- Depois de meses de especulação, o CEO do Banco do Brasil, André Brandão, renunciou ao cargo
- A decisão foi divulgada ao mercado na última quinta-feira (18), junto com o nome indicado pelo Governo para suceder o executivo: Fausto de Andrade Ribeiro, atual diretor presidente da BB Consórcios
- Ribeiro é funcionário da instituição desde 1988, com passagens por vários cargos de gerência dentro da empresa
Depois de meses de especulação, o CEO do Banco do Brasil, André Brandão, renunciou ao cargo. A decisão foi divulgada ao mercado na última quinta-feira (18), junto com o nome indicado pelo governo para suceder o executivo: Fausto de Andrade Ribeiro, atual diretor presidente da BB Consórcios.
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Ribeiro é funcionário da instituição desde 1988, com passagens por vários cargos de gerência dentro da empresa. A indicação dele, que é formado em direito e administração, especialista em finanças internacionais e pós-graduado em economia, foi recebida com surpresa. “Não estava na lista dos possíveis sucessores, mas é alguém conhece bem o Banco do Brasil. O grande problema é que o mercado já está cético de que ele possa fazer alguma coisa diferente”, explica Leo Monteiro, analista de Research da Ativa Investimentos.
Na visão de Monteiro, independentemente dos objetivos que eventualmente serão alcançados por Ribeiro, a frustração do mercado com o BB já está consolidada. “Está claro que as políticas de modernização que André Brandão queria implementa, não serão possíveis. Então o Banco do Brasil deve continuar sendo um papel barato na Bolsa, porque ficou evidente o risco de ingerência e que o banco não vai conseguir escapar disso”, afirma.
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Essa também é a visão de Juan Espinhel, especialista em investimentos da IVEST Consultoria. “O Fausto é um cara de experiência, resta saber qual será o tom dele dentro do banco, se vai seguir a linha que Bolsonaro tem seguido, de dar maior importância ao ‘papel social’ do Banco do Brasil”, afirma. “Mas a troca gera um desgaste com a equipe econômica, aliás, parece que a indicação não veio do segmento de economia do governo.”
Os problemas de Brandão com o Planalto se iniciaram em janeiro, quando o executivo apresentou um plano de reestruturação que tinha o intuito de economizar R$ 2,7 bilhões até 2025. Para chegar à meta, seria necessário fechar 361 unidades de atendimento, 112 agências, 7 escritórios, 242 postos de atendimento e desligar cerca de 5 mil funcionários.
A medida de caráter impopular não agradou aos parlamentares e ao presidente Jair Bolsonaro, que passou a questionar a permanência do então CEO do Banco do Brasil. “Brandão era bem alinhado ao mercado, chegou já querendo tocar essa parte de modernização do banco, tornar ele mais digital, tirar o atraso que o BB tem frente aos pares”, explica Monteiro. “E na primeira mudança que ele apresentou, já levou um chega pra lá. Automaticamente, a lua de mel do mercado com o banco acabou.”