O que este conteúdo fez por você?
- Após três meses de forte valorização, o dólar voltou a cair em relação ao real em janeiro
- Até esta sexta-feira (24), a reserva norte-americana acumulava baixa de 4,84% - a maior desvalorização mensal frente à moeda nacional desde junho de 2023
- O levantamento foi feito por Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta, considerando o "dólar ptax", taxa de câmbio calculada pelo Banco Central
Após três meses de forte valorização, o dólar voltou a cair em relação ao real em janeiro. Até esta sexta-feira (24), a reserva norte-americana acumulava baixa de 4,84% – a maior desvalorização mensal frente à moeda nacional desde junho de 2023, quando cedeu 5,43%. O levantamento foi feito por Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta, considerando o “dólar ptax“, taxa de câmbio calculada pelo Banco Central e referência no Brasil.
Leia também
Na outra ponta, o real subiu 5,09% sobre o dólar ptax no mês. “O movimento positivo do real chama atenção no contexto recente de instabilidade cambial, marcado por pressões econômicas internas e externas. Entre setembro e novembro do ano passado, o real acumulou desvalorizações mensais consecutivas, atingindo o ápice negativo em novembro, com uma queda de 5,71%”, ressalta Rivero.
Segundo o levantamento, nos últimos três anos o mercado cambial brasileiro tem oscilado entre períodos de expressiva valorização e fortes quedas. A maior queda do dólar no período ocorreu em maio de 2022, com o dólar recuando 7,81% sobre o real. Em contrapartida, a maior valorização do período ocorreu em junho de 2022, quando a moeda avançou 10,77%.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
Governo Trump, risco fiscal e a queda do dólar
Um dos principais gatilhos para a queda do dólar foi um discurso mais ameno do que o esperado de Donald Trump, presidente dos EUA, sobre as relações comerciais com a China e elevação de tarifas a produtos estrangeiros. O republicano retornou oficialmente à Casa Branca na última segunda-feira (20).
“Essa mudança na postura do presidente norte-americano foi interpretada pelo mercado como algo positivo para o Brasil, uma vez que a redução de tensões comerciais pode refletir diretamente em um ambiente mais favorável para a economia brasileira”, afirma Thiago Pettinato, superintendente de câmbio e trade finance da Multiplica Crédito & Investimentos. Para que o câmbio continue valorizando, entretanto, o ambiente doméstico também deve entrar no “jogo”. “O Brasil está em um processo contínuo de recuperação da confiança dos investidores. Para isso, é importante manter a estabilidade cambial e continuar com intervenções pontuais quando necessário, a fim de preservar um patamar de dólar que seja viável para a economia como um todo”, afirma.
O especialista acredita que o dólar deva cair a R$ 5,40. “O ideal é que o valor do dólar encontre um ponto de equilíbrio que seja vantajoso tanto para os exportadores quanto para os importadores. Além disso, é importante lembrar que a dívida pública do Brasil também está atrelada ao valor da moeda, o que significa que, quando o dólar está mais alto, a dívida externa do país tende a aumentar”, afirma Pettinato.
Até às 16h desta sexta-feira (24), o dólar à vista caía 0,32%, aos R$ 5,89.
Publicidade