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Prejuízo da Casas Bahia (BHIA3) no 3º tri: o que pode melhorar os próximos balanços?

Varejista divulgou um resultado com melhoras operacionais, apesar da queda de receita e das perdas

Prejuízo da Casas Bahia (BHIA3) no 3º tri: o que pode melhorar os próximos balanços?
Loja do grupo Casas Bahia (Foto: Felipe Rau/ Estadão Conteúdo)

A Casas Bahia (BHIA3) divulgou um resultado com melhoras operacionais no terceiro trimestre, apesar da queda de receita e do prejuízo líquido apresentados. A companhia melhorou suas margens e mostrou aceleração das vendas em lojas físicas. A gestão, por sua vez, apontou alavancas que podem melhorar o balanço por meio da monetização de ativos.

O prejuízo líquido foi de R$ 369 milhões no terceiro trimestre de 2024, uma melhora de 55,9% em relação ao prejuízo apresentado no mesmo período de 2023. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 491 milhões, revertendo o resultado negativo de R$ 66 milhões um ano antes. Já a receita líquida foi de R$ 6,399 bilhões no período, queda de 2,9% frente ao terceiro trimestre de 2023.

Em relação ao Ebitda ajustado, a margem de 7,7% foi superior em 8,7 pontos porcentuais (p.p.) à apresentada um ano antes, com melhora sequencial de 0,7 p.p. sobre o segundo trimestre de 2024.

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Para o Citi, os números da Casas Bahia no 3º tri ficaram em grande parte em linha com as estimativas do banco. “A margem bruta foi o principal destaque do trimestre, expandindo 860 pontos base, para 31,6%, dado o melhor mix de produtos e maior participação de serviços”. O banco explica, porém, que os maiores resultados operacionais foram mais do que compensados por maiores despesas financeiras.

BanQi: fintech da Casas Bahia recebe propostas

O CEO da Casas Bahia, Renato Franklin, disse que a fintech da companhia, o BanQi, é um negócio que chama a atenção do mercado e pelo qual a varejista recebe propostas. No entanto, até o momento, as ofertas não se mostraram interessantes para a companhia, que não quer uma sociedade que lhe tire o controle da concessão de crédito.

“O crédito da Casas Bahia só é como é porque oferecemos crédito para quem outras instituições não oferecem”, disse Franklin ao Broadcast.

Dentro de um modelo que garanta o controle para a varejista, a empresa pode avaliar novas propostas de sociedade, mas, no momento, o foco está em seguir melhorando a operação. “E aí, em um momento oportuno, isso pode gerar algum valor para companhia, mas não é agora”, diz.

Em sua visão é possível que, no futuro, a empresa separe todas as operações financeiras em algo que venha a ser o “Banco Casas Bahia”. Hoje o crediário e os cartões de crédito da empresa não fazem parte do BanQi, que trata basicamente de contas digitais e empréstimo pessoal. Essa junção das operações em um banco próprio, com um parceiro financeiro, porém, não estão nos planos da empresa ainda.

“Podemos vir a ter algum dia um banco Casas Bahia consolidando esses negócios. Mas não faz parte do curto prazo, não faz parte da agenda de hoje. As propostas que chegam no momento são para essa fintech que opera serviços financeiros”, diz Franklin.

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Ele mencionou ainda que vê a possibilidade de conversão em ações das dívidas compreendidas no plano de recuperação extrajudicial da Casas Bahia como uma alavanca positiva para a estrutura de capital da companhia.

Ao Broadcast, ele afirmou que vê essa opção sendo exercida ao menos em alguma medida pelos credores, o que baixaria a dívida da Casas Bahia e, por isso, traria benefícios para o balanço da empresa.

Ainda do ponto de vista de estrutura de capital, ele menciona que a companhia tem mais ativos que podem vir a ser monetizados no caso de uma melhora macroeconômica.

Crescimento de vendas da varejista deve ser mais acelerado no próximo trimestre, diz CEO

A investidores, Franklin afirmou que o crescimento das vendas em lojas físicas deve ser mais acelerado no quarto trimestre de 2024 do que foi no terceiro. Nas lojas físicas, o avanço de vendas foi de 4,6%, sendo 6,5% no conceito mesmas lojas (que considera os pontos de venda que estavam abertos um ano antes e seguem abertos agora, expurgando efeitos de expansão ou fechamento de lojas).

“Outubro foi forte em vendas de lojas físicas. Temos ganhado mercado na venda de móveis”, disse o CEO. Ele reforçou que o foco da companhia está em vendas de lojas, por meio do crediário, o que é mais rentável para a empresa.

“O online deve crescer também, mas com mais foco no ‘botton line’ (rentabilidade) do que no ‘top line’ (receita)”, afirmou o CEO da Casas Bahia.

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