- Por se tratar de uma moeda que serve como referência internacional, o dólar interfere na economia de vários países, na inflação, em transações internacionais, na produção rural e de bens de consumo.
- Previsões para o dólar em 2021 são positivas, mas ainda dependem de eventos futuros. Saiba como isso pode influenciar seus investimentos!
(Talita dos Santos de Souza, especial para o E-Investidor) – Depois de esbarrar nos R$ 6, o valor do dólar em comparação ao real começa a baixar, acompanhando a perspectiva positiva de valorização da moeda brasileira, beneficiada pela expectativa do fim da pandemia. Apesar de a vacinação avançar lentamente no Brasil, a tendência é um cenário otimista para os próximos meses de 2021.
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Na última publicação do Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central do Brasil (BC) no dia 5 de julho, a previsão do dólar para o segundo semestre deste ano é de R$ 5,04. Para 2022, a expectativa é de R$ 5,20
Para o BTG Pactual, o valor deve cair ainda mais, chegando a R$ 4,90 até dezembro e em R$ 5,20 no ano que vem. Enquanto a avaliação dos mercados doméstico e internacional devem melhorar, conforme o ritmo da vacinação acelera e reformas no congresso avançam, a deterioração de contas públicas continua a representar um risco, segundo o banco.
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Outro fator positivo e que afeta na valorização da nossa moeda é a alta prevista para o Produto Interno Bruto (PIB), que passou de 3,14% para 3,21% de crescimento, de acordo com dados do Focus. Já a elevação da produção industrial no País foi de 5,03% para 5,50%. Por fim, a relação entre dívida líquida no setor público e PIB seguiu em 65%.
Impacto da variação do dólar na economia
Por se tratar de uma moeda que serve como referência internacional, o dólar interfere na economia de vários países, na inflação, em transações internacionais, na produção rural e de bens de consumo. Isso porque muitos insumos e matérias-primas têm origem nos Estados Unidos, além do mercado de exportação ser padronizado em dólar.
Os setores que ganham com a alta da moeda são:
- Balança comercial (a importação fica mais cara, e a exportação mais barata, o que faz mais dinheiro entrar no País);
- Exportadoras (empresas que recebem em dólar e ganham em competitividade no exterior);
- Mercado interno (o agronegócio e as indústrias nacionais se fortalecem, pois tornam-se alternativas mais baratas);
- Turismo nacional (quando viagens para fora do território nacional ficam mais caras, turistas optam por viagens dentro das fronteiras).
Os setores que perdem com a alta da moeda são:
- Consumidores (produtos e serviços se tornam mais caros e afetam diretamente o poder de compra);
- Importadoras (ao contrário das exportadoras, essas organizações compram insumos e/ou serviços estrangeiros, tendo seus custos de produção aumentados);
- Turistas internacionais (quem marcou uma viagem para países que trabalham com dólar vai, obviamente, gastar mais durante a experiência).
Como a variação do dólar afeta seus investimentos?
Para entender a influência da taxa de câmbio nos investimentos em renda fixa ou variável, é preciso entender a relação entre oferta e demanda das moedas, ficando atento à volatilidade do mercado.
Quem investe em fundos cambiais é afetado diretamente: a rentabilidade aumenta ou diminui na mesma proporção do que o valor da moeda estrangeira. Já na bolsa de valores, as negociações de empresas nacionais tendem a cair quando o dólar sobe.
O impacto na renda fixa pode ter uma melhora quando o dólar está mais caro. É o caso de investimentos no Certificado de Depósito Bancário (CDB), Tesouro Selic, Tesouro IPCA+, Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).
De olho na variação do mercado
Analistas da área econômica alertam para a flutuação do mercado. As estimativas de valorização ou desvalorização do dólar variam tanto quanto as incontáveis possibilidades de futuro, considerando, principalmente, todos os desdobramentos da pandemia em diferentes países.
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Vale lembrar que, no começo de 2021, previa-se uma alta — ao contrário do que acontece hoje.
A seguir, veja alguns pontos que merecem atenção no acompanhamento do sobe e desce da moeda americana.
- Vacinação: a volta da normalidade das relações de trabalho favorece a economia nacional e melhora a perspectiva do real frente às outras moedas;
- Gastos públicos: no Brasil, a pressão pelo auxílio emergencial pode romper o teto previsto, trazendo desconfiança sobre a economia brasileira;
- Variação da Selic: espera-se que o BC aumente a taxa, melhorando a percepção da nossa moeda;
- Inflação nos EUA: o pacote de estímulos prometido pelo presidente americano, Joe Biden, tende a enfraquecer o dólar.