As ações do Bradesco (BBDC4) figuram entre as maiores altas do Ibovespa nesta quinta-feira (8), após surpreender positivamente o mercado com o balanço referente ao 1º trimestre de 2025. Em meio pregão, até as 12h, o banco ganhou R$ 21,3 bilhões em valor de mercado.
O Bradesco registrou um lucro líquido recorrente de R$ 5,9 bilhões, alta de 39,3% em comparação ao mesmo período de 2024. O resultado operacional também subiu 51,5% em 12 meses, para R$ 7,5 bilhões, enquanto a margem financeira líquida saltou 30,6%.
O BB Investimentos considerou o 1T25 do Bradesco positivo, com destaque para a margem financeira com clientes, e qualidade de crédito. Isso fez o banco elevar a recomendação das ações BBDC4 para compra, mantendo o preço-alvo em R$ 16,50 ao final de 2025. Trata-se de uma potencial valorização de 26,5%.
Em relatório, Rafael Reis, analista do BB, destaca que há uma assimetria positiva sob a tese de Bradesco, que vale o benefício da dúvida graças à qualidade de execução que vem sendo construída, mesmo nos riscos de uma eventual desaceleração do setor. “O salto quantitativo do Bradesco neste trimestre marca uma virada mais contundente para o banco, em nossa visão, muito parecido com o que vimos no 3T23 do Santander”, diz.
“Na balança, temos de um lado um conjunto de vetores que sugerem uma retomada mais visível da rentabilidade por meio de um mix mais favorável, carteira que se expande a um bom ritmo, conjunto de despesas core controlados, e o mais importante: indícios de que a reestruturação custosa que o Bradesco imprimiu ao longo dos últimos dois anos parece estar começando a render frutos.”
Ainda assim, Reis ressalta que há pela frente um cenário em que no curto prazo a seletividade deve ser a tônica setorial, com provável elevação da inadimplência. “Ainda que nenhum banco sinalize nada próximo de uma possível crise, a palavra de ordem é cautela.”