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- Para Anderson Meneses, CEO da Alkin Research, o discurso não agrada muito, já que reforça a imagem negativa do Brasil mundo afora
- Segundo estrategista, o discurso não somente atrapalha os acordos como também o investimento externo no país
O presidente Jair Bolsonaro abriu a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (21). Logo no começo do seu discurso, que durou cerca de 13 minutos, ele afirmou que salvou o Brasil do socialismo e aproveitou o tempo para atacar governadores e prefeitos por adotarem medidas de isolamento social.
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Além disso, em um dos momentos mais marcantes, o presidente voltou a defender o tratamento precoce para a covid-19, citando que ele mesmo fez uso dos medicamentos para se curar da doença.
Apesar das falas negativas e contrariando as expectativas do mercado, o Ibovespa fechou em alta de 1,29% nesta terça-feira, aos 110.249,73 pontos. Os índices internacionais, como S&P 500 e o Dow Jones, registravam desvalorização de 0,081% e 0,15%, respectivamente.
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Segundo Ariane Benedito, economista da CM Capital o que fez a Bolsa subir foi a fala da equipe econômica alinhado à questão dos precatórios. “O mercado está bem de olho nesse tema, na condução das reformas, no plano de negociação de precatórios e no teto de gastos”, diz.
Mas, afinal, as falas do presidente têm impacto no mercado? Conversamos com especialistas para saber se elas têm peso e como podem comprometer a economia.
O efeito das falas do presidente
Para Anderson Meneses, CEO da Alkin Research, o discurso não agrada muito, já que reforça a imagem negativa do Brasil mundo afora. “Normalmente, os investidores ficam um pouco mais reticentes em relação à liderança do país, mas isso não deve nos afetar tanto. Porém, se o discurso fosse diferente, poderia ser muito positivo”, diz.
Na visão do CEO, apesar das falas negativas, o discurso já era esperado. Segundo Meneses, o mercado já antecipa os impactos qualquer declaração do presidente. Já Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, explica que o discurso foi muito mais voltado para a base de eleitores do presidente do que para aqueles que estavam realmente presentes na Assembleia Geral da ONU.
“O discurso deixa o Brasil com uma imagem arranhada. Nós sabemos que isso tem prejudicado acordos comerciais, como o do Mercosul com a União Europeia, que está travado. Esse tipo de postura em um ambiente respeitoso é bem ruim e só dificulta vender a ideia de que as coisas aqui não são tão ruins quanto estão vendo lá fora”, diz.
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Segundo o estrategista, o discurso não somente atrapalha os acordos como também o investimento externo no país. “O que reforça a ideia de que talvez seja melhor esperar a eleição 2022 para decidir investir no Brasil”, diz Cruz.
Vinícius Martins, sócio da PHI Investimentos, conta que a fala é significativa e pode gerar impactos no mercado de maneira bastante considerável. Porém ele afirma que os investidores estão mais preocupados com as tensões econômicas globais envolvendo a China, o possível calote de uma das construtoras e a redução dos estímulos na economia americana. “Nesse sentido, a fala do presidente Bolsonaro não gerou nenhum movimento relevante no mercado, principalmente para o Ibovespa”, conclui.