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Copel (CPLE6) mais perto da privatização: como o mercado avalia o papel?

Companhia aprovou em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) a proposta para transformar empresa em corporação

Copel (CPLE6) mais perto da privatização: como o mercado avalia o papel?
Copel (CPLE6) (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
  • Copel (CPLE6) aprovou em Assembleia Geral Extraordinária novas regras para estatuto, transformando companhia em corporação
  • Mercado visualiza que papel está bem precificado, mas não vê tanto espaço para novas altas

A Copel (CPLE6) deu um passo a mais rumo à privatização. Nesta segunda-feira (10), os acionistas aprovaram a reforma no estatuto social da empresa, que visa a transformação da companhia em uma corporação, sem acionista controlador (corporation). Também foi autorizada um aumento de capital por meio de uma emissão de oferta de ações. Para o mercado, as novas decisões foram bem vistas.

“As perspectivas para a companhia são positivas, já que esses processos de privatização costumam trazer melhoria de eficiência e governança”, explica Ruy Hungria, analista da Empiricus Research. Contudo, ele completa: “Entendemos que as ações já subiram bastante na expectativa da privatização e por isso não temos recomendação de compra neste momento”. Às 16h22 desta terça-feira (11), o ativo registrava alta na Bolsa de 1,12%, cotado a R$ 8,13.

Leonardo Piovesan, CNPI e analista fundamentalista da Quantzed, também diz que a privatização está precificada no papel. “Eu vejo que o espaço para corte de custos da Copel é um tanto reduzido, já que a empresa evoluiu muito enquanto era estatal, ou seja, talvez não tenha mais um upside (potencial de crescimento) a ser capturado pela privatização da Copel”, comenta.

O que mudou?

Para entender as mudanças realizadas na última Assembleia Geral Extraordinária, Lucas Mastromonico, operador de renda variável da B.Side Investimentos, destaca um dos principais pontos decididos, que diz respeito ao limite do poder de voto de um acionista específico ou de um grupo a 10% do total de sufrágios.

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Contudo, apesar do poder de voto ser limitado, a posição de capital não é. Para evitar, então, que acionistas tentem tomar o controle da companhia, a AGE instituiu uma regra – um dispositivo chamado poison pill. “Caso o acionista passe a ser titular de mais de 25% do capital, será obrigatório uma nova oferta de todas as ações restantes, por um valor de, no mínimo 100%, em relação à maior cotação nos últimos 504 pregões”, explica Mastromonico.

Hungria acrescenta que agora há a possibilidade do conselho aprovar um aumento de capital, que diluirá a participação do governo do Paraná e tornará a Copel uma companhia sem um controlador definido.

Outro ponto aprovado foi a criação e emissão de golden shares, ou ações preferenciais de classe especial, de titularidade do Estado do Paraná, que garantem alguns poderes especiais sobre a companhia.

BNDES vira ponto de alerta

Piovesan destaca um ponto negativo. “O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que é um acionista relevante da companhia, conseguiu barrar a transferência da Copel para o novo mercado. Ou seja, [barrou] a transformação das ações PN (preferencial) em ON (ordinária), para só ter a classe de ON”, explica.

Em nota, o banco informou entender que o modelo de corporation “pode levar a um desequilíbrio dos interesses” dos minoritários ao restringir os direitos políticos dos acionistas em no máximo 10% do valor representativo do capital social.

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Segundo Piovesan, da Quantzed, o BNDES não quis perder o poder de direito a voto que as ações PN dão. “O BNDES tem um porcentual relevante de ações PN também, não tem só ON. Isso é um ponto que foi retirado, a transferência da Copel para o novo mercado, e isso pode impactar o valuation (valor do ativo) futuro da empresa, assim como o preço da oferta de ações também, porque acaba interferindo na governança corporativa da organização”, conclui.

Próximos passos

O próximo passo para a privatização da estatal vai na direção da oferta no mercado. Contudo, a empresa ainda precisa de uma aprovação do Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) quanto ao valor do pagamento de outorga para renovação de três usinas hidrelétricas. “É para isso que o aumento de capital serve, para a empresa captar caixa para fazer esse pagamento de outorga”, explica Piovesan.

“Agora, é preciso esperar a definição do bônus de outorga para renovação de três usinas hidrelétricas, que ajudarão a tornar a companhia mais atraente, e o processo de definição do preço das ações na oferta pública pelo Tribunal de Contas do Paraná. Depois disso, acontecerá a oferta de ações”, completa Hungria.

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