As ações do Bradesco (BBDC4) iniciaram esta sexta-feira (7) em queda – até às 11h57, a BBDC4 registrava uma desvalorização de 3,13%, na segunda maior baixa do Ibovespa até então, atrás apenas da queda de 3,6% da Cosan (CSAN3). A reação dos investidores acontece em função dos resultados reportados pelo banco. No 4º trimestre de 2024, o lucro líquido obtido foi de R$ 5,4 bilhões, 87,7% superior ao mesmo período do ano passado. Apesar do grande crescimento, o número veio bastante em linha com o esperado e o balanço teve pontos negativos que contrabalancearam os ganhos.
“O Bradesco reportou um resultado neutro“, afirmam Ilan Arbetman e Pedro Dietrich, analistas da Ativa Investimentos, em relatório. No lado positivo, apontam os especialistas, a carteira de crédito expandiu acima das projeções e o lucro dessas operações permaneceu estável, interrompendo a tendência de queda observada nos trimestres anteriores. Na outra ponta, as despesas operacionais cresceram em ritmo forte e as projeções de resultados para 2025 trouxeram perspectivas mais conservadoras. “Ressaltando assim uma recuperação mais lenta da rentabilidade do banco, o que já vinha sendo incorporado no preço nos últimos meses”, dizem os especialistas.
O que diz o Bradesco
A instituição financeira ressaltou, nas demonstrações, que o plano de transformação segue em execução e deve ser aprofundado em 2025. O Bradesco ressalta as melhorias observadas no 4º tri de 2024, como maior ativação dos canais digitais para servir os clientes e o fechamento de pontos de atendimento tradicionais e a abertura de uma plataforma dedicada ao agronegócio.
“Em crédito, aprimoramos a gestão de risco com melhores modelos comportamentais e separação dos clientes em clusters de volatilidade. Na agenda de pessoas, com base na nossa pesquisa sobre cultura, identificamos e definimos oportunidades de evolução, compartilhando-as com os nossos colaboradores. Em 2025, aceleramos o plano de transformação em todas as frentes, mantendo os clientes no centro das nossas decisões”, diz o banco, nos documentos.
Para o futuro, é esperado que o crescimento das receitas, com o risco de crédito controlado, seja o principal fator a contribuir para a melhora da rentabilidade. Já as despesas operacionais devem continuar pressionadas, entre outros, pelos investimentos no plano de transformação. “Em suma, esperamos que a nossa rentabilidade continue a aumentar de forma gradual e segura”, aponta o Bradesco.
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Mesmo com os números vistos como “neutros”, a BBDC4 segue recomendação de compra pela Ativa. O potencial de alta projetado é de 35,6%, para R$ 17.
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