Mercado

Fechamento de mercado: Preocupações com fiscal pesam e Ibovespa fecha em queda na contramão do exterior

Foto: Amanda Perobelli/Reuters
  • As bolsas na Europa e em NY fecharam em alta apoiadas por sinais de que as negociações por uma nova rodada de estímulos fiscais podem ser retomadas nos EUA
  • O bom humor do mercado internacional não foi suficiente para apoiar uma alta consistente no mercado brasileiro de ações em meio à decepção dos investidores com a falta de avanços da agenda econômica
  • Na contramão do exterior, o índice registrou desvalorização de 2,41%, enquanto o dólar avançou 1,44%
  • Na agenda econômica local desta terça-feira, saem os dados de emprego do CAGED e o resultado do governo central. No exterior, amanhã teremos o primeiro debate presidencial entre Biden e Trump

Nesta segunda-feira, as bolsas na Europa e em Nova York fecharam em alta apoiadas por sinais de que as negociações por uma nova rodada de estímulos fiscais podem ser retomadas nos Estados Unidos. Os agentes de mercado antecipam uma injeção de recursos que seria de suma importância para dar sustentação à recuperação da economia americana.

Porém, o bom humor do mercado internacional não foi suficiente para apoiar uma alta consistente no mercado brasileiro de ações em meio à decepção dos investidores com a falta de avanços da agenda econômica. As preocupações com o risco fiscal e dúvidas sobre a sustentabilidade dos juros baixos contribuíram para a queda do Ibovespa.

Na contramão do exterior, o índice registrou desvalorização de 2,41% aos 94.666 pontos com giro financeiro de R$ 27,5 bilhões. O dólar, por sua vez, avançou 1,44% cotado aos R$ 5,63. Na agenda econômica local desta terça-feira, saem os dados de emprego do CAGED e o resultado do governo central, ambos de agosto, além do IGP-M de setembro. No exterior, amanhã teremos o primeiro debate presidencial entre Biden e Trump.

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Economia

Dados de Crédito agosto/2020: Números apontam para tendências de provisionamento mais saudáveis à frente.

O crescimento do crédito acelerou e a inadimplência caiu ainda mais. O Banco Central do Brasil divulgou nesta manhã seus dados de crédito para agosto de 2020. A carteira total de empréstimos expandiu-se 12,1% na variação anual, acelerando de 11,3% na mesma base de comparação em julho. Tanto os segmentos corporativo quanto o varejo apresentaram ritmos de crescimento mais fortes no mês, crescendo 16,7% e 8,8%, respectivamente (contra 15,1% e 8,4% em julho). Do lado da qualidade dos ativos, a taxa de inadimplência (NPL) (empréstimos sem execução) melhorou ainda mais, caindo para 2,6%, de 2,7% em julho, agora em uma baixa de todos os tempos. Apesar de esperar alguma deterioração nos próximos meses, como sugerido pelo principal indicador de inadimplência futura (NPLs 15-90 dias de atraso), observamos que o amortecedor deve ser mais do que suficiente para acomodar a maior inadimplência à frente. O saldo de provisões foi bastante estável no mês, especialmente para os bancos do setor privado. Vale ressaltar que a melhor inadimplência de agosto deveu-se principalmente aos bons números divulgados por players locais e internacionais do setor privado (-0,2 p.p. na variação mensal), enquanto a relação NPL para bancos controlados pelo Estado foi estável na variação mensal. Os spreads de crédito, como implicado pelo indicador de custo de crédito (ICC) do Banco Central, continuaram a cair (0,3 p.p. na variação mensal e 2,1 p.p. na variação anual), em linha com nossa visão pré-pandêmica de spreads em declínio à medida que os empréstimos são gradualmente reprecificados devido ao cenário de taxas de juros mais baixas. Em suma, os dados continuam apontando para um cenário de ganhos saudáveis para os bancos brasileiros no curto prazo. Continuamos esperando que o impulso dos ganhos continue melhorando nos próximos meses, com os resultados do 3T20 provavelmente vindo em muito melhor forma do que no 2T20.

Pesquisa Focus: Inflação e PIB voltam a subir para o final de 2020

Nossa visão: na pesquisa Focus desta semana, houve mais uma vez revisões para cima nas projeções para o IPCA de 2020 (a 7a revisão consecutiva) e no PIB (pela terceira semana consecutiva). Com certeza, o primeiro se deve principalmente a uma expectativa de inflação de alimentos mais alta no curto prazo.