No Brasil, os investidores avaliaram o IPCA-15 de junho logo pela manhã, que veio praticamente em linha com a expectativa do consenso. Para o Ibovespa, os ganhos acima de 2% dos índices da bolsa de NY foram insuficientes para engrenar uma recuperação mais robusta do mercado acionário brasileiro, que sustentou alta moderada nesta tarde. Voltou a pesar o risco fiscal, reforçado pela expectativa de aumento do Auxílio Brasil, de concessão de voucher aos caminhoneiros e de reforço do vale gás, ante a resiliência da inflação. Assim, ao final do pregão, o Ibovespa encerrou aos 98.672 pontos, com alta de 0,60% e giro financeiro de R$ 22 bilhões. Analisando os setores, as commodities metálicas ignoraram a queda do minério de ferro e ajudaram o índice a se manter no terreno positivo.
Apesar desta alta no dia, o Ibovespa acumulou queda na semana de 1,15%. Foi o quarto recuo semanal, com o Ibovespa ingressando na reta final do mês, que termina na próxima quinta-feira, com ganhos em apenas cinco sessões, incluindo a de hoje. O dólar vs. real, por sua vez, se firmou em alta na última hora dos negócios, fechando cotado aos R$ 5,25/US$ (+0,44%). Os ruídos fiscais aumentaram a demanda por posições defensivas e impediram o real de se beneficiar da onda de apetite ao risco e do enfraquecimento da moeda americana no exterior. O dia também foi de pressão sobre a curva de juros, com a divulgação do IPCA-15, abertura na curva dos treasuries e, principalmente, piora do risco fiscal.
Na agenda da próxima semana, destaque para dados de mercado de trabalho no Brasil. No exterior, além da leitura final dos PIBs do 1T22 dos EUA e do Reino Unido, serão publicados os PMIs da China, Zona do Euro e Estados Unidos.