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Três pontos para o investidor entender a reestruturação no Bradesco (BBDC4)

O E-Investidor selecionou os três principais tópicos do plano estratégico e explica cada um deles

Três pontos para o investidor entender a reestruturação no Bradesco (BBDC4)
Agência do Bradesco na Avenida Paulista, SP. (Foto: Daniel Teixeira/Estadão)

O Bradesco (BBDC4) deixou o posto de segundo maior banco por valor de mercado e foi para a quarta posição na última quarta-feira (7). De acordo com dados da plataforma Com Dinheiro, a desvalorização reduziu o valor de mercado do Bradesco de R$ 165,5 bilhões em 6 de fevereiro para R$ 141,4 bilhões em 7 de fevereiro. Uma perda de R$ 24,1 bilhões.

Essa situação colocou o Bradesco atrás do Itaú Unibanco (ITUB4), BTG Pactual (BPAC11) e Banco do Brasil (BBAS3) em termos de valor de mercado. A queda aconteceu após a empresa divulgar um balanço abaixo da expectativa, com lucro 21,2% menor em 2023 na comparação com 2022. A instituição financeira de Osasco fechou o ano passado com um lucro de R$ 16,3 bilhões.

Marcelo Noronha, o novo CEO do banco, deu uma entrevista coletiva na quarta-feira (7) na qual anunciou a reestruturação do banco. O E-Investidor selecionou os três principais pontos do plano estratégico aos quais o investidor deve ficar atento.

Redução de custos no andar de cima

Um dos anúncios de Noronha foi a diminuição nos cargos de diretoria. “Com isso, a gente vai ter um custo de operações menor com as diretorias atuais”, afirmou o CEO. Com a mudança, algumas unidades de negócio, como atacado, wealth, varejo, negócios digitais e crédito vão responder diretamente a Noronha. Ele não informou quanto a empresa pretende economizar com esse corte de custos.

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Para Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama, esse corte de custos é bom, mas não deve resolver os problemas de eficiência do banco. “Isso não vai mudar o índice de eficiência do Bradesco, que está na casa dos 48%. Quanto menor esse índice, melhor é a eficiência do banco. Outras empresas do setor possuem o índice abaixo de 40%. É o caso do Itaú, com o indicador em 38%”, comenta Soares.

Outra novidade é a entrada de um vice-presidente de negócios digitais que vem de fora. Além disso, ele prometeu a contratação de um head de Recursos Humanos de outra companhia. “Estamos quebrando os nosso paradigmas e muita gente não acreditava que iriamos fazer isso. A gente vai trazer essas pessoas de fora impulsionar a nossa transformação, seja em questões culturais e digitais”, afirmou Noronha.

Bradesco estipula metas de digitalização

O presidente do Banco também estipulou metas de digitalização com a expectativa de levar 75% das transações feitas para a nuvem. Atualmente, cerca de 45% das transações da empresa são feitas na nuvem. Para atingir essa meta, Noronha prometeu uma forte contratação no setor de tecnologia.

“A gente vai acelerar essa transformação fazendo as contratações necessárias. Vamos contratar umas três ou quatro mil pessoas na área de tecnologia para acelerar a nossa produtividade e, com isso, entregar mais rápido tudo que a gente tem de oportunidade”, comentou Nogueria.

Esse avanço tecnológico do Bradesco é visto, por analistas do mercado financeiro, mais como uma obrigação do que um bônus, pois o mercado teme que ele possa ter ficado para atrás entre os pares nessa questão.

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Questionado pelo E-Investidor, o CEO negou essa possibilidade. Ele disse acreditar que o Bradesco é o único banco no Brasil que trabalha com uma inteligência artificial como a Bia e que a instituição financeira já estava no caminho para essa mudança. “Nós vamos acelerar e começamos isso desde já. A gente entende também que não estamos atrás dos concorrentes, mas vale lembrar que os frutos dessa inciativas não serão colhidos imediatamente. Vamos colher ao longo dos 5 anos, trimestre a trimestre”, argumentou Noronha.

Bradesco vai procurar cliente de alta renda

Um outro ponto abordado é a necessidade de adicionar mais clientes de alta renda e conceder mais crédito a eles e assim diversificar as suas receitas.

A companhia separou os clientes em três classes de abrangência. A empresa considera que os clientes de baixa renda são aqueles que possuem uma renda inferior a R$ 8 mil. Já a média renda, os que ficam no prime bank, ganham acima de R$ 8 mil e até R$ 25 mil. E a alta renda, que são os clientes da categoria private bank, os quais ganham acima de R$ 25 mil.

“Nós estamos interessados na alta renda, tanto que criamos a unidade wealth, que ficará responsável pela Ágora e o prime e private bank. No entanto, nós vamos continuar emprestando dinheiro para o varejão comum (cliente de baixa renda). Nós não mudamos os investimentos em outras linhas”, explicou Noronha.

Uma maior entrada do Bradesco no segmento de alta renda é vista como positiva pelo mercado, visto que o banco focou mais nos clientes de baixa renda e acabou colhendo uma forte inadimplência no último ano.

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Ainda assim, a grande maioria dos analistas não recomenda comprar a ação da companhia neste momento. Para saber o que fazer com o papel e qual será o melhor ponto de entrada na ação, leia esta reportagem.

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