A CSN(CSNA3) reportou prejuízo líquido de R$ 732 milhões no primeiro trimestre de 2025, 52,5% acima das perdas registradas no mesmo período de 2024, mostra documento enviado ao mercado nesta quinta-feira (8). Analistas do mercado financeiro divergem sobre o resultado apresentado neste trimestre, mas possuem recomendação cautelosa para as ações da empresa.
Para a Genial Investimentos, os números foram positivos, uma vez que superaram as prospecções prévias do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em 4,6%, o que acabou reduzindo o endividamento da CSN, medido pela alavancagem. A corretora acreditava que o primeiro trimestre de 2025 da companhia seria marcado pela elevação pontual do índice de alavancagem, refletindo a dinâmica sazonal característica do período, com queima de caixa superior à geração de Ebitda incremental no ano contra ano.
“Pontuamos que essa tendência acabou contrariando a característica sazonal do início do ano. Por conseguinte, a trajetória de queda se manteve apontada em direção ao guidance (projeções da companhia) de 2025, sendo de 3,0 vezes. De modo geral, a empresa reportou resultados satisfatórios, com volumes de aço e cimento acima do esperado, sustentados por demanda doméstica resiliente, apesar da sazonalidade”, dizem Igor Guedes, Luca Vello e Iago Souza, que assinam o relatório da Genial.
Para a equipe da XP Investimentos, os resultados da CSN foram em linha com o esperado, sem grandes surpresas no Ebitda. Eles dizem que a empresa teve um desempenho sequencial mais fraco na divisão de aço, com margens caindo para 7,9% no primeiro trimestre de 2025. Isso reflete volumes de vendas sazonalmente mais baixos e custos ligeiramente mais altos, com custos de placas estáveis do quarto trimestre de 2024 para o primeiro trimestre de 2025, o que pode implicar um impacto neutro nos custos para o segundo trimestre de 2025.
Eles comentam que os resultados das operações de mineração foram neutros por causa dos números pressionados na divisão de cimento, devido a volumes sazonalmente mais fracos e um ambiente competitivo mais acirrado. A XP também diz estimar que houve um desempenho razoável nas divisões de energia e logística, com o Ebitda de energia crescendo 100% do quarto trimestre de 2024 para o primeiro trimestre de 2025. Já o de logística avançou 16% no mesmo período.
O que esperar das ações da CSN após o balanço do 1° trimestre de 2025?
Embora os analistas se dividam sobre o quão positivo foi o balanço desse trimestre, eles comentam que o melhor a ser feito neste momento é o investidor não comprar as ações da CSNA3. A Genial Investimentos projeta um cenário desafiador para o aço, com demanda retraindo e importações em alta, enquanto a divisão de cimentos deve se beneficiar de resiliência no consumo e ganhos de escala.
A corretora tem recomendação de manter, que é equivalente à neutra, para a ação CSNA3 com preço-alvo de R$ 9,50, uma potencial queda de 1,35% na comparação com o fechamento de quinta-feira (8), quando o papel encerrou o pregão a R$ 9,63. “Temos essa estimativa diante de um ambiente competitivo e macro mais restritivo, mas com avanços operacionais surpreendentes que trouxeram percepção de alívio inesperado sobre o case”, concluem Igor Guedes, Luca Vello e Iago Souza.
A XP também tem recomendação neutra, mas com preço-alvo de R$ 20 para o fim de 2025, alta de 107,68% na comparação com o fechamento de quinta-feira (8). “Permanecemos cautelosos quanto às expectativas do que parece ser um ano ainda desafiador (embora melhor) para a indústria siderúrgica brasileira, dadas as perspectivas de preços pressionadas”, explicam Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano, que assinam o relatório da XP sobre a CSN (CSNA3).