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Mercado

Fechamento de mercado: Ibovespa vira o sinal no final do dia com piora no exterior e cenário politico

Fechamento de mercado: Ibovespa vira o sinal no final do dia com piora no exterior e cenário politico
Ações passam por um ajuste de posições, após as valorizações na semana passada. (Foto: Envato Elements)
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  • As bolsas europeias fecharam mistas nesta terça-feira, enquanto investidores monitoram o processo de reabertura em vários países após a quarentena imposta pelo Coronavirus. Nos EUA, depois de operarem no campo positivo pela manhã, as bolsas de NY pioraram ao longo da tarde e o índice S&P 500 chegou a cair mais de 1%, com dúvidas sobre a reabertura econômica no país. Em termos de dados econômicos, os investidores monitoraram nos EUA a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) que recuou 0,8% em abril na variação mensal, queda maior do que previam os analistas (0,7%)
  • No Brasil, os investidores começaram o dia avaliando a ata do Copom que reforçou a mensagem do comunicado pós decisão, indicando haver espaço tanto pelo lado da atividade como pelo lado da inflação para mais um corte de juros de 0,75 p.p. na próxima decisão do Copom em junho. Os investidores também acompanharam a divulgação da Pesquisa Mensal de serviços de março que apontou para uma queda forte de 6,9% na variação mensal, queda maior do que previam os analistas
  • O Ibovespa esboçou uma recuperação alcançando os 80 mil pontos pela manhã, mas o índice, refletindo a piora no humor externo e o cenário político, retrocedeu para linha de 78 mil pontos
  • Na agenda desta quarta-feira, destaque para as vendas no varejo no Brasil no mês de março

As bolsas europeias fecharam mistas nesta terça-feira, enquanto investidores monitoram o processo de reabertura em vários países após a quarentena imposta pelo coronavírus.

Nos EUA, depois de operarem no campo positivo pela manhã, as bolsas de NY pioraram ao longo da tarde e o índice S&P 500 encerrou com queda superior a 2%, com dúvidas sobre a reabertura econômica no país.

Na agenda, os investidores monitoraram nos EUA a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) que recuou 0,8% em abril na variação mensal, queda maior do que previam os analistas (0,7%). Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta hoje, com investidores avaliando, sob nova  perspectiva, a notícia de ontem de que a Arábia Saudita fará mais cortes em sua produção, após encerrar a guerra de preços com a Rússia.

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No Brasil, os investidores começaram o dia avaliando a ata do Copom que reforçou a mensagem do comunicado pós decisão, indicando haver espaço tanto pelo lado da atividade como pelo lado da inflação para mais um corte de juros de 0,75 p.p. na próxima decisão do Copom em junho.

O Ibovespa esboçou uma recuperação alcançando os 80 mil pontos pela manhã, mas o índice, refletindo a piora no humor externo e o cenário politico, retrocedeu e fechou aos 77.872 pontos, representando uma queda de 1,51%. O dólar, por sua vez, teve mais um pregão de alta hoje, avançando 0,82% e encerrando cotado aos R$ 5,87/US$.

Na agenda desta quarta-feira, destaque para as vendas no varejo no Brasil no mês de março.

Economia

Ata do Copom: Recuperação Gradual e Impactos Desinflacionários Esperados

A ata do Copom de hoje esclareceu mais a visão do atual comitê sobre os impactos da pandemia do Covid-19 sobre a inflação e a atividade econômica brasileira. De acordo com o comunicado, os impactos na atividade econômica, mostrados pelos dados publicados até agora, sugerem uma contração significativa para o 2T20. Para o 3T20 e além, o comitê concluiu que, a menos que sejam feitos avanços médicos para combater o Covid-19, é provável uma recuperação muito gradual, possivelmente caracterizada por altos e baixos relacionados aos surtos do vírus (a chamada recuperação “W”).

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Para a inflação, a ata do Copom afirmou que várias medidas de inflação subjacente estão correndo abaixo do nível compatível com o cumprimento da meta de inflação em um horizonte relevante. A ata também reafirmou que um efeito desinflacionário deve emergir da pandemia e também deve estar associado a um aumento material da capacidade ociosa – a alta incerteza provavelmente levará a uma economia mais cautelosa que deve reduzir a demanda agregada na visão do comitê.

O Copom também debateu a potencial existência de um limite inferior efetivo para a taxa de juros brasileira. Alguns membros apontaram que esse limite precisaria ser maior para as economias emergentes do que nas desenvolvidas, já que o prêmio de risco no Brasil tende a ser ainda maior dada a fragilidade fiscal do país e a incerteza em relação à sua trajetória de política fiscal após a pandemia. No entanto, um membro argumentou que não há razão para um limite operacional tão mínimo, uma vez que os canais de política monetária permanecem operacionais.

Todavia, o gradualismo na condução da política monetária foi a principal conclusão. Em relação aos próximos passos, o comitê considera que o ajuste monetário final, não superior a 0,75 p.p., para concluir a variação da taxa de juros que considera adequada para neutralizar os impactos do Covid-19 na economia – isso estará condicionado ao desenvolvimento adequado de dados fiscais e econômicos.

Nossa visão: Após um corte de 0,75 p.p. na última semana, o Copom atualizou sua visão da reunião anterior, mostrando agora muito mais preocupação com a atual queda dos dados de atividade econômica, bem como uma recuperação potencialmente mais lenta nos próximos meses. Além disso, o cenário atual de inflação muito baixa está em linha com a postura mais dovish (pró corte de juros) tomada pelo comitê. Em nossa opinião, diante de um cenário pior do que o esperado para os próximos dados econômicos e sem pressões de inflação por enquanto, esperamos que o Copom corte ainda mais a taxa Selic em 0,75 p.p. para 2,25% na próxima reunião de 17 de junho (de 3,0% atualmente) e mantenha a mesma neste patamar até final de 2020.

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