Veja o desempenho do dólar hoje. Foto: Adobe Stock
O dólar hoje opera em alta nesta quarta-feira (12), em movimento de correção após a forte queda da véspera, quando pesaram o iminente fim da paralisação do governo dos Estados Unidos, a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais fraco que o esperado. Hoje, os dados do setor de serviços e as falas do presidente do Banco do Central, Gabriel Galípolo, também chamam a atenção dos investidores.
Por volta das 11h40, o dólar subia 0,46%, a R$ 5,297. Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de serviços teve alta de 0,6% em setembro ante agosto, o setor funcionava em patamar 19,5% superior ao de fevereiro de 2020, antes do agravamento da crise sanitária no País. O número ficou acima da mediana do Projeções Broadcast, de 0,4%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o setor registrou crescimento de 4,1%.
Na visão do Bradesco, os dados mostram a resiliência do setor, que tende a contribuir positivamente para o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre. “Já são oito meses consecutivos de aumento na receita real de serviços, acumulando alta de 3,3% nesse período e levando o nível da atividade a uma nova máxima histórica”, afirma o banco, em relatório a clientes.
Já Claudia Moreno, economista do C6 Bank, diz que setor de serviços deve manter o protagonismo na economia brasileira e encerrar 2025 com expansão em torno de 3%. “Os dados de setembro mostram que o setor continua firme e está mantendo um bom ritmo de crescimento em 2025”, escreveu em nota.
Na avaliação de Moreno, esse impulso no setor virá principalmente das medidas do governo para aquecer a atividade, que ocorreram não só via aumento de gastos, mas também a partir de estímulos à concessão de crédito.
Tom duro de Galípolo impacta o dólar hoje
O mercado também repercute falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. O presidente da autoridade monetária disse que política restritiva de juros elevados vem “fazendo efeito, mesmo que gradual”. Segundo ele, houve uma desaceleração no crescimento econômico, mas não uma queda. Ele ainda mandou recados para quem está descontente com o aperto monetário.
“Todo mundo pode brigar com o BC, mas o Banco Central não pode brigar com os dados. O BC tem um objetivo, que talvez, seja mais claro de todos, atingir a meta de inflação. Está bem claro o motivo para estarmos com a taxa de juros em patamar restritivo”, afirmou Galípolo.
O banqueiro central participa de coletiva de imprensa, em São Paulo, onde detalha o Relatório de Estabilidade Financeira (REF). Segundo o Projeções Broadcast, entre 34 casas consultadas, 17 preveem início dos cortes em março, 12 em janeiro, quatro em abril e uma em junho. Economistas avaliam que a ata teve tom mais dovish, ao reconhecer o avanço da desinflação, os efeitos da política monetária sobre a atividade e a incorporação do impacto da isenção do Imposto de Renda nas projeções. Essa perspectiva sustenta o carry trade e deve continuar limitando apostas contra o real.
Lá fora, o dólar sobe ante moedas fortes, após ter recuado com dados fracos de emprego nos EUA, enquanto investidores aguardam discursos de dirigentes do Federal Reserve e a votação do projeto que encerra o shutdown. A queda dos rendimentos dos Treasuries reforça apostas em corte de juros pelo Fed em dezembro, o que segue influenciando o câmbio global.
Na agenda, está prevista a participação cinco dirigentes do Federal Reserve (Fed): Raphael Bostic, de Atlanta, às 13h30; o diretor Stephen Miran, às 14h30; e Susan Collins, de Boston, às 18 horas. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, estará em conferência às 12h45. O dólar à vista acumula queda de 1,53% em novembro, após alta de 1,08% em outubro. No ano, perde 14,39% frente o real. Para mais informações sobre o dólar hoje, clique aqui.