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- CCR vem sofrendo desde a pandemia com limitações na cobrança do pedágio
- Já Ecorodovias tem concessões em outras regiões do Brasil
Abel Serafim, especial para o E-Investidor – CCR (CCRO3) e Ecorodovias (ECOR3) operavam em queda na Bolsa na tarde desta sexta-feira, assim como ocorreu pela manhã. Os papeis da CCR recuavam 1,69% às 16h05, para R$ 13,96. No mesmo horário, as ações da Ecorodovias apresentavam recuo de 2,80%, cotadas a R$ 6,26. Enquanto isso, o Ibovespa caia 2,19%, aos 111.315 pontos.
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Tanto CCR quanto Ecorodovias assinaram o Termo Aditivo e Modificativo (TAM) coletivo entre o Estado de São Paulo e as concessionárias das rodovias paulistas com o objetivo reconhecer o desequilíbrio econômico-financeiro gerado pela decisão do governo de congelar, temporariamente, o valor vigente das tarifas de pedágio.
“O acordo é positivo, mas a gente tem que lembrar que a CCR vem sofrendo desde a pandemia com as receitas um pouco deprimidas por conta das limitações na cobrança do pedágio”, afirmou Mario Goulart, analista de investimentos e criador do canal de Youtube “O Analisto”.
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“Já a Ecorodovias tem outras rodovias ao longo do Brasil. Então, ela talvez não seja tão impactada quanto à CCR foi, mas também teve impacto. É uma coisa que acaba sendo positiva para elas dentro de um cenário que não foi nada bom”, complementa Goulart.
De acordo com ele, a queda das ações das concessionárias nesta sexta-feira não estão associadas ao anúncio do ajuste do desequilíbrio econômico-financeiro. Ele explica que há duas formas de interpretar o movimento: reconhecimento do mercado de que as empresas estão se estruturando a partir desse anúncio de reajuste a partir de dezembro ou perda de valor para as empresas em decorrência da dificuldade de reajustes no pedágio.
“Existem essas duas formas de interpretar esse dado, mas uma coisa é fato: são empresas que estavam tendo perdas significativas de receita por conta da pandemia e suas consequências. Então, esse esse ajuste corrige um pouquinho isso”, acrescenta.
Para Ewerton Henriques, diretor de Infraestrutura do Banco Fator, os aditivos contratuais sanaram questões importantes que prejudicavam as concessões das rodovias e melhoraram a situação regulatória do setor no Estado de São Paulo com maior atratividade para os ativos que serão licitados nos próximos anos.
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“Os aditivos foram positivos pois sanaram pleitos importantes, até mesmos alguns antigos que estavam prejudicando a gestão contratual das próprias rodovias. Mas também melhoraram a situação regulatória do setor no âmbito estadual”, afirmou.
Mais cedo, Eduardo Melo, especialista em finanças e CEO da Prime Investe, havia dito que a ação da CCR batia próximo aos R$ 14 reais e ao não conseguir ultrapassar a marca, voltava a cair. “Já é a quinta vez consecutiva acontecendo a mesma coisa. Logo, o mercado pode reagir de forma negativa não ao acontecimento, mas sim pela região de preço”, afirmou.
No caso da CCR, o mercado ainda foi pego de surpresa com a inesperada renúncia de Marco Antonio Souza Cauduro do cargo de diretor-presidente da CCR. O pedido se deve a questões de foro pessoal, segundo informou a companhia na terça-feira. Veja nesta reportagem os impactos da renúncia do executivo na CCR.