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Bradesco (BBDC4): investidor deve comprar a ação com foco em dividendos após reestruturação?

Analistas estimam um dividend yield de 5% a 6,75% para a ação em 2024

Bradesco (BBDC4): investidor deve comprar a ação com foco em dividendos após reestruturação?
Foto: Nilton Fukuda/Estadão

O Bradesco (BBDC4) anunciou uma reestruturação com mudanças em três vertentes: redução de diretores para corte de custos, maior investimento em tecnologia e ampliação de empréstimos e outros serviços bancários para os clientes de alta renda.

Essa mudança ocorre em reflexo da queda de 21,2% no lucro de 2023, que encerrou o ano passado em R$ 16,3 bilhões. Além disso, a rentabilidade do banco, medida pelo Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE), recuou 4,4 pontos porcentuais na base trimestral, saindo de 11,3% para 6,9%.

A queda ocorreu em função da disparada da inadimplência, que causou uma alta de 22,4% no dinheiro separado pela instituição financeira para cobrir os calotes, que chegaram a R$ 39,5 bilhões. Esse dinheiro é chamado de forma técnica de Provisões para Devedores Duvidosos (PDD).

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O mercado, no entanto, não foi tão gentil com Bradesco após a divulgação do balanço e da reestruturação. As ações da companhia fecharam o pregão de quarta-feira (7) com queda de 15,9%, a R$ 13,96. “Quando o mercado compara o balanço do Bradesco com o do Itaú, há uma grande frustração. No entanto, o plano de reestruturação é positivo”, diz Ramon Coser, especialista da Valor Investimentos.

Se no curto prazo o investidor deve encontrar muita volatilidade no papel, não valeria a pena comprar o ativo em busca de dividendos? Para os analistas do UBS BB, a ação ainda está atrativa, pois se encontra descontada. “Os resultados foram fracos, mas com base no guidance de 2024, o banco teria condições de pagar cerca de R$ 11 bilhões em dividendos neste ano, uma média de 55% a 60% do lucro médio de R$ 18 bilhões que o banco pode reportar em 2024”, explica Thiago Batista e equipe, que assinam o relatório do UBS BB.

O banco suíço calcula que o Bradesco deve entregar um dividend yield de 5% em 2024. Para 2025, a estimativa é de 5,7%, já 2026 o calculo é de um dividend yield de 9,1% e para 2027 de 10,4%. O dividend yield é o porcentual de rendimento do valor da ação em dividendos. Ou seja, se o investidor faz uma aplicação de  R$ 100 em uma empresa e ela vai pagar um dividend yield de 5%, isso significa que ele vai receber R$ 5 de retorno sobre os R$ 100.

“Recomendamos compra para o Bradesco a partir de um modelo de desconto de dividendos. Entre os principais riscos, destacamos: a maior concorrência do recém-chegados; potencial deterioração da qualidade dos ativos; o impacto das regulamentações relevantes mudanças; e um aumento esperado na sinistralidade da seguradora”, afirmam os analistas do UBS BB.

Os especialistas recomendam compra com preço-alvo de R$ 20 para os próximos 12 meses, o número apresenta uma alta de 43,26% na comparação com o fechamento de quarta-feira.

Há quem diga que não vale a pena

Ainda que o UBS BB goste da companhia, os demais analistas preferem outras empresa do setor. Para Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, o banco deve entregar cerca de 5%, 6% e 7% do seu valor de mercado em proventos em 2024, 2026 e 2027.

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“Há riscos baixistas nesses números. Pela necessidade de investimento no plano de transformação, o banco pode reduzir o payout para priorizar a estratégia”, explica Quaresma.

A mesma tese é defendida por Matheus Nascimento, analista da Levante Corp. Ele comenta que a fatia do lucro paga pelo Bradesco em dividendos (payout) deve cair dos atuais 72% para 60% por causa do plano de reestruturação. “Diante da reformulação, somada aos desafios para entrega do guidance em 2024, o banco deve pagar um volume entre R$ 10,9 bilhões e R$ 11,3 bilhões, o que deve significar um Yield entre 6,3% e 6,75%.”, afirma .

Por causa disso, Quaresma, tem o Itaú como a ação favorita para o setor bancário. “O Itaú deve continuar sendo o melhor entre os grandes bancos. A ação ainda está barata e deve continuar entregando bons dividendos aos investidores”, conclui Quaresma. A analista não cita um preço-alvo para Itaú.

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