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Com follow on, Marfrig pode aumentar participação na BRF

Aumento de capital da BRF abre margem para a Marfrig aumentar sua participação na rival

Com follow on, Marfrig pode aumentar participação na BRF
Foto: REUTERS/Rodolfo Buhrer/File Photo
  • “Com o follow-on, a Marfrig poderá assumir o controle da empresa sem acionar a cláusula que a obrigaria fazer uma oferta pela empresa inteira com 40% de prêmio (poison-pill ou pílula de veneno)”, observa a Genial Investimentos
  • Atualmente, a Marfrig, que possui operações muito concentradas em carne bovina, já tem quase 32% de participação na BRF, que foca suas operações em aves (carne de frango) e suínos
  • A votação do aumento de capital está marcada para 17 de janeiro e, segundo o BTG, deverá ter a presença mínima de acionistas representando 2/3 do capital social

A BRF (BRFS3) informou ao mercado que irá fazer um aumento de capital, mediante a emissão de até 325 milhões de novas ações por meio de oferta pública de distribuição primária (emissão de papéis novos), na noite da última quinta-feira (16). A operação, que pode movimentar mais de R$ 6 bilhões, permitirá à Marfrig (MRFG3) aumentar também a sua participação na BRF.

“Com o follow on, a Marfrig poderá assumir o controle da empresa sem acionar a cláusula que a obrigaria fazer uma oferta pela empresa inteira com 40% de prêmio (poison-pill ou pílula de veneno)”, observa a Genial Investimentos.

Atualmente, a Marfrig, que possui operações muito concentradas em carne bovina, já tem quase 32% de participação na BRF, que foca suas operações em aves (carne de frango) e suínos.

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A poison-pill é um instrumento criado para proteger acionistas minoritários, de modo que se um acionista ultrapassar a participação de 33,33%, no caso da BRF, este seria obrigado a fazer uma oferta de aquisição de ações para o restante da base acionária, além de pagar um prêmio de 40% em relação à cotação média da ação da BRF nos 30 dias ou 120 dias anteriores (cerca de R$ 18 bilhões, segundo o BTG Pactual).

No entanto, uma brecha no estatuto da BRF permite que, em casos por meio de uma oferta, um acionistas pode ultrapassar esse limite de 33,33%, sem que o instrumento seja acionado.

“Caso a Marfrig assuma o controle, teríamos uma gigante do setor de proteínas, que bateria de frente com a maior empresa mundial do setor: a JBS”, frisa a Genial.

A repercussão foi positiva para a ação BRFS3 na sexta-feira (17), a qual chegou a entrar em leilão devido à oscilação máxima permitida. No final da sessão, o papel fechou com a terceira maior alta do Ibovespa no dia, de 5,39%, com preço de R$ 21,50. A ação MRFG3 pegou carona e encerrou com a quinta maior alta do IBOV, de 3,71%, cotada a R$ 23,78.

Na avaliação da Ajax Capital, o movimento pode beneficiar a estrutura de capital da BRF, considerando a redução da sua dívida líquida para R$ 11,2 bilhões, além das economias relacionadas às despesas financeiras.

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A votação do aumento de capital está marcada para 17 de janeiro e, segundo o BTG, deverá ter a presença mínima de acionistas representando 2/3 do capital social.

“A aprovação das propostas exigirá apenas a maioria simples dos votos. Caso o quorum mínimo não seja alcançado, a assembleia poderá ser realizada em segunda convocação com qualquer número de acionistas presentes”, diz o banco.

Com Estadão Conteúdo

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