- O novo presidente da Eletrobras terá a missão de colocar a companhia no setor de energia renovável
- Outro ponto aguardado pelo mercado está na redução dos custos e no aumento da eficiência operacional
- A posse do novo presidente deve acontecer até o dia 20 de setembro deste ano
Desde a privatização da Eletrobras (ELET3/ELET6), em junho deste ano, os investidores seguem atentos às mudanças na companhia. Na última sexta-feira (5), o Conselho de Administração da companhia elegeu Wilson Ferreira Júnior para o cargo de CEO da empresa.
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A notícia foi vista como positiva pelo mercado devido à crença de que o novo presidente será capaz de otimizar as operações da ex-estatal com o objetivo de aumentar a receita da empresa e torná-la mais competitiva. A posse do novo presidente deve ocorrer até o dia 20 de setembro
O retorno de Ferreira, que comandou a empresa entre 2016 e 2021, reforça as expectativas de mercado sobre a Eletrobras pós-privatização. Segundo Leonardo Piovesan, analista da Quantzed, um dos planos do novo presidente consiste em transformar a companhia em uma das maiores empresas do mundo em energia renovável, principalmente, nos segmentos de produção de energia eólica e solar.
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“A empresa é praticamente só de usinas hidrelétricas e não investiu praticamente nada em eólica e solar, que são setores que estão crescendo fortemente. Provavelmente, essa vai ser uma das avenidas de crescimento da empresa nos próximos anos”, ressalta Piovesan.
Além de trabalhar para transformar a Eletrobras em um grande player de energia renovável, o novo CEO terá outra missão nas mãos: otimizar os custos da companhia. De acordo com Luiz Fernando Araújo, CEO da Finacap Investimentos, as despesas da empresa chegam a ser o dobro em comparação com as outras geradoras de energia.
“A Eletrobras é formada por várias subsidiárias e há empresas com prejuízo acumulado. Então, devem ser incorporadas nas empresas que geram lucro, o que deve reduzir a carga tributária consolidada da empresa”, ressalta Araújo.
Há ainda a expectativa de que a Eletrobras adote o programa de demissão voluntária nos próximos meses para enxugar o quadro de funcionários. A estratégia é vista como uma alternativa mais viável, já que colaboradores concursados não podem ser desligados da mesma forma como ocorre em empresas privadas.
A venda de energia com valores abaixo da média do mercado também segue no radar dos investidores. Mesmo com a privatização, a Eletrobras terá dificuldades de elevar o preço, porque a medida deve impactar na conta de energia da população e pode trazer efeitos para a inflação no País.
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“Vale lembrar que o governo ainda possui a maior participação da companhia e tem poder de veto de algumas iniciativas adotadas pela Eletrobras”, ressalta Gustavo Pazos, analista do time de Research da Warren.
Ações defensivas
As expectativas para a segunda gestão de Wilson Ferreira Júnior no comando da Eletrobras ajudam a reforçar as ações da companhia como uma boa alternativa de investimento.
Em relatório, o Itaú BBA classifica a empresa como a principal escolha no setor de serviços públicos e, por isso, mantém recomendação de compra para os papéis ordinários da Eletrobras (ELET3) com preço-alvo de R$ 61,60.
O time de research aponta o potencial de geração de fluxo de caixa e capacidade de pagamento de dividendos elevados no médio prazo como os principais fatores para a recomendação de compra do papel. “A equipe de gestão agora tem muito mais flexibilidade para implementar as mudanças que podem torná-lo um dos melhores do setor de serviços públicos do mundo”, destacam os analistas, no documento.
Além disso, com a proximidade do período eleitoral, os papéis podem ser vistos como ativos defensivos caso as eleições tragam volatilidade para a bolsa de valores e também para outros fatores macroeconômicos.
“É ativo de geração e transmissão de energia, que é um setor bem resiliente com repasse da inflação na receita. Temos volatilidade baixa nos resultados. E melhorando os resultados, a perspectiva de melhores dividendos começa a aparecer também”, destaca Piovesan.
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Já a Warren tem recomendação neutra por avaliar que a Eletrobras é pouco eficiente em relação aos seus pares.
No pregão desta segunda-feira (8), as ações da Eletrobras encerraram com ganhos de 0,46% (ELET3) e de 0,54% (ELET6), cotadas a R$ 48,35 e R$ 50,35, respectivamente. Já no acumulado do ano, as performances chegam 47,41% (ELT3) e 58,85% (ELET6)