- Sanchez disse que Bolsonaro adotou uma linha de confronto com o petista, enquanto Lula evitou o embate
- Bolsonaro comprometeu seu desempenho quando atacou a jornalista Vera Magalhães
(Abel Serafim, especial para o E-Investidor) – O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, afirmou nesta segunda-feira (29) que tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto o atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), devem reavaliar “intensamente” a participação em futuros debates da campanha presidencial.
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“Em outras palavras, melhor eles deixarem os danos de imagem circunscritos a uma audiência menor do que se expor a novas experiências infrutíferas em maior escala”, disse. De acordo com ele, tanto o petista quanto o atual presidente perderam o debate promovido pela TV Bandeirantes neste domingo. O economista-chefe da Ativa, porém, acredita que o petista deve ser o vencedor das eleições.
Em nota, Sanchez disse que Bolsonaro adotou uma linha de confronto, com perguntas “incisivas” e “explorando a dualidade” com o petista, enquanto Lula evitou o embate. “Evidentemente que isso deu ampla vantagem ao atual presidente, principalmente aos habituados com o ambiente político e seu noticiário”, disse o economista-chefe.
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Sanchez, no entanto, afirma que o tom belicoso de Bolsonaro pode não ser considerada a melhor estratégia pela perspectiva do eleitor indeciso e apartidário – mulheres de até dois salários mínimos, cita – tendo em vista que o confronto entre ambos os líderes das pesquisas de voto já está amplamente posto. “Em suma, a estratégia adotada por Lula pode ter dado relativa vantagem ao ex-presidente, ainda que em termos gerais consideremos que Lula tenha perdido”, disse, em nota.
O economista-chefe destacou o ponto em que Bolsonaro comprometeu a sua participação no debate, quando ele fez um ataque forte contra a jornalista Vera Magalhães. O fato, justificou, foi amplamente explorado pelos rivais. “Se pensarmos pela ótica do perfil majoritário do eleitor indeciso, estamos falando que o presidente Bolsonaro deve ter gerado efeito reverso ao pretendido, reverter uma avaliação negativa junto às mulheres, principalmente as indecisas”, explicou.
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“Ao longo do debate, o terceiro e quarto colocados das pesquisas fizeram acenos ao candidato do PT, com Simone Tebet (MDB) tratando-o com maior distinção do que tratou Bolsonaro (mesmo considerando os desafetos recentes) e Ciro recebendo um afago e chegando a sorrir para Lula, que disse que vai procurá-lo para aliança em eventual segundo turno”, disse.