- A pauta da privatização voltou à tona nesta semana com o avanço da Copel (CPLE3), que reformulou seu estatuto para passar a ser uma corporação, sem controlador único
- Outras três estatais estão na mira da privatização. É o caso de Cemig (CMIG3), Copasa (CSMG3) e Sabesp (SBSP3)
A pauta da privatização voltou à tona nesta semana com o avanço da Companhia Paranaense de Energia, Copel (CPLE3), que reformulou seu estatuto para passar a ser uma corporação, sem controlador único, como o E-Investidor mostrou nesta reportagem.
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Outras três estatais estão na mira da privatização. É o caso de Cemig (CMIG3), Copasa (CSMG3) e Sabesp (SBSP3). “São empresas que carregam uma ineficiência estatal e, uma vez privatizadas, passam a ter melhorias que só serão destravadas quando acontecer a privatização”, explica Leonardo Piovesan, CNPI e analista fundamentalista da Quantzed.
Esse movimento de privatização de empresas estaduais se opõe à visão do atual governo federal, aponta a economista, advogada e colunista do Estadão Elena Landau. “Ao contrário do governo federal, os governos estaduais continuam com propósito de vender suas empresas de serviços públicos, tanto na área de energia elétrica como na de saneamento. Privatização é a venda de controle do ativo, é um tipo de desestatização”.
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O Ibovespa, principal índice acionário da B3, tem 86 empresas listadas em sua carteira. Dessas, 10 são consideradas estatais, segundo levantamento da casa de análises WIT Invest.
- Petrobras (PETR3; PETR4)
- Banco do Brasil (BBAS3)
- BB Seguridade (BBSE3)
- Copel (CPLE6; CPLE11)
- Cemig (CMIG3; CMIG4)
- Sabesp (SBSP3)
- Sanepar (SAPR3; SAPR4; SAPR11)
- Banrisul (BRSR3, BRSR5, BRSR6)
- Copasa (CSMG3)
- Caixa Seguridade (CXSE3)
Confira as estatais em processo de privatização
Cemig (CMIG3)
A Cemig (CMIG3), Companhia Energética de Minas Gerais, é uma concessionária de energia elétrica brasileira de economia mista que possui participações em 83 empreendimentos de geração em 10 estados brasileiros.
O Estado de Minas Gerais é seu principal controlador, com 50,97% das ações ordinárias. No ano, a empresa acumula alta de 13,46% no Ibovespa, cotada a R$ 17,89 às 16h desta quarta-feira (12).
O governador Romeu Zema (Novo), que está no posto desde 2019, sinaliza há tempos a vontade de privatizar a estatal. “O mercado já está precificando a privatização há algum tempo e as ações se valorizaram com um aceno do Zema de que ele iria privatizar a Cemig. Só que teve um embate muito grande com a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) no primeiro mandato”, explica Piovesan.
Agora, em seu segundo mandato, houve uma aproximação de Zema com as lideranças da Assembleia e a resistência à privatização foi se reduzindo. Segundo Piovesan, há a expectativa de que o processo seja concluído até 2024.
Mariana Pulégio, assessora de investimentos na WIT Invest, ressalta que ainda não se sabe qual modelo de privatização poderá ser adotado para a Cemig, mas existe a possibilidade de se optar por uma operação nos moldes da realizada para a Eletrobras (ELET6), que envolveu uma oferta de ações para torná-la uma companhia de capital pulverizado.
Copasa (CSMG3)
A Copasa (CSMG3) é uma empresa estatal estadual de saneamento básico, da qual o governo de Minas detém 50,03% do capital ordinário. No ano, a empresa acumula alta de 42,15%, cotada a R$ 20,83 às 16h desta quarta. Pulégio afirma que o projeto de lei que prevê a privatização da Copasa já está pronto para seguir para o legislativo mineiro.
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Pulégio aponta que a empresa superou as expectativas por vários trimestres consecutivos e alguns analistas preveem um potencial de crescimento adicional com preço-alvo de cerca de R$ 25 por ação.
Sabesp (SBSP3)
A Sabesp, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, tem como principal acionista o estado de São Paulo, com 50,26% de seu capital votante. No ano, a empresa acumula queda de 0,84%, cotada a R$ 55,35 às 16h desta quarta-feira.
Segundo Pulégio, o governo paulista planeja iniciar em 2024 as audiências e consultas públicas para a privatização da Sabesp. A administração estadual não confirma, no entanto, que o leilão de desestatização ou a oferta de ações da empresa irá ocorrer ainda no ano que vem.
Em sua visão, a companhia é bem administrada, com grande capacidade técnica, não dependente de recursos do governo do estado e capaz de financiar suas obras com recursos próprios ou captando de instituições financeiras.