- Segundo dados da Stake, o cacau, principal matéria-prima para a produção de chocolate, apresenta uma queda de 5,8% no acumulado deste ano
- A queda no preço do cacau não deve refletir de forma significativa nos resultados das companhias devido às altas de juros e inflação
O chocolate é um dos doces mais populares do mundo, mas as grandes companhias responsáveis pela venda do produto não apresentaram o mesmo sucesso na bolsa ao longo deste ano. Apesar da queda do cacau que poderia trazer uma redução de custos para as empresas, os dados da plataforma de investimentos Stake mostram que os players deste mercado amargam quedas de quase 15% no acumulado de 2022. Os grande vilões para o pessimismo entre os investidores a esses papéis são a alta de juros e o aumento da inflação.
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O cacau, principal matéria-prima do chocolate, segue com baixas performances ao acumular perdas de 5,8% entre janeiro até o fechamento do pregão desta quinta-feira (7). Mas o tombo segue acompanhado pelas principais companhias do segmento de chocolate. Segundo a Stake, as ações da Nestlé e Mondelez apresentaram uma derrocada de 14,8% e de 4,3%, respectivamente.
Para Ivan Barboza, sócio do Ártica, escritório independente de assessoria financeira em M&A e gestão de investimentos, o declínio se deve ao movimento de alta de juros para conter o aumento dos preços. A combinação destes dois fatores pesam no desempenho dos papéis porque sinalizam ao mercado uma possível redução do poder de compra do consumidor e o risco de uma recessão econômica mesmo diante da queda no preço do cacau.
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“Na avaliação de um negócio, o que conta são os resultados de longo prazo. A redução do preço do cacau teria que se manter por vários anos para ter um impacto relevante no valor dessas empresas”, ressalta Barboza.
Apesar do pessimismo, apenas Hershey’s apresentou alta no acumulado do primeiro semestre. “A Hershey’s teve uma valorização de 14,8% nas suas ações no acumulado do primeiro semestre depois de revisar o guidance (estimativas e informações futuras) de 2022 para cima e realizar um robusto programa de recompra de ações”, explica Rodrigo Lima, analista de investimentos da Stake.