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Veja 5 ações para comprar agora e lucrar com dividendos no 2º semestre

Analistas escolhem 5 ações para lucrar com dividendos. Uma delas tem um retorno previsto de até 22% em 12 meses

Veja 5 ações para comprar agora e lucrar com dividendos no 2º semestre
Veja quais são os melhores papéis para dividendos no 2º semestre (Foto: Adobe Stock)
  • Bancos, seguradoras, empresas de commodities e telecomunicações são as recomendadas para lucrar com dividendos
  • A Petrobras é a companhia que pode ter o maior rendimento em dividendos nos próximos 12 meses
  • Levantamento voltado para dividendos foi realizado com base em 7 corretoras

Investir em ações com foco em dividendos pode parecer uma verdadeira montanha-russa para quem observa apenas o desempenho do Ibovespa no primeiro semestre de 2024. No período, o índice recuou 7,66%, indo de 134.185 pontos no último pregão de 2023 para 123.907 pontos no último dia de negociação de junho.

Só que o cenário é de um índice que oscila muito, com queda nos primeiros seis meses do ano – mas que oferece ações baratas. Na visão de Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, a baixa do Ibovespa é uma combinação de vários fatores. Segundo ele, a redução das perspectivas de cortes de juros nos Estados Unidos pesou sobre o Brasil. Se o diferencial de juros entre os EUA e o Brasil diminuir, o investidor estrangeiro pode sair do Brasil e ir para os EUA.

Essa fuga poderia fazer o dólar disparar, alimentando a inflação. Por causa disso, o Banco Central do Brasil precisou manter a taxa básica de juros da economia em 10,50% ao ano. Entretanto, a manutenção da taxa de juros brasileira em um patamar elevado é prejudicial ao mercado acionário brasileiro e contribuiu para o desempenho amargo no primeiro semestre.

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“O mercado também ficou receoso e volátil com fatores nacionais. A piora do sentimento por maiores desconfianças com relação ao compromisso fiscal do governo e as dúvidas sobre uma possível leniência da próxima gestão do Banco Central com relação à inflação foram os motivos para a queda”, aponta Ruy Hungria.

Os analistas da Ágora Investimentos comentam que o ânimo entre os investidores locais está em baixa, refletindo dúvidas e incertezas relacionadas às mais diversas facetas necessárias para uma tomada de decisão mais confortável. Preocupações fiscais não ajudaram o índice da B3, juros não cederam e o cenário geopolítico também atrapalhou.

“Por mais que concordemos que o ambiente atual inspire cautela e as projeções de curto prazo não sejam as mais animadoras possíveis, temos visto uma certa resiliência dos ativos e acreditamos que o momento atual favorece a alocação tática em ações — respeitando obviamente o perfil de risco do investidor e critérios de seletividade”, diz a equipe liderada por José Cataldo, que assina o relatório da Ágora.

O que são dividendos e como lucrar com eles?

Pedro Serra, chefe de pesquisas da Ativa Investimentos, diz que, embora as ações estejam voláteis, aportar com foco em dividendos pode ser uma forma segura e vantajosa para aproveitar que as empresas estão baratas. O dividendo é o lucro que a empresa obteve no trimestre que acaba sendo dividido para os acionistas da companhia.

Normalmente, as empresas possuem uma política de proventos de pagar um porcentual do lucro para os seus investidores. A Petrobras (PETR4), por exemplo, paga 45% do lucro em dividendos. O Banco do Brasil (BBAS3) mantém a mesma proporção, destinando 45% do lucro para os investidores. O Itaú (ITUB4) destina 30% do seu lucro em proventos, embora o banco privado sinalize com dividendos extras para o acionista – o que em média elevaria o pagamento do lucro em dividendos para cerca de 60%. Essa quantia extra é conhecida como dividendo extraordinário.

Segundo Serra, é com foco nesse lucro da empresa distribuído para o acionista que o investidor deve aportar para fugir da volatilidade do mercado. “As empresas que pagam dividendos são mais resilientes, menos problemáticas e tendem a ter uma situação financeira saudável. Essa estratégia pode ser muito interessante se o foco também for construir uma renda passiva no longo prazo. Nesse caso, também recomendamos que o investidor reinvista o dividendo”, explica.

O consenso entre os analistas de reinvestir os dividendos é que essa decisão pode acabar trazendo uma rentabilidade de juros compostos, o que acaba deixando o investidor com mais dinheiro de forma mais rápida — veja detalhes dessa estratégia nesta reportagem.

Os riscos de se investir com foco em dividendos

Ainda que atrativa para o investidor, essa modalidade possui alguns riscos. Para Jennie Li, estrategista de ações da XP Investimentos, se as empresas que pagam dividendos são vistas como defensivas e atrativas quando o mercado cai, também podem subir menos quando os ativos de risco se recuperam.

