Publicidade

Mercado

Bradesco BBI: Cade pode adotar remédios na compra da Lafarge pela CSN

A compra foi anunciada nesta sexta-feira (10) por US$ 1,025 bilhão

Bradesco BBI: Cade pode adotar remédios na compra da Lafarge pela CSN
Foto: REUTERS/Charles Platiau
  • Com o fechamento da operação, a CSN Cimentos passará a ter uma capacidade total de 16,3 milhões de toneladas por ano e presença cada vez mais abrangente no território nacional.
  • Os analistas afirmam que o negócio é atraente, levando em consideração a oportunidade da CSN de aumentar os volumes e sinergias potenciais (embora nenhum número tenha sido mencionado).
  • Segundo o Bradesco BBI, os movimentos de consolidação são positivos para a dinâmica competitiva.

(Estadão Conteúdo) – Remédios antitruste não podem ser descartados na aprovação da compra da LafargeHolcim pela CSN Cimentos, na avaliação dos analistas Thiago Lofiego e Isabella Vasconcelos, do Bradesco BBI. A compra das operações brasileiras da empresa suíça foi anunciada por US$ 1,025 bilhão. Com o fechamento da operação, a CSN Cimentos passará a ter uma capacidade total de 16,3 milhões de toneladas por ano e presença cada vez mais abrangente no território nacional.

“Apesar de a CSN ter apenas cerca de 15% da capacidade instalada total do mercado pós-negociação, é importante lembrar que o cimento é um mercado altamente regionalizado. O Cade poderia, portanto, potencialmente implementar algum tipo de remédio na região Sudeste do Brasil, onde os ativos da CSN e da LafargeHolcim estão mais concentrados”, dizem.

Em relatório, o Bradesco BBI diz que a operação é um passo positivo para a CSN, em linha com a estratégia da empresa de expandir sua presença no mercado nacional de cimento por meio de fusões e aquisições. Os analistas afirmam que o negócio é atraente, levando em consideração a oportunidade da CSN de aumentar os volumes e sinergias potenciais (embora nenhum número tenha sido mencionado).

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

“O EV/t do negócio é de US$ 100/t, abaixo dos US$ 170/t na recente aquisição da Elizabeth Cimentos e bem abaixo do EV/t atual da CEMEX de US$ 200/t. Assumindo que a LafargeHolcim está operando com 60% de utilização da capacidade e um Ebitda/t de US$ 15/t, EV/Ebitda para a aquisição é de 10,5 vezes, o que não vemos como particularmente esticado dado espaço para um crescimento significativo do Ebitda”, afirmam os analistas.

Segundo o banco, a geração de Ebitda pode melhorar nos próximos anos, conforme as taxas de utilização melhorarem e a CSN realizar uma reviravolta nas operações. No cenário mencionado (60% de utilização da capacidade e US$ 15 Ebitda/t), o Ebitda seria de R$ 480 milhões. Sem considerar as melhorias na lucratividade, o Ebitda poderia chegar a R$ 650 milhões apenas aumentando as taxas de utilização para 80% nos próximos anos.

“A CSN está atualmente em uma posição financeira sólida após resultados recordes. O pagamento de US$ 1 bilhão em dinheiro não deve levar a um impacto substancial na alavancagem da empresa”, comentam.

Segundo o Bradesco BBI, os movimentos de consolidação são positivos para a dinâmica competitiva. Dada a natureza fragmentada do mercado de cimento no Brasil, os analistas do banco veem os movimentos de consolidação recentes como geralmente positivos para o mercado.

“Embora esperemos que a CSN tente aumentar os volumes da Lafarge o mais rápido possível, também achamos que as iniciativas de crescimento orgânico da CSN provavelmente serão um tanto adiadas, especialmente porque o foco estará na extração de sinergias e na melhoria do desempenho operacional dos ativos da Lafarge”.

Publicidade

O banco mantém a recomendação de outperform para CSN, com preço alvo de R$ 67, o que representa um potencial de alta de 96% em relação ao fechamento de ontem.

Web Stories

Ver tudo
<
>

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos