou em R$ 59,17 bilhões, atribuído pela empresa a maiores preços realizados e ao volume de vendas de minério de ferro e pelotas.
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Os preços globais de finos de minério de ferro subiram 18%, enquanto a cotação de pelotas teve valorização de 32% no período. Os volumes de venda desses produtos cresceram, respectivamente, 13% e 22%.
TIM (TIMS3)
No segundo trimestre de 2021, a TIM Brasil registrou lucro líquido de R$ 681 milhões, um crescimento de 154% ante ao mesmo período do ano anterior, quando o resultado foi de R$ 267 milhões.
Na comparação com os R$ 267 milhões registrados de janeiro a março de 2021, o lucro líquido da empresa de telefonia teve um avanço de 146%.
O Ebitda somou R$ 2,08 bilhões, uma expansão de 5,2% na comparação anual. No segundo trimestre de 2020, o lucro, antes de juros, impostos, depreciação e amortização da TIM ficou em R$ 1,98 bilhão. Com relação a janeiro de março de 2021, quando registrou Ebitda de R$ 2,02 bilhões, o crescimento foi de 4%.
A receita líquida da TIM teve crescimento de 10,5%, passando de R$ 3,98 bilhões de abril a junho do ano passado, para R$ 4.407 bilhões, para o mesmo intervalo de 2021. O balanço da TIM no segundo trimestre de 2021 ressalta que parte do crescimento é explicado pela reversão das medidas restritivas impostas pela pandemia.
Ambev (ABEV3)
A Ambev teve resultado acima do esperado pelo marcado no segundo trimestre de 2021. O volume total de vendas apresentou crescimento de 19%. Sete das dez principais praças da companhia apresentaram crescimento acima do segundo trimestre de 2019, quando ainda não havia pandemia de covid-19.
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A empresa teve lucro líquido de R$ 2,96 bilhões no período, uma alta de 115,9% com relação aos R$ 1,37 bilhão registrados no segundo trimestre de 2020. O resultado superou também o número registrado em todo o primeiro semestre do ano passado, quando o lucro líquido da Ambev ficou em R$ 2,6 bilhões.
O Ebitda subiu 24% no intervalo de um ano e encerrou o trimestre passado em R$ 5,28 bilhões. A margem Ebitda registrada foi de 33,7%, 4,9 pontos percentuais acima do segundo trimestre de 2020.
Já a receita líquida da Ambev cresceu 36% em um ano e fechou o 2° trimestre de 2021 com saldo de R$ 39,80 bilhões. No Brasil, o crescimento do faturamento líquido foi um pouco menor e ficou em 28,5%.