

O Ibovespa acompanhou o movimento das Bolsas de Nova York e fechou em queda nesta quinta-feira (10). O principal índice da B3 recuou 1,13%, aos 126.354,75 pontos. Já os índices Dow Jones, Nasdaq e S&P 500 registraram quedas de 2,50%, 4,31% e 3,46%, respectivamente. A depreciação refletiu uma correção técnica após a forte disparada do dia anterior.
As Bolsas americanas ampliaram as perdas no início da tarde, após a confirmação nesta quinta (10) de que as tarifas dos Estados Unidos sobre importações chinesas somam 145%, e não 125%, como havia sido anunciado na quarta (9) pelo presidente Donald Trump. Em resposta às medidas de retaliação da China, o governo dos EUA havia elevado as tarifas para 125%, substituindo a taxa anterior de 84%. No entanto, a nova alíquota se soma aos 20% já vigentes antes das tarifas recíprocas, o que faz a carga tributária total americana sobre importações ao país asiático chegar a 145%.
As Bolsas europeias, por sua vez, chegaram a saltar no pregão, acompanhando a tendência nos mercados asiáticos, mas reduziram os ganhos no fechamento. O comportamento dos mercados é reflexo da redução temporária das tarifas recíprocas anunciadas a países que não retaliaram os EUA. Os principais índices de Frankfurt, Paris e Lisboa terminaram nas mínimas do dia.
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Já o dólar hoje se manteve em alta e encerrou o dia em valorização de 0,88% a R$ 5,8988. “Embora a pausa de Trump no aumento de tarifas recíprocas tenha sido um fator-chave de alívio nos mercados de ações, as incertezas ainda permanecem. A volatilidade da política comercial deve continuar sendo um fator de pressão negativo para as moedas emergentes, especialmente o real”, afirma Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, saudou hoje a suspensão das tarifas recíprocas dos EUA por 90 dias para todos os países, exceto China. “É um importante passo no sentido de estabilizar a economia global”, disse ela, em comunicado. No caso da União Europeia, a tarifa recíproca seria de 20%.
A política também anunciou que a União Europeia (UE) pausará a adoção de contramedidas a tarifas dos Estados Unidos por 90 dias, em resposta a pausa do lado americano. “Queremos dar uma chance para as negociações”, afirmou a autoridade, em nota. “Se as negociações não forem satisfatórias, nossas contramedidas entrarão em vigor.”
Ontem, o S&P 500 saltou 9,52%. Segundo dados da FactSet, trata-se do terceiro maior ganho diário do índice desde a Segunda Guerra Mundial. O Dow Jones Industrial Average, por sua vez, também reagiu com força, avançando 2.962,86 pontos — uma alta de 7,87% — e registrando seu melhor desempenho desde março de 2020. O Nasdaq Composite, por outro lado, teve a reação mais expressiva entre os três principais índices, disparando 12,16%. Foi o maior salto diário desde janeiro de 2001 e o segundo melhor da história do índice.
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A suspensão anunciada pela Casa Branca irá durar 90 dias aplicando tarifa mínima de 10% para países que não retaliaram o ataque de Washington. A China, excluída da medida, teve aumento da tarifa de 104% para 145% definido presidente dos EUA.
Trump disse na quarta-feira não acreditar na necessidade de aumentar ainda mais as tarifas sobre a China e que espera que Xi Jinping, o líder chinês, tente chegar a um acordo. “Não consigo imaginar. Não acho que precisaremos fazer isso novamente”, disse com relação às taxas.
Por sua vez, a porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yongqian, declarou intenção por uma conciliação. “A porta para o diálogo está aberta, mas ele deve ser baseado no respeito mútuo e conduzido em pé de igualdade”, disse.
Tarifas de 84% sobre importações dos EUA aplicadas pela China também passaram a valer nesta quinta-feira. Serão cobradas taxas alfandegárias sobre os produtos norte-americanos que entrarem no país como retaliação às medidas de Trump.
Bolsas da Europa fecham em alta com pausa em tarifas
Em Londres, o FTSE 100 avançou 3,04%, aos 7.913,25 pontos. O CAC 40, de Paris, subiu 3,83%, para 7.126,02 pontos, mínima do dia, enquanto o Ibex 35, de Madri, ganhou 4,3%, aos 12.307,60 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 teve alta de 2,41%, a 6.404,79 pontos. Já o FTSE MIB, de Milão, avançou 4,73%, aos 34.277,09 pontos. O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, subiu 4,53%, para 20.562,73 pontos, na mínima intradiária.
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O índice pan-europeu Stoxx 600, que na véspera chegou a recuar 3,51%, a 469,84 pontos – 15% abaixo de sua máxima histórica –, terminou esta quinta-feira (10) em alta de 3,70% a 487,28 pontos.
Mercados asiáticos disparam após recuo de Trump
O mercado asiático fechou em alta nesta quinta-feira. A Bolsa de Tóquio encerrou com valorização do índice Nikkei de 9,13% a 34.609,00 pontos, o maior ganho diário desde agosto de 2024. Já o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 6,60%, para 2.445,06, melhor desempenho diário desde março de 2020.
O Hang Seng, em Hong Kong, avançou 2,06%, para 20.681,78. Enquanto o Xangai Composto fechou com crescimento de 1,16%, para 3.223,64.
O Taiex, em Taiwan, liderou os ganhos na Ásia com salto de 9,25% a 19.000,03 pontos, melhor índice taiwanês em um único pregão desde 1991.
Na Oceania, a bolsa australiana também registrou alta com o S&P/ASX 200 subindo 4,54%, para 7.709,60 pontos.
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Veja como ficaram as principais bolsas da Ásia e também da Oceania:
- Kospi (Seul): +6,60%;
- STI (Cingapura): +5,65%;
- Hang Seng (Hong Kong): 2,06%;
- CSI 300 (China): +1,31%;
- Shanghai (Shanghai): +1,16%;
- S&P/ASX 200 (Sydney): +4,54%.
Ouro salta e renova recorde
Os preços do ouro saltaram mais de 3% e renovaram máxima histórica nesta quinta-feira, impulsionados pela guerra comercial, fator que leva os investidores a buscar segurança no metal precioso.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do ouro para junho subiu 3,49%, fechando em US$ 3.177,50 por onça-troy. Na máxima, o metal dourado atingiu US$ 3.193,80. Apesar da trégua temporária nas tarifas de Trump, o clima de incerteza continua nos mercados.
Petróleo tomba mais de 3% e balança petroleiras da B3
Os contratos futuros de petróleo voltaram a fechar em queda, em meio a crescentes preocupações de que Estados Unidos e China estejam caminhando para uma guerra comercial. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para maio caiu 3,66% (US$ 2,28), encerrando a US$ 60,07 o barril. Já o Brent para junho, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 3,28% (US$ 2,15), alcançando US$ 63,33 o barril.
Com o tombo do petróleo, ações do setor lideraram as quedas do Ibovespa. Entre os principais destaques negativos, estiveram as ações da Prio (PRIO3), Petrobras (PETR3;PETR4), Brava Energia (BRAV3) e Petrorecôncavo (RECV3).
*Com informações do Broadcast e NYT
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