As ações da Embraer (EMBR3) fecharam em forte alta nesta quarta-feira (30), com a notícia de que o governo de Donald Trump abriu exceções para determinados setores em seu tarifaço ao Brasil, entre eles o de aeronaves civis e seus motores, peças e componentes. Com isso, os papéis da Embraer dispararam e fecharam com alta de 11,07%, R$ 76,35, depois de saírem de um leilão por oscilação máxima permitida.
Nesta quarta-feira (3), Trump assinou uma Ordem Executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o valor total da tarifa para 50%. Segundo o governo americano, a medida foi tomada “para lidar com políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos.”
As medidas, no entanto, devem começar a valer daqui a sete dias, sendo que originalmente estavam previstas para esta sexta-feira (1º), o que amplia o período para uma possível negociação entre o governo americano e o brasileiro. Isso contribui para a alta do Ibovespa, que sobe 0,63% a 133.563,40 pontos.
Eduardo Grübler, gestor da AMW, da Warren Investimentos, destaca que a tendência é que a EMBR3 se mantenha em alta. A empresa era vista como uma das mais afetadas pela medida de Trump, uma vez que boa parte dos seus produtos é exportada para os Estados Unidos. “Não dava para cravar que era a mais impactada, mas certamente estava entre as mais pressionadas”, avalia.
Com a tarifa esperada de 50%, o CEO da empresa, Francisco Gomes Neto, havia estimado um impacto de cerca de R$ 50 milhões por avião da empresa. Com isso, os efeitos nas receitas da fabricante seriam próximos a R$ 2 bilhões em 2025 e de R$ 20 bilhões até 2030.
Uma mensagem de confiança à empresa, no entanto, já havia sido transmitida na última terça-feira (29), o que ajudou as ações da companhia a subirem 3,76% em um único pregão. A Embraer se beneficiou da notícia de que o vice-presidente, Geraldo Alckmin, estaria conversado com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, na tentativa de poupar a empresa do tarifaço.