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Caixa Seguridade (CXSE3): o que acontece com o preço da ação e os dividendos no follow-on?

Empresa se pronuncia após reportagem do Broadcast; veja o que esperar dos proventos e do papel da seguradora

Caixa Seguridade (CXSE3): o que acontece com o preço da ação e os dividendos no follow-on?
Caixa Seguridade. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
  • Analistas dizem o que pode acontecer com o investidor no follow-on da Caixa Seguridade
  • Especialistas fazem projeções para as ações da Caixa Seguridade; veja se vale a pena comprar o ativo
  • Analistas calculam quanto a Caixa Seguridade deve pagar em dividendos em 2025; confira

A Caixa Seguridade (CXSE3) informou que o valor da sua potencial oferta de ações (follow-on em inglês) não está definido. O posicionamento aconteceu após reportagem do Broadcast informar que a companhia pretende atingir o segmento Novo Mercado e para isso precisa aumentar o porcentual de ações em circulação de 17,25% para 20%. Desse modo, a empresa precisaria emitir mais 2,75% de suas ações no mercado.

Em nota, a seguradora disse que o valor da oferta que consta na notícia pode não se concretizar, uma vez que o processo de determinação do preço por ação da Caixa Seguridade será realizado no processo da potencial oferta, motivo pelo qual este valor não foi inserido no fato relevante. Analistas do mercado financeiro disseram que o investidor pessoa física pode ser diluído, mas mantiveram boas perspectivas para o ativo caso o cenário se concretize.

Para Matheus Nascimento, analista da Levante inside corp, um investidor pessoa física pode ser diluído caso não participe do follow-on da Caixa. A diluição seria de 2,75% das ações, sendo a quantidade que a companhia cogita emitir para atingir o percentual mínimo de 20% de ações em circulação.

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Segundo Hulisses Dias, especialista em finanças e investimentos, essa diluição não tende a trazer grandes impactos. Isso porque, mesmo que o investidor não consiga aumentar sua exposição no follow-on, ele considera o porcentual de 2,75% muito marginal. “A medida não afeta o investidor negativamente, muito pelo contrário. Além de ser uma pequena diluição, a empresa passará a integrar o segmento novo mercado, o que tende a ser muito positivo para quem possui a ação CXSE3”, aponta Hulisses Dias.

Como ficam os dividendos da Caixa Seguridade (CXSE3)?

Os especialistas lembram que a distribuição de dividendos mudaria com a nova composição acionária da empresa. Hulisses Dias afirma que o pagamento de dividendos da Caixa Seguridade deve diminuir com a diluição. “Antes da oferta, o investidor participava da pizza de 6 pedaços – após o follow-on, o investidor deve participar da pizza de 8 pedaços, ou seja, o porcentual do lucro a receber em dividendos será menor”, salienta.

Matheus Nascimento, da Levante, lembra que a diluição afetaria o recebimento dos proventos, pois o total a ser distribuído seria dividido por um número maior de ações. “Por exemplo, se a empresa propõe distribuir R$ 1,65 bilhão em dividendos (R$ 0,55 por ação), com o aumento do número de ações em circulação, cada ação receberia menos em termos percentuais”, aponta.

Ainda assim, os analistas estão otimistas com os dividendos da Caixa Seguridade. Hulisses Dias lembra que a empresa deve ser beneficiada pelo ciclo de alta de juros. Vale lembrar que as empresas do setor de seguros guardam parte do seu caixa em títulos do Tesouro Selic. Caso seja necessário pagar o sinistro para o cliente, essas empresas resgatam o dinheiro para cobrir o pagamento.

Se o indivíduo que pagou o seguro não precisar do valor, essa quantia vira prêmio e a empresa ganha em dobro, com o lucro do prêmio e o rendimento do Tesouro Selic. Com a alta da Selic, esse rendimento do Tesouro Selic tende a ser maior, impactando positivamente no resultado da empresa. Um segundo fator para o crescimento de lucros e dividendos da empresa seria o envelhecimento da população, que acarreta maior gama de potenciais clientes para a seguradora.

Matheus Nascimento, da Levante, comenta que a empresa tem uma boa política de dividendos e está atrativa para o investidor. Ele estima que a companhia deve pagar cerca de 7,6% do seu valor de mercado em dividendos em 2025. O analista tem recomendação de compra para Caixa Seguridade com preço-alvo de R$ 17,50 para os próximos 12 meses, uma alta de 21,69% na comparação com o fechamento de quarta-feira (23), quando a ação terminou o dia a R$ 14,38.

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“Nossa visão é positiva sobre o papel, dado que a representatividade da Caixa Econômica Federal no segmento habitacional é predominante, e, com isso, a Caixa Seguridade acompanha a produção de crédito habitacional, embutindo os seguros. Adicionalmente, o ciclo de juros mais altos tem impacto positivo sobre o desempenho financeiro da empresa”, explica Nascimento.

Como as vendas da Caixa Seguridade devem impactar os dividendos?

O Itaú BBA mantém o mesmo otimismo com empresa. Os analistas afirmam que as vendas da Caixa Seguridade devem apresentar um crescimento consistente, o que tende a ser favorável para os prêmios neste e nos próximos trimestres. O BBA lembra que o perfil relacionado a hipotecas coleta prêmios ao longo da vida do empréstimo também está crescendo, enquanto o livro de empréstimos do banco se expande.

“Os níveis de sinistralidade da seguradora estão estáveis, e os resultados financeiros são claramente positivos. A empresa deve apresentar uma perda em hipotecas de 22% a 26% nos trimestres, dentro do esperado. Também estimamos que os segmentos de crédito de vida e outros produtos devem apresentar uma baixa volatilidade ao longo dos próximos trimestres”, apontam Pedro Leduc, William Barranjard e Mateus Raffaelli, que assinam o relatório do Itaú BBA.

Com a baixa volatilidade dos sinistros e o crescimento dos prêmios ganhos, dizem os analistas, a companhia deve apresentar um aumento dos resultados financeiros e fornecer estimativas elevadas para os dividendos da CXSE3. Os analistas estimam que a empresa deve lucrar R$ 3,6 bilhões em 2024 e R$ 4,4 bilhões em 2025. Com isso, a perspectiva é de que a seguradora deve pagar cerca de 7,4% do seu valor de mercado em proventos em 2024 e 8,7% em 2025.

Segundo os analistas, esse rendimento tende a trazer uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 11%. Além disso, a ação está sendo negociada a 9,7 vezes a métrica Preço Sobre Lucro (P/L), o que, para os especialistas, torna o papel atrativo. Desse modo, o Itaú BBA classifica a ação CXSE3 como outperform, desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra. O preço-alvo é de R$ 17 para o fim de 2025, uma alta de 18,2% na comparação com o fechamento de terça-feira (22), quando a ação encerrou o pregão a R$ 14,38.

Sendo assim, as três casas ouvidas estão otimistas com a ação e os dividendos da Caixa Seguridade (CXSE3) mesmo com a possível diluição do investidor pessoa física no follow-on. Ainda assim, caso o investidor queira evitar a diluição, o recomendável é participar da oferta de ação. As regras para a oferta ainda serão definidas em prospecto preliminar. Vale ressaltar que a própria segurada ainda não definiu data para a divulgação dos documentos.

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