“O grande risco é que, quando temos um rali forte, o investidor não consegue pegar essas recuperações, visto que elas sobem com uma menor intensidade. Ainda assim, essa estratégia é atrativa e muito interessante para o investidor, pelo fato de trazer proteção quando o mercado cai com força”, esclarece Jennie Li.

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Já Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, argumenta que o investidor deve lembrar que, por mais que as empresas pagadoras de dividendos sejam sólidas, elas também estão suscetíveis à oscilação como todas as outras, e devem ser vistas como investimento de longo prazo.

“O maior risco atribuído às estratégias de dividendos é a interrupção ou queda na distribuição de proventos devido aos projetos de crescimento, por parte da companhia, que podem exigir enormes quantias de recursos ou necessidade de se endividar. Caso isso ocorra em cenários de juros elevados, como atualmente, o lucro dessas empresas poderá ser afetado agressivamente”, relata Belitardo.

Regis Chinchila, head de research da Terra Investimentos, também lembra que em períodos de recessão econômica ou volatilidade significativa do mercado, mesmo empresas com histórico sólido de pagamento de dividendos podem enfrentar pressões para reduzir ou suspender pagamentos, resultando em uma queda no valor das ações. “Portanto, é essencial que os investidores considerem cuidadosamente o contexto econômico e financeiro ao adotar essa estratégia, mantendo uma diversificação adequada para mitigar riscos específicos do setor ou da empresa”, salienta.

Quais ações comprar agora para lucrar com dividendos no 2º semestre?

Justamente para guiar o investidor a encontrar quais são as melhores ações para comprar agora com foco em dividendos, o E-Investidor consultou 7 casas de análises para saber quais ações comprar para ganhar bons dividendos no segundo semestre. As empresas mais indicadas foram Banco do Brasil (BBAS3), BB Seguridade (BBSE3), Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e Vivo (VIVT3). As corretoras e bancos que participaram do levantamento foram: Ágora Investimentos, Ativa Investimentos, Empiricus Research, Itaú BBA, Hike Capital, Terra Investimentos e XP Investimentos.

Para o Banco do Brasil, os analistas estimam que a empresa deve pagar entre 10,2% e 17% do valor de sua ação em dividendos. O menor porcentual é estimado pela Ativa Investimentos e o maior, da XP Investimentos. A Hike Capital estima que, para o investidor conseguir abocanhar uma fatia considerável em proventos, de cerca de 12% ao ano, o investidor deve comprar a ação até a faixa dos R$ 30, passando desse limite, a ação já não está mais atrativa. Hoje as ações do BB estão cotadas a R$ 26,73.

As ações da BB Seguridade também estão entre as mais recomendadas. O papel é indicado pela Hike Capital, Ativa Investimentos e Ágora Investimentos. As três casas calculam que o papel deve distribuir cerca de 10% do valor de sua ação em dividendos nos próximos 12 meses. O valor máximo para garantir esses rendimentos, segundo a Hike Capital, é de R$ 36 – a cotação atual é de R$ 33.

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A Petrobras é outra indicada para dividendos. A ação teve recomendação da Terra Investimentos, Ativa Investimentos e também está na carteira da XP Investimentos. A Ativa calcula que a estatal deve pagar cerca de 15,5% do seu valor de mercado em dividendos. Já a XP estima um dividend yield de 22% para os próximos 12 meses. Régis Chinchila, da Terra, comenta que, para o investidor abocanhar essa rentabilidade, o ideal é ele comprar a ação até a faixa dos R$ 41. A partir desse valor, a ação já pode ser considerada cara e nada atrativa. A ação preferencial da companhia (PETR4) vale R$ 37,52,

A quarta ação mais recomendada, pela ordem alfabética, foi a Vale. Para a Ágora Investimentos, a mineradora pode entregar um rendimento de 9,9% do seu valor de mercado em proventos para os seus acionistas em 1 ano. Na visão da XP, esse rendimento pode chegar a 13,3% nos próximos 12 meses. A Terra vê um limite para o investidor entrar na ação: R$ 67,50, hoje a R$ 63,60.

A Vivo é a quinta ação mais recomendada pelos analistas. Embora o papel tenha um volume considerável de recomendações no levantamento, é o que possui o menor dividend yield estimado para os próximos 12 meses. A Ágora calcula que a Vivo deve pagar 7,9% do seu valor de mercado em dividendos.

O maior porcentual fica com a estimativa da XP, que vê a ação pagando 9,7% do seu valor de seus papéis em dividendos. A Empiricus, que acredita que o ativo da companhia deva pagar 8% do seu valor de mercado em proventos, diz que o investidor deve comprar a ação até R$ 50 (a cotação atual estã em torno de R$ 46). Caso o papel passe desse valor, o indivíduo pode não conseguir lucrar na proporção estipulada pelas corretoras.

 

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