Banco BRB comprou 58% do capital total do Banco Master. (Foto: Adobe Stock)
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu, no fim de junho, uma investigação contra a administração do Banco de Brasília (BRB) para apurar possíveis irregularidades relacionadas às demonstrações financeiras de 2024 e convocação de Assembleia Geral Ordinária (AGO) fora do prazo legal. No total, são 14 acusados — entre eles, Paulo Henrique Costa, CEO do banco, Dario Garcia Junior, diretor financeiro, e Marcelo Talarico, presidente do comitê de auditoria. A informação foi publicada pelo jornal O Globo e confirmada pelo E-Investidor.
O processo foi aberto em 23 de junho e, três dias depois, encaminhado à Gerência de Controle de Processos Sancionadores (GCP) da CVM. Isso indica que, após uma investigação preliminar, a autarquia já começou a formular acusações e avaliar a aplicação de penalidades. Agora, os envolvidos estão sendo citados. Procurado, o BRB informou que ainda não teve acesso ao processo e vai se manifestar no “momento oportuno”.
As demonstrações financeiras do BRB já haviam sido questionadas por acionistas minoritários anteriormente. Em maio, durante a assembleia para aprovação das contas referentes a 2024, investidores apontaram falta de transparência sobre o impacto da compra do Banco Master, anunciada em março, nos números do banco. Também afirmaram que as DFs estavam fora do padrão internacional de contabilidade, conhecido como IFRS, e que não continham informações detalhadas sobre subsidiárias.
No final, os relatórios contábeis foram aprovados, em uma votação que dividiu majoritários e minoritários. A aprovação foi feita com base no voto positivo do governo do Distrito Federal (DF), que representava 80,94% dos papéis com poder de voto na assembleia.
Já a Associação Nacional dos Empregados Ativos e Aposentados do Banco de Brasília (AneaBRB) votou pela rejeição das contas, mas foi vencida. Essa configuração pode ser vista no mapa de votação publicado pelo banco. Procurada, a AneaBRB não respondeu às solicitações da reportagem.
Agora, após a citação dos acusados, é esperado que os envolvidos enviem suas defesas para serem apreciadas pela área técnica da CVM.