O Grupo Casas Bahia (BHIA3) apresentou no balanço do quarto trimestre de 2023 perda 42,2% acima da expectativa mais pessimista entre as casas consultadas pelo E-Investidor às vésperas do anúncio, ocorrido nesta segunda-feira (25). A Genial Investimentos calculava que a varejista teria um prejuízo de R$ 703 milhões no período, enquanto o número estimado por BTG Pactual chegava a R$ 598 milhões, Santander a R$ 529 milhões e Ágora e Bradesco BBI, a R$ 579 milhões.
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O Grupo Casas Bahia reportou um prejuízo líquido de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2023, 513,5% maior do que a perda de R$ 163 milhões registrada no mesmo período de 2022. “Já éramos um dos sell-sides (ponta vendedora) mais pessimistas em relação aos números esperados para o período e, ainda assim, fomos negativamente surpreendidos por maiores despesas de reestruturação“, dizem Iago Souza, Vinicius Esteves e Nina Mirazon, que assinam o relatório da Genial.
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O Grupo Casas Bahia teve um resultado fortemente impactado pela reestruturação. A companhia viu sua margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustada, um dos medidores de rentabilidade operacional da empresa, recuar de 7,1% no quarto trimestre de 2022 para 2,2% no quarto trimestre de 2023, um tombo de 4,9 ponto porcentual na comparação anual. A baixa aconteceu por causa da queima de R$ 1,2 bilhão em estoques, que jogou o indicador para baixo.
Na busca de reduzir custos, o Grupo Casas Bahia fechou um total de 55 lojas e 4 centros de distribuição. No acumulado de 2023, a empresa demitiu cerca de 8 mil funcionários diretos e 600 terceirizados, o equivalente a 20% do seu quadro de funcionários. Essa parte da reestruturação, no entanto, causou um custo adicional de R$ 222 milhões no resultado, o que agravou ainda mais a situação da empresa.
Reflexo nas ações das Casas Bahia
Ainda assim, os analistas da Genial dizem que o resultado ruim já foi precificado pelo mercado. “Entendemos que parte do resultado fraco já tenha sido precificado, uma vez que Casas Bahia acumula uma queda de 27% desde o início de março. Acreditamos que o mercado deve se concentrar na linha de outras despesas, redução de estoques e reversões de provisões trabalhistas”, relatam Souza, Esteves e Mirazon.
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A Genial não recomenda compra para Casas Bahia por acreditar que a empresa ainda está em um longo processo de mudança. Iago Souza, Vinicius Esteves e Nina Mirazon reforçam sua recomendação de manter com preço-alvo de R$ 9,50, uma potencial alta de 43,9% na comparação com o fechamento de segunda-feira (25), quando o ativo encerrou o pregão cotado a R$ 6,60.
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