Empresas sólidas, descontadas, com forte geração de caixa e boa capacidade de distribuição de dividendos tem a preferência de analistas em meio ao caos nos mercados provocado pela escalada da guerra tarifária. (Foto: Adobe Stock)
O Ibovespa subiu 6,08% em março e acumulou, no primeiro trimestre de 2025, ganhos de 8,29% em moeda local – veja mais aqui. Em dólares, o índice da B3 alcançou uma rentabilidade expressiva de 16,78%, performance que não era vista desde o quarto trimestre de 2023, quando o indicador avançou 19,07% na moeda americana, de acordo com dados de Einar Rivero, CEO e sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria. As incertezas após dos EUA imporem tarifas no comércio mundial, porém, levam parte dos especialistas a recomendar ações pagadoras de dividendos.
Nos Estados Unidos, o cenário da renda variável em março foi um pouco diferente. Nasdaq recuou 10,42% no primeiro trimestre, registrando sua pior performance desde o segundo trimestre de 2022, quando caiu 22,44%. O S&P 500 e o Dow Jones também não escaparam do pessimismo: recuaram 4,59% e 1,28%, respectivamente. A situação piorou nesta semana, com o anúncio do presidente Donald Trump de tarifas contra diversos países.
A Empiricus Research avalia que, em vez de prejudicar os mercados emergentes, o pessimismo com as bolsas norte-americanas na verdade tem provocado uma migração de recursos para outros países, entre eles o Brasil. “Olhando para a frente, seguimos construtivos com a tese envolvendo a Bolsa de valoresbrasileira, dado o valuation (valor de mercado) descontado das ações, a possibilidade de cortes da Selic antes do precificado pelo mercado e de notícias favoráveis envolvendo as eleições do ano que vem”, afirma em relatório.
Por outro lado, a corretora lembra que o ambiente externo segue muito incerto por conta da guerra tarifária e que o governo brasileiro seguirá tentando recuperar sua popularidade, o que também traz riscos fiscais para o horizonte. “Neste ambiente, seguiremos com um portfólio composto por empresas sólidas, descontadas, com forte geração de caixa e boa capacidade de distribuição de dividendos“, ressalta.
Quem também prefere as boas pagadoras de proventos é a Ágora Investimentos. A corretora garante ainda prioridade por setores mais resilientes dentro de seu portfólio.
As melhores ações para ganhar dividendos em abril
O E-Investidor consultou as carteiras recomendadas de dividendos de nove bancos e corretoras para abril. Quem liderou as indicações foi a Petrobras(PETR3; PETR4), mencionada por cinco casas. O BTG Pactual, que tem o papel como top pick (preferência) dentro do setor de petróleo e gás, destaca como pontos positivos o crescimento sólido da produção, o fluxo de caixa vinculado ao dólar, o dividend yield (rendimento de dividendo) atraente e uma estrutura de governança que, embora não esteja isenta de falhas, inclui proteções significativas.
Outro destaque nas indicações foi o Itaú(ITUB3; ITUB4), citado por quatro casas. “Acreditamos que o banco ofereça, atualmente, uma combinação defensiva em meio a um cenário macroeconômico incerto, com uma sólida posição de capital e bom crescimento de lucros, ao mesmo tempo em que oferece uma combinação de altos retornos e elevado dividend yield“, destaca a Ágora em relatório.
A Ágora não realizou nenhuma mudança em sua carteira com foco em dividendos para abril.
Ações
BB Seguridade (BBSE3)
CPFL (CPFE3)
Copasa (CSMG3)
Itaú (ITUB4)
Telefônica Brasil (VIVT3)
BB Investimentos
Para o trimestre que se iniciou em março e vai até maio, a carteira do BB Investimentos é a seguinte:
Ações
Cemig (CMIG4)
CPFL Energia (CPFE3)
Bradesco (BBDC4)
Isa Cteep (ISAE4)
JBS (JBSS3)
Petrobras (PETR4)
Direcional (DIRR3)
Tim (TIMS3)
Itaúsa (ITSA4)
Telefônica Brasil (VIVT3)
BTG Pactual
Para abril, o BTG retirou JBS (JBSS3) e Banco ABC (ABCB4), substituindo por Alupar (ALUP11) e Santander (SANB11).
Ações
Petrobras (PETR4)
Itaú (ITUB4)
Vale (VALE3)
Santander (SANB11)
BB Seguridade (BBSE3)
Eletrobras (ELET6)
Alupar (ALUP11)
Equatorial (EQTL3)
Tim (TIMS3)
Klabin (KLBN11)
Copel (CPLE6)
Direcional (DIRR3)
Empiricus
A seleção de ações contou com a substituição dos papéis da B3 (B3SA3) pelos da Petrobras (PETR4).
Ações
Itaú (ITUB4)
Eletrobras (ELET6)
Gerdau (GGBR4)
Porto Seguro (PSSA3)
Petrobras (PETR4)
Genial Investimentos
Em relação ao mês de março, saíram as ações da Caixa Seguridade (CXSE3), Itaú Unibanco (ITUB4), JBS (JBSS3) e Porto Seguro (PSSA3), com inclusão dos papéis do Banco do Brasil (BBAS3), Cemig (CMIG4), Plano & Plano (PLPL3) e Irani (RANI3).
Ações
Banco do Brasil (BBAS3)
Cemig (CMIG4)
Plano & Plano (PLPL3)
Sanepar (SAPR11)
Irani (RANI3)
Itaú BBA
O Itaú BBA realizou uma troca em sua carteira de ações com foco em dividendos. Saíram as ações da Isa Energia (ISAE4), com inclusão dos papéis do Santander (SANB11).
Ações
Copel (CPLE6)
Santander (SANB11)
Petrobras (PETR4)
Direcional (DIRR3)
Aura Minerals (AURA33)
PagBank
O PagBank fez duas alterações na carteira para abril. Foram retiradas as ações da Isa Energia (ISAE4) e da Vale (VALE3), com entrada dos papéis da Eletrobras (ELET3) e da Petrobras (PETR4).
Ações
Cemig (CMIG4)
BB Seguridade (BBSE3)
Eletrobras (ELET3)
Itaú (ITUB4)
Petrobras (PETR4)
Planner
Em relação a março, a Planner manteve apenas uma única ação na carteira. Papéis da Bradespar (BRAP4), CPFL (CPFE3), Moura Dubeux (MDNE3) e Tim (TIMS3) foram acrescentados, enquanto Banco do Brasil (BBAS3), Copasa (CSMG3), Telefônica Brasil (VIVT3) e Vale (VALE3) foram retirados.
Ações
Bradespar (BRAP4)
CPFL (CPFE3)
Moura Dubeux (MDNE3)
Engie (EGIE3)
Tim (TIMS3)
Terra Investimentos
A Terra realizou uma mudança em sua carteira de dividendos. A corretora retirou os papéis da Copel (CPLE6) e incluiu as ações da Engie (EGIE3).
