O dólar hoje abre em leve alta nesta Super-Quarta (17), dia marcado pela decisão de juros dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos. No caso do BC americano, o Federal Reserve (Fed), a expectativa é de redução dos juros em 0,25 ponto porcentual, com o Fed Funds caminhando para a faixa de 4,00% para 4,25% ao ano. No Brasil, o mercado espera a manutenção da taxa básica de juros, a Selic em 15% ao ano.
Por volta das 9h, o dólar subia 0,09%, a R$ 5,30. A moeda americana passou por uma série de pregões seguidos em queda e acumula baixa de 14,2% no ano. O recuo acontece em meio às expectativas do corte de juros do Fed. O mercado também deve ficar atento ao discurso do presidente do Fed, Jerome Powell. Um tom brando da autoridade monetária dos EUA, abrindo caminho para novos cortes até o fim do ano, tende a enfraquecer ainda mais a moeda americana. Já uma postura mais dura pode levar o dólar para cima.
Decisão de juros no Brasil também movimenta o dólar hoje
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter inalterada a taxa de juros, Selic, em 15% ao ano. Para o mercado, a decisão desta quarta é vista como um “não evento”, mas o tom do comunicado — a ser anunciado a partir das 18h30 — poderá indicar por quanto tempo a taxa permanecerá ao nível elevado.
Segundo pesquisa Projeções Broadcast, 74% das instituições consultadas acreditam que a Selic ficará estável até o fim de
2025, em linha com o precificado na curva de juros futuros. O pano de fundo é um mercado de trabalho aquecido e dúvidas sobre o ritmo da atividade.
Na política, investidores monitoram a aprovação da PEC que blinda parlamentares de processos judiciais e os debates em torno da anistia, tema reprovado por 41% da população segundo pesquisa Genial/Quaest. A mesma sondagem evidenciou manutenção em 51% na desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O quadro eleitoral ganha cor com a possibilidade de candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Na agenda do dia, destaques para o IGP-10 de setembro, que subiu 0,21% — menos que a mediana das estimativas colhidas pelos Projeções Broadcast, de 0,33% — e o IPC-Fipe da segunda quadrissemana, com alta de 0,28%.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa hoje de seminário em Brasília e reiterou ontem, em vídeo publicado nas redes sociais, que o IPTU não será afetado pela reforma tributária. Ainda no campo fiscal, o senador Oriovisto Guimarães (PSDB-PR) defendeu regras mais duras para conter o endividamento da União, criticando o atual arcabouço como uma “peça de ficção”.
Ontem, o dólar à vista fechou em queda de 0,44%, a R$ 5,2981, renovando a mínima de fechamento alcançada há mais de um ano. O dólar futuro para outubro também recuou 0,48%, a R$ 5,3140.